Helena Alencar, uma fotógrafa recém-traída, encontra refúgio nos braços do charmoso e enigmático Leonardo Montenegro, herdeiro de um império de vinícolas. Uma noite de paixão sem compromisso vira sua vida de cabeça para baixo quando ela descobre estar grávida. Forçado pela família a um casamento de fachada para evitar um escândalo, Leonardo se vê preso a uma mulher que ele mal conhece. O que começa como um acordo frio, no entanto, é abalado por uma atração inegável que ressurge em meio aos vinhedos. Conforme Helena navega pelo mundo de luxo e segredos de sua nova família, ela percebe que a inocência de sua primeira noite foi uma ilusão. O jogo vira, e agora, com um filho a caminho e o coração à prova, Helena está pronta para mostrar a Leonardo que o amor pode ser o único contrato que realmente vale a pena ser assinado.
Ler maisHelena Alencar apertou o celular na mão, os dedos incertos sobre a galeria de fotos. Traída e humilhada. A imagem de Andrey e sua melhor amiga, Mary, ainda queimava em sua mente. O balcão do bar no Leblon era o refúgio, o único lugar onde se sentia invisível o suficiente para afogar a dor em um drinque. Ao seu lado, a tela do celular iluminava as lembranças de viagens e sorrisos falsos. Um por um, os momentos foram sendo apagados, como se nunca tivessem existido.
— Boa noite. Se importa se eu me sentar aqui? A voz grave e suave a tirou de seu torpor. Erguendo o olhar, Helena se deparou com um homem alto, de olhos azuis com um brilho que nunca havia visto, e cabelos levemente penteados para o lado. Sua presença era marcante. — Oi, sim, senta — respondeu, voltando a encarar o celular, como se fosse um escudo. Mas as lágrimas, que ela tentava reter, começaram a escorrer. — Está tudo bem? — perguntou ele, a voz agora mais próxima, trazendo-a de volta à realidade. Helena secou rapidamente o rosto com as costas da mão. — S-sim, foi só um cisco. — Detestava o tom vulnerável que sua voz assumira. O homem sorriu de canto, um gesto que iluminou seu rosto. — Leonardo Montenegro, à sua inteira disposição. — Helena, Helena Alencar — respondeu ela, sentindo-se hipnotizada pelos olhos dele. A conversa fluiu entre drinques e olhares, uma pausa na tempestade que era sua vida. Helena sentiu-se estranhamente à vontade, compartilhando fragmentos de sua história, da traição e da decepção. Leonardo a ouvia com uma atenção que a fazia se sentir, pela primeira vez em muito tempo, vista e ouvida. Uma onda de conforto percorreu o corpo de Helena. Ele a fazia sentir algo que não sentia há muito tempo: esperança. Leonardo pediu outro drinque e continuaram a conversar. As horas passaram rapidamente, e a conexão entre eles se tornava mais evidente a cada palavra trocada. Ao final da noite, Leonardo se ofereceu para levá-la em casa. Helena aceitou, sentindo que aquele encontro inesperado havia sido um pequeno raio de sol em meio à escuridão que a envolvia. No estacionamento, Leonardo a levou até um SUV preto. As luzes da cidade do Rio de Janeiro cintilavam do lado de fora enquanto eles cruzavam as ruas. Uma sensação de aventura pairava no ar. Leonardo desviou o olhar da estrada e sorriu para ela. — E se eu te levasse a um lugar? — perguntou ele, com um brilho nos olhos. Ela sorriu de volta, sentindo a adrenalina. — Parece interessante. Para onde vamos? — Um lugar inesperado — respondeu ele, de volta à direção, o sorriso permanecendo. Ao chegar, a fachada imponente do Milani revelou-se diante de seus olhos. Helena desceu do carro com uma mistura de curiosidade e surpresa, enquanto um manobrista, com uma discrição impecável, levava o SUV de Leonardo. A grandiosidade do lobby, com seu lustre de cristal cintilante e a decoração luxuosa, a fez engolir em seco. — Impressionada? — Leonardo perguntou com um sorriso divertido. Helena assentiu, ainda tentando processar o luxo do lugar. O check-in foi rápido e discreto, e logo os dois estavam subindo no elevador. O silêncio do elevador contrastava com a agitação da rua, e Helena se sentiu flutuar. Ao chegar ao andar, as portas se abriram para um corredor tranquilo. Leonardo segurou sua mão e a guiou até o quarto, onde a espera era por uma nova experiência. A vista de tirar o fôlego da cidade e da praia fez o coração de Helena acelerar, e a mistura de emoções a dominou completamente.As contrações ficavam cada vez mais fortes. A dor, antes suportável, agora me consumia. Eu tentava respirar, mas era difícil. Léo dirigia, com o rosto pálido, os olhos fixos na estrada, a mão no volante, a outra na minha coxa, como se a sua presença fosse o suficiente para me acalmar.— Estamos quase lá, meu amor. Força — ele disse, a voz cheia de medo, mas tentando me tranquilizar.Chegamos no hospital, a dor das contrações se misturando com a adrenalina do momento. Léo me tirou do carro, com o rosto pálido e assustado. O seu abraço, forte e protetor, me fez sentir segura. A sua voz, cheia de medo, mas tentando me tranquilizar, era um bálsamo para a minha alma.— Estamos quase lá, meu amor. Força — ele disse, a voz cheia de medo, mas tentando me tranquilizar.Enfermeiros já vinham ao nosso encontro, com uma maca. Eles me acomodaram, e a dor, que antes me consumia, se tornou mais intensa.Foi então que a bolsa estourou. A sensação de água morna escorrendo pelas minhas pernas me assust
