Nos becos sombrios de Gotham, uma figura emerge das sombras, vestida com o manto escarlate do Capuz Vermelho. Mas quem é o homem por trás da máscara? Em uma cidade dominada pelo caos, descubra a jornada de um anti-herói em busca de justiça e redenção. Jason Todd, outrora o segundo Robin, renasceu como o vigilante Capuz Vermelho após ser dado como morto pelo Coringa. Agora, ele patrulha as ruas de Gotham, uma alma atormentada pelo passado e pela sombra do Batman. Enquanto caça os criminosos mais perigosos da cidade, Jason confronta seus próprios demônios internos, lutando para encontrar seu lugar em um mundo que o havia esquecido. Neste conto de intriga e redenção, mergulhe na busca incansável de um homem pela justiça em meio ao caos.
Leer másEu me lembro do dia em que morri. É difícil esquecer os gritos, a dor e o riso insano que ecoava pelas paredes do armazém abandonado. O Coringa, com seu sorriso distorcido e olhos cheios de loucura, transformou aquele lugar no cenário do meu pior pesadelo.
— Você sabe, garoto — ele disse, enquanto balançava aquele pé-de-cabra ensanguentado. — Batman nunca chega a tempo. Não para você. Eu estava amarrado, ensanguentado, impotente. Cada golpe era uma sinfonia de dor que reverberava pelo meu corpo. Eu podia sentir meus ossos se quebrando, cada respiração se tornando um esforço monumental. Minha visão turvava, mas a imagem do Coringa, com seu rosto branco e cabelo verde, estava gravada na minha mente. — Por quê? — consegui murmurar, cuspindo sangue. — Por quê... eu? Ele riu, um som que fez meu estômago revirar. — Porque você era o mais divertido, meu querido Robin. Sempre tão sério, tão determinado. É trágico, realmente. Foi naquele momento que eu percebi que não havia esperança. Batman não chegaria a tempo. E mesmo se chegasse, eu não sabia se queria que ele visse o que restava de mim. Meus pensamentos vagaram até Bruce, e uma parte de mim desejou que ele não encontrasse meu corpo. Que ele não visse a falha que eu me tornara. Então veio a explosão. O Coringa desapareceu, deixando-me sozinho para morrer. Eu ouvi o som distante de passos correndo, mas estava escuro demais, frio demais. A dor começou a se desvanecer, substituída por uma estranha sensação de paz. Morri naquele dia, mas não foi o fim da minha história. De alguma forma, fui trazido de volta. Não foi mágica, não foi um milagre. Foi uma combinação de ódio, desejo de vingança e a intervenção dos Poços de Lázaro. Eu ressurgi, não como o Robin que todos conheciam, mas como algo mais sombrio, mais perigoso. Eu me tornei o Capuz Vermelho. Quando meus olhos se abriram, o mundo ao meu redor era uma confusão de cores e sons. Meus pensamentos estavam embaralhados, minha mente um turbilhão de confusão e raiva. O primeiro rosto que vi foi de Talia al Ghul, que me observava com uma mistura de preocupação e triunfo. Ela falava algo, mas suas palavras pareciam distantes, distorcidas. — Jason, você está bem? — ela perguntou, sua voz reverberando na minha cabeça. Tentei me levantar, mas meus músculos estavam fracos, meus movimentos descoordenados. A dor era insuportável, mas não era só física. Havia algo mais profundo, uma sensação de perda e deslocamento que não conseguia entender. — Onde... onde estou? — minha voz saiu rouca, quase um sussurro. — Você está seguro agora — Talia respondeu, ajudando-me a sentar. — Nós te trouxemos de volta. As palavras dela penetraram na minha mente, mas o significado demorou a se registrar. Trouxeram-me de volta? Eu deveria estar morto. Lembrei-me do Coringa, do pé-de-cabra, do riso insano. A lembrança trouxe uma onda de raiva que queimou dentro de mim, uma fúria que