Janete é uma mulher destemida, conhecida por sua personalidade difícil e por buscar as aventuras mais perigosas. Ela não se deixa prender por convenções e está sempre em busca do próximo desafio. Quando sua amiga a convida para ir a um baile no morro do Tijuca, Janete reluta, mas a promessa de emoção acaba sendo irresistível.No entanto, o que era para ser apenas uma noite de diversão se transforma em um jogo de sedução e perigo quando ela conhece Pantera, um homem enigmático e cheio de mistério. Ele é o tipo de homem que Janete nunca imaginou se envolver: intrigante, sedutor e com um poder que parece ter o controle de tudo ao seu redor.A atração entre eles é instantânea, e Janete se vê mergulhada em uma noite repleta de tensão, riscos e desejos intensos. Mas Pantera tem seus próprios segredos e, ao se envolver com ele, Janete precisa enfrentar não apenas seus próprios limites, mas também as consequências de se jogar em um mundo onde o perigo e a paixão andam lado a lado.Será que Janete conseguirá controlar essa paixão avassaladora ou se perderá em um jogo que pode mudar sua vida para sempre?
Leer másJanete Narrando
Meu nome é Janete, tenho 32 anos e sou uma mulher de poucas palavras. Sempre fui assim, direta e reta, sem paciência para rodeios ou frescuras. Não levo desaforo para casa e, se alguém acha que pode passar por cima de mim, aprende rápido que comigo as coisas não funcionam desse jeito. Meu corpo reflete minha disciplina. Faço crossfit há anos, e cada treino é um desafio que encaro de frente. Meu corpo é bem definido, músculos firmes, força e resistência que não são só físicas, mas também fazem parte da minha essência. Sempre gostei de me sentir forte, de saber que posso me defender se for preciso. Minha pele negra é um orgulho, herança que carrego com firmeza. Meus cabelos são enrolados, cheios de vida, volumosos como minha presença. Nunca precisei de ninguém me dizendo o que fazer com eles, e muito menos com minha vida. Sou eu quem dita as regras do meu caminho, e quem não gosta, que siga outro rumo. A vida nunca me deu nada de graça. Tudo que conquistei foi com esforço, suor e determinação. Não sou de reclamar, sou de agir. Quando vejo um problema, encaro de frente. Cresci aprendendo que o mundo não é justo, mas que a gente pode, sim, lutar pelo que quer. E eu luto, todos os dias. No trabalho, sou respeitada. Não sou de sorrisos fáceis ou conversa fiada. Faço o que precisa ser feito e não espero reconhecimento de ninguém. Se tem uma coisa que aprendi cedo é que depender dos outros é o caminho mais rápido para a decepção. Prefiro confiar na minha própria força. Às vezes, as pessoas acham que sou fria. Talvez eu seja mesmo. Mas a verdade é que eu só entrego minha confiança para quem merece. E esse número é bem pequeno. Quem me conhece de verdade sabe que, apesar da casca dura, sou leal como poucos. Protejo os meus com unhas e dentes. E, se alguém quiser testar até onde posso ir, pode ter certeza de que vai descobrir rápido. Hoje, minha melhor amiga, Nath, me ligou empolgada. Assim que atendi, já senti que vinha ideia. — Janete, sem desculpas! Hoje tem um baile lá no morro da Tijuca e você vai comigo! — ela disse, cheia de energia. Revirei os olhos, mesmo sabendo que ela não podia me ver. — Ah, Nath... Não sei se estou no clima para isso, não. — Para de ser chata! Você nunca quer sair, mulher! Vai ser bom, a gente dança, bebe alguma coisa, se diverte um pouco. Você anda muito na sua. Suspirei, já prevendo que ela não ia largar do meu pé tão fácil. — Vou pensar no seu caso. — Isso quer dizer que sim, né? — Nath insistiu, rindo. — Isso quer dizer que vou pensar no seu caso — repeti, firme. Ela bufou, mas eu sabia que não ia desistir tão fácil. Era sempre assim. E, no fundo, talvez eu até precisasse sair um pouco. Mas nunca entrego o jogo logo de cara. Era sempre assim. E, no fundo, talvez eu até precisasse sair um pouco. A verdade é que faz tempo que não me permito relaxar. O dia a dia é sempre uma correria, treino, trabalho, casa, e no meio disso tudo, minha paciência para socializar foi ficando cada vez menor. Mas Nath sempre soube como me puxar de volta para o mundo, me lembrar que viver não é só cumprir obrigações. Depois de desligar o telefone, fiquei encarando meu reflexo no espelho. O rosto sério, a expressão sempre fechada, como se eu estivesse pronta para qualquer briga. Talvez estivesse mesmo. Mas será que eu estava pronta para