Voltamos para casa e, com a ajuda de Léo, peguei apenas o essencial. Ele me garantiu que não seria uma longa estadia, e que a maior parte das minhas coisas já estava na França. 'Voltaremos no máximo em uma semana', ele prometeu, com um sorriso tranquilizador.Viajamos no dia seguinte, no jatinho da família. O voo foi tranquilo, mas o bebê estava mais agitado que o normal. Durante o trajeto, senti algumas contrações de treinamento, ou Braxton Hicks, como são conhecidas. Elas eram leves, irregulares e não aumentavam em frequência nem intensidade, como as que o médico me explicou. Eram apenas o meu corpo se preparando para a chegada do nosso pequeno.Léo, ao meu lado, estava atento a cada movimento meu. Ele segurava minha mão, acariciava minha barriga, conversava com o bebê.Chegamos na propriedade, e o reencontro com todos foi uma alegria. A minha barriga, imensa, era o centro das atenções, e o carinho que todos tinham comigo me fazia sentir em casa. Emma, com o seu sorriso, me abraçou
Passaram-se quatro dias desde que Léo viajou. O tempo, que antes corria, agora se arrastava. Eu já tinha editado todas as fotos que Fernanda me enviou e até comecei a ler um novo livro. A mansão, que antes era cheia de vida, parecia vazia sem a presença dele. O senhor Francesco se recuperava bem, e eu passava as tardes na biblioteca com ele, conversando e lendo. A enfermeira cuidava dele com todo o carinho do mundo.Eu estava na sala, a barriga pesada e a saudade no peito, quando ouvi o barulho de um carro. Não prestei muita atenção, pensei que fosse Pietro ou Amélia. Mas a porta se abriu, e Léo entrou. O seu sorriso, cansado, mas genuíno, me fez chorar. Ele estava de volta.— Helena! — ele disse, a voz cheia de emoção, enquanto corria para me abraçar.Eu me joguei em seus braços, sentindo o calor do seu corpo, o cheiro de casa. Seu Francesco, que estava no quarto com a enfermeira, ouviu o barulho. O seu coração, que antes estava tranquilo, bateu mais forte. A sua curiosidade, a sua
O dia passou rápido, e à noite, Léo ligou. Eu já estava no quarto, com a mão na barriga, sentindo Lucca Leonardo se mexer. A voz dele, do outro lado da linha, era música para os meus ouvidos, um bálsamo para a minha alma.— Meu amor, como foi o dia? — ele perguntou, a voz suave, cheia de carinho.— Foi bom. O trabalho da Fernanda me distraiu bastante. Ele perguntou do avô, que tinha ficado na propriedade junto comigo e a enfermeira. O seu tom de voz, mesmo através do telefone, era de alívio e preocupação. A sua ausência, mesmo que temporária, o deixou inquieto.— Ele está bem. Dormindo. A enfermeira disse que ele está reagindo bem ao tratamento. O médico está otimista — respondi, com um suspiro de alívio.— Estou em Lisboa, deitado já. Amanhã irei para a França. Todos perguntaram por você. A Camille mandou um abraço — a voz de Léo soava calma, mas eu conseguia sentir a saudade em cada palavra.— Eu também sinto a falta de todos — respondi, com a mão na barriga.— Eu mal cheguei e já
Tomei um banho e desci. A mesa estava posta, mas a minha mente estava em outro lugar. Tomei um suco e fui com Pietro para o hospital. A viagem de carro foi um borrão, a minha mente em turbilhão, o meu coração batendo forte no peito.Chegando no hospital, a notícia de que o senhor Francesco estava acordado me aliviou. Entramos no quarto, e ele estava sentado na cama, pálido, mas com um sorriso no rosto.— Desculpe pelo susto, Helena — ele disse, a sua voz fraca, mas cheia de carinho.— Senhor Francesco, como é bom ver o senhor bem — respondi, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, a alegria e o alívio me dominando.— Foi só coisa de velho, minha filha — ele falou, tentando me acalmar, o seu humor ainda presente, mesmo depois do que aconteceu.Léo sorriu, um sorriso genuíno, cheio de amor e carinho.O telefone de Léo tocou, e era dona Leonor, em uma chamada de vídeo. A sua imagem, vinda de Londres, parecia surreal. A vida dela, os negócios, a sua rotina agitada, tudo isso contrastava co
Passou algum tempo, o som dos nossos corações batendo forte no peito, a ansiedade consumindo cada um de nós. O médico, com o rosto sério, voltou. Ele nos olhou, e o seu olhar, cheio de compaixão, me fez segurar a respiração.'A cirurgia foi um sucesso', ele falou, e um suspiro de alívio coletivo ecoou na sala de espera. Léo me abraçou, e eu senti o peso do seu corpo, a sua fraqueza.-O senhor Francesco irá para o quarto, mas está sedado. Provavelmente só acordará amanhã', o médico continuou.-Helena, você precisa descansar", Léo falou, a voz grave, mas cheia de carinho, a mão na minha.Eu realmente estava cansada. Meu corpo doía, o bebê estava inquieto dentro de mim, e a ansiedade me consumia. Mas eu sabia que Léo precisava estar ali. Ele estava fragilizado com o que aconteceu com o avô."Fique, meu amor", eu disse, a voz suave, a mão dele na minha, o meu olhar no dele. "Ele precisa que você esteja aqui quando ele acordar."Léo me olhou, os olhos azuis cheios de preocupação. "E você?
Último capítulo