A manhã avançava preguiçosa, derramando sua luz dourada pelas frestas da cortina branca que se movia lentamente com a brisa do mar. Bruna estava sentada na varanda da palafita, as pernas cruzadas sobre a almofada de algodão cru, o notebook fechado ao lado, repousando como um animal domesticado depois de uma noite intensa. Ela segurava o celular com uma das mãos, traçando círculos distraídos na borda da xícara de café ainda quente com a outra.
O mar, logo ali adiante, murmurava ondas suaves, embalando o silêncio que preenchia a casa depois da primeira noite de sucesso no restaurante.
Ela apertou o botão de chamada. O nome de Gabi iluminou a tela, familiar e cúmplice.
— Oi, amor… — Gabi atendeu do outro lado, com aquela voz ainda rouca de quem acordava tarde, provavelmente estirada entre lençóis bagunçados e tecidos coloridos. — Que saudade…
Bruna sorriu, inclinando-se para trás, apoiando as costas no encosto de madeira da cadeira, deixand