simplesmente me divertir? Joguei o celular na cama e fui tomar um banho. No fundo, já sabia a resposta. Assim que saí do banheiro, enrolada na toalha, escutei a campainha tocar. Franzi a testa. Quem poderia ser? Caminhei até a porta e, quando abri, lá estava Nath, sorridente e já pronta para o baile. — Achei que você fosse pensar no meu caso — ela debochou, cruzando os braços. — E pensei — retruquei, arqueando uma sobrancelha. — Pois bem, sua resposta tem que ser sim, porque eu não vim aqui à toa! Agora vamos te arrumar! — Ela entrou sem cerimônia, já indo direto para o meu guarda-roupa. Suspirei, sabendo que tinha perdido essa batalha. Nath começou a revirar minhas roupas, murmurando para si mesma enquanto analisava cada peça. — Você tem um corpão, mulher! Bora mostrar isso! Nada de roupa séria hoje. Vamos de algo que marque essa cintura e valorize essas pernas. Antes que eu pudesse protestar, ela já tinha jogado um vestido justo na cama. — Veste isso. E sem reclamar! — ordenou. Bufei, mas peguei a peça. Enquanto eu trocava de roupa, ela já separava os itens para a maquiagem. — Nath, eu não sei fazer essas coisas — resmunguei. — E é por isso que eu estou aqui! — ela sorriu, pegando um pincel. — Agora senta aí e deixa comigo. Hoje você vai brilhar, Janete! Revirei os olhos, mas obedeci. No fundo, não queria admitir, mas já estava começando a gostar da ideia. Quando me olhei no espelho depois da transformação, tive que admitir: Nath sabia o que fazia. Minha pele estava iluminada, os olhos realçados com um delineado preciso e a boca destacada com um batom que eu jamais escolheria por conta própria. — Agora sim! Você tá um escândalo, amiga! — Nath comemorou, batendo palmas. Dei um meio sorriso, ajeitando o vestido no corpo. — Vamos logo antes que eu mude de ideia — resmunguei, pegando minha bolsa. — Isso que é espírito de festa! — ela riu, me puxando porta afora. No elevador, respirei fundo. Fazia tempo que não me permitia sair assim, sem preocupações. Talvez essa noite fosse diferente. Talvez eu realmente conseguisse me divertir. Só restava saber o que o baile da Tijuca reservava para mim. Assim que chegamos na entrada do morro, vi que os caras que estavam por ali, armados, pararam o que estavam fazendo e olharam para mim. Um deles assobiou e soltou um comentário: — Eita, olha o morenão bonito passando aí. Outro riu e concordou. — Chama atenção mesmo, hein. Se eu fosse tu, tomava cuidado, viu, gata? Revirei os olhos, ignorando as gracinhas. Nath, ao meu lado, só riu e cutucou meu braço. — Tá podendo, hein? Não respondi, apenas cruzei os braços enquanto os caras liberavam nossa entrada. O som do baile já ecoava mais ao fundo, a batida pesada do funk marcando o ritmo da noite. — Vamos nessa, Nath. Quero ver se essa festa toda vale a pena mesmo — falei, enquanto descíamos pelo beco iluminado pelas luzes coloridas do baile. A noite só estava começando.Janete Narrando Nunca imaginei que minha vida fosse virar tudo isso. Que eu, Janete, um dia ia tá contando essa história com o coração tão cheio. Mas aqui tô eu… com aliança no dedo, bebê no colo e uma nova versão de mim mesma que eu aprendi a amar.O dia do meu casamento com o Pantera foi mágico. Tinha gente do morro, da quebrada, das antigas e das novas fases da nossa vida. Ele chegou todo no estilo dele, daquele jeito marrento que só ele sabe, mas com os olhos brilhando quando me viu entrar. Foi ali que eu tive certeza… era ele. Sempre foi ele.A cerimônia foi simples, mas cheia de verdade. As palavras do pastor bateram fundo, e quando a gente disse "sim", parecia que o mundo parou por um segundo pra ver a gente começar essa nova etapa.Meses depois, nosso filho chegou. Um meninão lindo, saudável, com os olhos puxando pra mim e o gênio... igualzinho ao pai. O Pantera ficou besta. Chorou, sorriu, prometeu que ia ser o melhor pai do mundo — e tá sendo. Não larga o menino por nada.O
Nath Narrando Acordei com o celular apitando, e quando peguei pra olhar, já tinha uma mensagem da Janete. Sorri sozinha. Ela sempre tão atenta, ainda mais agora… acho que eu já sei o que tá acontecendo com ela, mas vou deixar ela descobrir no tempo dela.Levantei devagar, com aquele clima de "acabamos de voltar da lua de mel" ainda grudado na pele. Olhei pro lado, e o Blackout tava ali, largado na cama, com aquele sorriso moleque no rosto. Tão meu. Tão nosso.Desci pra cozinha pensando em tudo que a gente viveu até aqui… e no que ainda tá por vir. A festa de recepção no morro foi tudo, o Pantera caprichou demais. E agora, com essa novidade da Janete e o chá revelação que tão tramando, parece que a gente tá mesmo construindo uma família gigante, cheia de amor e bagunça.Mandei um áudio pra ela:— Amiga, não aguento mais! Me diz o que tá rolando aí, que tu tá toda misteriosa! Tô achando que vou ser madrinha de novo, hein…Deixei a mensagem rolar e fui preparar um café. Sabe aquela sens
