Harper Harris é uma jovem de 25 anos, que só tinha um único objetivo na vida. Ser rica. E Ares Thorne é um pai que queria que seu filho sentisse na pele que amor não é desperdício e a vida não se resume a sexo e boates. Contratou Harper para que mudasse a visão do seu filho, mas… o que era para ser apenas um mero jogo. Acabou saindo dos trilhos. Eros Thorne, o SEMIDEUS, acabou se apaixonando de forma extrema por Harper.
Ler maisO mundo soube da verdade através de uma carta amarelada, encontrada no fundo de uma gaveta trancada a chave no escritório de Eros Thorne, aos seus oitenta e sete anos. Seus dedos já não seguravam a caneta como antes, mas a lucidez com que escreveu aquelas palavras era indiscutível. A caligrafia trêmula não escondia o peso da confissão.“Meu nome é ErosThorne. E esta é minha verdade. Fui eu quem matou Kington Poonts. Fui eu quem o esquartejou. Fui eu quem enterrou os pedaços dele como quem planta um segredo que não deve florescer. E não me arrependo."A carta seguia por páginas e mais páginas, detalhando a noite do crime — um relato frio e direto, sem floreios, como se contar fosse a última dignidade que lhe restava. Disse que o fez não por raiva, mas por justiça. Que o homem que matou não era inocente. Que o sangue derramado foi, de certa forma, um preço que o silêncio do mundo cobrava. E então, depois de páginas pesadas, a escrita mudava. Tornava-se mais suave, quase como um sussurr
— Agora sim… — disse ela, sem lágrimas — És meu. Ele se aproximou, encostou a testa na dela e sussurrou: — Extremamente seu. E juntos, enterraram o corpo, o passado, e a parte da humanidade que ainda lhes restava, olharam um para o outro. Eros, puxou ela para um beijo, ainda ensanguentados. Abriu a jaqueta dela, com pressa, jogou no chão a blusa fica que usava e quando ela ficou toda nua, ele olhou para ela com desejo e uma certeza que aquele momento ficaria gravado para sempre na sua memória. Ele tirou a roupa e no carro, os dois fizeram amor com urgência. No meio do mato, com um corpo acabado de ser enterrado. Sem proteção, ele gozou dentro dela e nenhum se importou com as consequências. Não eram mais apenas vítimas e amantes. Eram cúmplices. Anos depois… Numa casa antiga em Chicago, Allaya fechava o caderno de anotações com as mãos trêmulas. — Então… é isso? — perguntou, olhando para a senhora sentada à frente. Emília, de cabelos brancos e olhos que viram mais
Mas Harper não era mais a mesma menina indefesa de antes. E se essa era a última dança… Ela não ia sair do palco caída. Ainda com o calor do beijo na bochecha, Eros sorria levemente, caminhando pela calçada, o céu escurecendo devagar atrás dele. Então, o celular vibrou no bolso. Himeros. — Finalmente! — o irmão gritou do outro lado. — Vocês estão bem? Onde estiveste? Estava à tua procura, por que não atendeu o celular? Eros parou, confuso. — Calma! Eu tava com Harper, não consegui atender… o que aconteceu? Himeros respirou fundo. A voz saiu seca e urgente: — Kington. Ele fugiu da prisão. Faz semanas. — A polícia tá atrás dele. Mas tenho certeza que foi atrás dela. O mundo de Eros parou. O sorriso desapareceu. O sangue saiu do rosto. O celular escorregou da sua mão e caiu no asfalto. Sem pensar duas vezes, ele correu. Como se a vida dele dependesse daquilo. Como se a vida dela estivesse em jogo. A casa estava com a porta entreaberta. Silêncio est
Semanas se passaram. Todas as manhãs, sem falhar, Eros aparecia na porta da alfaiataria. Num dia com um ramo de flores do campo, noutro com um saco de café moído na hora, e noutro com um novo conjunto de linhas e agulhas finas que ela sempre quis. Ajudava a abrir a loja. Varria a calçada, limpava as vitrines, atendia clientes como se fosse o estagiário mais empenhado do mundo. À noite, ia com ela para casa. Cozinhava, lavava louça, consertava coisas quebradas. Nunca forçava conversa. Só estava… ali. Harper, firme, o observava em silêncio. Às vezes sorria, mas não cedia. — Isso não vai mudar minha decisão, Eros. — disse ela, enquanto costurava uma bainha. Ele se sentou ao lado dela no chão, sem parar de descascar batatas. — Eu sei. — respondeu com serenidade. — Mas depois de dois anos longe de ti… só o fato de te ver todos os dias já é melhor que qualquer vida que eu tinha antes. Ela parou de costurar por um segundo, sem conseguir conter um pequeno suspiro. M
Dois anos se passaram. Na rua tranquila de uma cidade pequena no Texas, o som da máquina de costura se misturava ao canto dos pássaros pela manhã. Harper Harris, agora alfaiate, costurava à mão os detalhes de um fato sob medida para um cliente exigente. Era trabalho meticuloso, silencioso — e ela amava cada segundo. A pequena loja, com vitrine de madeira e cheiro de tecido novo, levava seu nome. “H. Harris – Alfaiataria Fina.” Ela usava avental, cabelo preso, e um lápis atrás da orelha. Não era uma passarela. Não era luxo. Mas era felicidade. Verdadeira. Timpooton, por sua vez, tinha se casado com Lucille, sua primeira namorada dos tempos da faculdade. Moravam a apenas quatro quarteirões dali. A rotina era tranquila: café aos domingos, jantares sem pressa, risadas sinceras. Harper sorria mais. Dormia melhor. E costurava não apenas tecidos… mas a própria alma. Não precisava de aplausos. Nem manchetes. O mundo dela era pequeno agora, mas inteiro. E n
O céu estava cinzento, mas calmo. A brisa suave não era fria, apenas melancólica — como se até o tempo soubesse que aquele momento era sagrado. Diante da campa simples, com o nome da mãe gravado em letras modestas, Harper se ajoelhou. Pela primeira vez. Depois de tantos anos. Ficou ali, em silêncio. Os dedos tocaram a pedra fria. A testa baixou devagar até encostar-se nela. E então, finalmente… ela chorou. Não era o choro contido de sobrevivente. Nem o pranto de raiva. Era o choro cru, nu, da filha. Da menina de sete anos que nunca teve tempo para ser fraca. Timpooton permaneceu ao lado, de pé, firme, como sempre. Não disse nada. Nem precisava. Ele sabia: aquele momento era só dela. Só das duas. Da mãe que partiu… Da filha que ficou. E da dor que finalmente encontrou espaço para sair. Os soluços vieram como onda, depois pausa… depois mais. Até que Harper ficou ali, respirando fundo, como se estivesse devolvendo tudo à terra. Quando se levantou, nã
Último capítulo