não conseguia controlar. Levantei-me abruptamente, tropeçando, e agarrei Talia pelos ombros. — Por quê? — gritei. — Por que me trouxeram de volta? Ela não resistiu, seus olhos mantendo-se firmes nos meus. — Porque você tem uma missão, Jason. Há muito mais que você pode fazer. A raiva continuava fervendo dentro de mim, mas havia também uma dor profunda, uma sensação de estar perdido. Olhei ao redor, percebendo os detalhes do lugar onde estava – uma câmara antiga, as paredes decoradas com símbolos que não reconhecia. A caverna dos Poços de Lázaro. De repente, tudo pareceu se encaixar. Os Poços de Lázaro, conhecidos por suas propriedades de ressurreição, mas também pelos efeitos colaterais – insanidade temporária, perda de identidade. Comecei a entender o porquê da minha confusão, da raiva incessante que sentia. — Eu... eu não sei quem sou — admiti, soltando Talia. — Tudo está tão... errado. Ela assentiu, seu olhar suavizando. — É normal, Jason. O Poço tem seus efeitos. Mas você vai se lembrar. Você vai se encontrar novamente. Os dias seguintes foram um borrão de treinamento e torturas. Cada sessão era uma batalha interna, tentando recuperar fragmentos da minha memória, tentando reconciliar quem eu era com quem havia me tornado. Mas a raiva, a sede de vingança, nunca desaparecia. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto do Coringa, ouvia seu riso. A imagem de Bruce também assombrava meus pensamentos, um símbolo de tudo que eu havia perdido, de todas as falhas. Eu não era mais o Robin que ele conhecia. Eu não podia ser. — Você precisa canalizar essa raiva, Jason — dizia Talia, enquanto eu esmurrava sacos de areia até minhas mãos sangrarem. — Use-a como uma arma. Deixe-a ser sua força. E eu fiz. Mas à medida que me fortalecia, percebia que estava me afastando cada vez mais da minha antiga vida. Minha identidade como Jason Todd, como Robin, estava desmoronando. Em seu lugar, uma nova persona estava emergindo – alguém mais sombrio, mais letal. A transformação foi completa quando decidi adotar o manto do Capuz Vermelho. Não era mais uma homenagem ao antigo rival de Bruce, mas uma declaração de minha nova identidade. Um lembrete constante de que eu havia renascido das cinzas, moldado pelo ódio e pela vingança. O Capuz Vermelho não era um herói. Ele era um executor, um agente de justiça brutal em uma cidade que conhecia pouca compaixão. Eu não podia mais ser o Robin. Robin havia morrido naquele armazém, e o Capuz Vermelho havia surgido de suas cinzas, um símbolo de tudo que Gotham havia me ensinado sobre dor, perda e vingança. Cada vez que patrulhava as ruas, sentia a raiva borbulhando dentro de mim, uma força que me guiava. Enfrentava os criminosos com uma ferocidade que não tinha antes, e cada vitória era uma pequena vingança contra o mundo que me havia traído. Mas, mesmo assim, havia momentos de lucidez, onde a dor da minha antiga vida surgia, onde as memórias de Bruce e do que eu havia sido vinham à tona. — Jason — Talia me chamou certa noite, enquanto eu limpava minhas armas. — Lembre-se, a fúria é uma ferramenta poderosa, mas também é uma lâmina de dois gumes. Não deixe que ela te consuma. Olhei para ela, seus olhos refletindo uma sabedoria que eu ainda lutava para entender. — Não se preocupe — respondi, meu tom mais frio do que pretendia. — Eu sei exatamente o que estou fazendo. Ela não insistiu, mas eu sabia que suas palavras tinham um fundo de verdade. A raiva era minha companheira constante, mas também era um lembrete do que eu havia perdido e do que me tornei. E, por mais que tentasse, não podia apagar completamente a sombra de quem eu era antes de morrer. Certa