Janete narrando
Depois daquele baile no morro da Tijuca, minha cabeça tava a mil. Não sei se foi a bebida, o som alto, ou aquele tal de Pantera tentando bancar o dono da situação. Mas uma coisa era certa: eu não sou mulher de ficar impressionada fácil. Ainda mais com homem que acha que é só chegar com pose e gíria bonita que vai me levar. Comigo o buraco é mais embaixo.
Cheguei em casa, tirei a maquiagem com preguiça, joguei a roupa na cadeira do quarto e fui direto pro banho. Enquanto a água quente caía no meu corpo, eu ficava lembrando do jeito que ele me olhou, como se soubesse que, mais cedo ou mais tarde, eu ia ceder. Coitado. Se ele pensa que é só isso, vai ter que suar.
E aquele momento em que ele mandou o outro cara sair de perto de mim? Se achando o dono, o protetor. Eu ri por dentro, mas soltei a língua porque não aceito homem se metendo nas minhas escolhas.
Deitei na cama, mas o sono demorou a vir. Meu corpo ainda tava elétrico. Meu peito meio acelerado, minha mente rodand