Semanas se passaram.
Todas as manhãs, sem falhar, Eros aparecia na porta da alfaiataria. Num dia com um ramo de flores do campo, noutro com um saco de café moído na hora, e noutro com um novo conjunto de linhas e agulhas finas que ela sempre quis.
Ajudava a abrir a loja.
Varria a calçada, limpava as vitrines, atendia clientes como se fosse o estagiário mais empenhado do mundo.
À noite, ia com ela para casa. Cozinhava, lavava louça, consertava coisas quebradas.
Nunca forçava conversa. Só estava… ali.
Harper, firme, o observava em silêncio. Às vezes sorria, mas não cedia. — Isso não vai mudar minha decisão, Eros. — disse ela, enquanto costurava uma bainha.
Ele se sentou ao lado dela no chão, sem parar de descascar batatas.
— Eu sei. — respondeu com serenidade.
— Mas depois de dois anos longe de ti… só o fato de te ver todos os dias já é melhor que qualquer vida que eu tinha antes.
Ela parou de costurar por um segundo, sem conseguir conter um pequeno suspiro. M