Pantera Narrando Acordei no pique, cheio das ideia na mente. Ver a Janete daquele jeitinho, com os olhinho brilhando e o sorriso tímido… mano, não tem preço. Minha coroa vai ser mãe. Minha cria tá a caminho. E eu? Eu vou ser pai, fiote. Bagulho doido, né? Nunca pensei que ia me ver nessa fita, mas tô amarradão.Levantei sem fazer barulho, deixei ela dormindo mais um pouco. Fui pra cozinha, preparei um cafézão daora: pão na chapa, suco de laranja, aquele cafezinho preto que ela ama, botei até umas frutas que ela curte. Tudo bonitinho na bandeja. Voltei pro quarto como se fosse garçom de novela, todo besta.— Acorda, rainha da quebrada... café tá servido — falei com aquele sorriso de canto, vendo ela abrir os olhos devagarzinho.Ela sorriu, meio com cara de quem ainda não acreditava na notícia. E eu? Só agradecendo a Deus por ter essa mulher do meu lado. Forte, linda, e agora, mãe do meu filho.Depois que a gente tomou o café, mandei mensagem pro Blackout:— Fala tu, truta. Vem cá em c
Janete Narrando Acordei com aquele cheirinho de café invadindo o quarto, e já sabia... era coisa do Pantera. Ele fazia umas surpresas que, olha, mexiam comigo. Me espreguicei devagar, ainda sentindo no corpo a noite passada, e quando abri os olhos, lá estava ele: sorriso torto, bandeja na mão, e aquele olhar de quem planeja coisa boa.— Bom dia, minha rainha — ele disse, pousando a bandeja no colo da cama.— Você tá mimando demais essa mulher aqui, hein... — falei rindo, pegando o copo de suco.Ele sentou do meu lado, me deu um beijo na testa e falou daquele jeitão dele:— Cê merece o mundo, Janete... mas por enquanto vai ficando com o café mesmo.A gente riu junto, e aí ele me contou do baile surpresa pro Blackout e a Nath. Eu fiquei toda empolgada, porque sabia o quanto aquilo significava pra ele — e pra mim também. Tamo virando uma família ali, no meio do caos, dos corres, do morro e da vida doida.— E eu vou tá do seu lado pra tudo, Pantera. Cê sabe disso, né?Ele assentiu, olhan
Pantera Narrando Já acordei com o celular pitando, e quando vi, era mensagem do Black:— Chego amanhã no RJ, irmão. Vê se aparece.Eu li aquilo com um sorrisinho maroto no canto da boca. Cê é doido, mano… esses dois voltando da lua de mel merecem uma recepção de responsa. Fiquei até pilhado.Levantei da cama, beijei a testa da Janete que ainda tava dormindo toda largada no lençol, e fui direto pra cozinha preparar um café. Enquanto o café coava, já fui mandando mensagem no grupo dos cria:— Prepara o baile! black e nath tão voltando, porra! Quero o morro no grau!Em menos de cinco minutos, a rapaziada já tava toda no pique. Falei com o DJ, combinei com o pessoal da estrutura, chamei o mano da carne, a tia do pastel, geral. Vai ter fogos, vai ter paredão, e vai ter amor no ar também, que eu sou cria mas tenho coração, fi.No corre do dia, ainda resolvi umas fitas da contabilidade da boca dinheiro tem que bater certinho, né? mas minha mente já tava lá na noite seguinte: baile estoura
Blackout Narrando Mano, a vibe aqui tá fora do normal, papo reto. Eu nunca imaginei que a tal da lua de mel ia ser tipo um paraíso mesmo, tá ligado? Eu e a Nath tão num lugar que parece cena de filme, com mar azulzão, bangalô de madeira e aquele silêncio que só existe longe da quebrada. E cê acha que eu tô reclamando? Tô nada, fi, tô amando cada segundo.Acordei hoje com ela toda enrolada no lençol, cabelo bagunçado e aquele sorriso de quem dormiu em paz. Fiquei só admirando, tá ligado? A Nath tem um brilho que nem o sol consegue competir. Fui lá, levantei na miúda, preparei um café da manhã bolado pra ela, com tudo que tinha direito. Frutinha, pãozinho, suco... até flor eu coloquei na bandeja, menor.Cheguei no quarto com a bandeja na mão, e ela me olhou rindo.— Tá querendo me mimar demais, hein?— Quero te mimar a vida inteira, minha preta.Ela sorriu daquele jeitinho que me desmonta, e a gente tomou café na cama, rindo, se beijando, curtindo a paz que a gente tanto lutou pra conq
Último capítulo