Epílogo

O mundo soube da verdade através de uma carta amarelada, encontrada no fundo de uma gaveta trancada a chave no escritório de Eros Thorne, aos seus oitenta e sete anos. Seus dedos já não seguravam a caneta como antes, mas a lucidez com que escreveu aquelas palavras era indiscutível. A caligrafia trêmula não escondia o peso da confissão.

“Meu nome é ErosThorne. E esta é minha verdade. Fui eu quem matou Kington Poonts. Fui eu quem o esquartejou. Fui eu quem enterrou os pedaços dele como quem planta um segredo que não deve florescer. E não me arrependo."

A carta seguia por páginas e mais páginas, detalhando a noite do crime — um relato frio e direto, sem floreios, como se contar fosse a última dignidade que lhe restava. Disse que o fez não por raiva, mas por justiça. Que o homem que matou não era inocente. Que o sangue derramado foi, de certa forma, um preço que o silêncio do mundo cobrava. E então, depois de páginas pesadas, a escrita mudava. Tornava-se mais suave, quase como um sussurr
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