— Agora sim… — disse ela, sem lágrimas — És meu.
Ele se aproximou, encostou a testa na dela e sussurrou:
— Extremamente seu.
E juntos, enterraram o corpo, o passado, e a parte da humanidade que ainda lhes restava, olharam um para o outro. Eros, puxou ela para um beijo, ainda ensanguentados. Abriu a jaqueta dela, com pressa, jogou no chão a blusa fica que usava e quando ela ficou toda nua, ele olhou para ela com desejo e uma certeza que aquele momento ficaria gravado para sempre na sua memória. Ele tirou a roupa e no carro, os dois fizeram amor com urgência. No meio do mato, com um corpo acabado de ser enterrado. Sem proteção, ele gozou dentro dela e nenhum se importou com as consequências.
Não eram mais apenas vítimas e amantes.
Eram cúmplices.
Anos depois…
Numa casa antiga em Chicago, Allaya fechava o caderno de anotações com as mãos trêmulas.
— Então… é isso? — perguntou, olhando para a senhora sentada à frente. Emília, de cabelos brancos e olhos que viram mais