noite, enquanto patrulhava um dos bairros mais perigosos de Gotham, deparei-me com uma cena que refletia meu próprio pesadelo. Um jovem, vestindo uma capa que lembrava a de Robin, estava cercado por criminosos, suas risadas ecoando pelos becos. — Ei! — gritei, minha voz carregando uma autoridade inquestionável. — Soltem ele. Os homens se viraram, surpresos ao me ver. Um deles, um brutamontes tatuado, avançou com um sorriso desdenhoso. — E quem é você para nos dar ordens? Eu não hesitei. Em um movimento rápido, saquei minhas pistolas e disparei contra suas pernas, derrubando-o. Os outros, vendo a seriedade em meus olhos, recuaram. — Estou avisando pela última vez — rosnei. — Sumam daqui. Eles fugiram, deixando o jovem estendido no chão, machucado, mas vivo. Aproximei-me dele, ajudando-o a se levantar. Seus olhos estavam cheios de medo e gratidão. — Obrigado — ele murmurou, tremendo. — Eu... eu pensei que ia morrer. Olhei para ele, vendo uma sombra do que eu era antes. A raiva dentro de mim se acalmou um pouco, substituída por uma dor familiar. — Fique fora das ruas — aconselhei, meu tom mais suave. — Não cometa os mesmos erros que eu cometi. Ele assentiu, desaparecendo na noite. Fiquei ali por um momento, sozinho com meus pensamentos, refletindo sobre o caminho que havia escolhido. A cidade de Gotham era um lugar de sombras e monstros, mas enquanto eu estivesse lá, enquanto o Capuz Vermelho existisse, eu garantiria que ninguém mais tivesse que enfrentar o mesmo destino que eu. Mas a raiva, essa nunca me deixaria. Ela era a chama que me mantinha em movimento, a força que me guiava através da escuridão. E enquanto eu respirasse, enquanto houvesse injustiça nas ruas de Gotham, eu continuaria lutando, lembrando a todos que, mesmo na morte, eu havia encontrado uma nova vida. Uma vida nascida da vingança, forjada pelo ódio. Eu era Jason Todd e agora Capuz Vermelho. E minha história estava apenas começando.Enquanto o sol subia lentamente, inundando Gotham City com sua luz quente e suave, Jason e Roy permaneceram na cobertura, aproveitando o raro momento de tranquilidade. A cidade abaixo começava a despertar, e os sons da vida cotidiana substituíam o silêncio da madrugada. Carros iniciavam seu tráfego matinal, e as primeiras pessoas saíam de suas casas, iniciando mais um dia na metrópole turbulenta.Jason se voltou para Roy, seu olhar carregado de afeto. O passado deles era uma tapeçaria de momentos compartilhados, de lutas e reconciliações, de perdas e vitórias. Eles haviam passado por tanto juntos, e cada cicatriz, cada memória, só reforçava o vínculo inquebrável que compartilhavam.— Sabe, Roy, por mais desafiador que tenha sido tudo isso, eu não mudaria nada — disse Jason, sua voz firme, mas carregada de emoção.— Cada passo, cada erro, cada batalha... tudo nos trouxe até aqui.Roy sorriu, um sorriso que falava de compreensão e reciprocidade. Ele sabia exatamente do que Jason estava f
Jason e Roy estavam sentados no sofá da sala de estar, recuperando-se após uma patrulha intensa. O silêncio pairava entre eles, mas Jason sabia que era hora de enfrentar uma conversa há muito adiada.— Roy, preciso falar sobre algo importante com você, — disse Jason, sua voz séria.Roy olhou para ele, percebendo a gravidade em seu tom.— Claro, Jay. O que está acontecendo?Jason respirou fundo, preparando-se para revelar seus pensamentos mais profundos.— É sobre Bruce. Eu sinto que ainda há tensão entre nós, e não podemos continuar assim. Precisamos resolver isso de uma vez por todas.Roy assentiu, compreendendo a importância do assunto.— Entendo. Você está certo, Jay. Talvez seja hora de ter uma conversa franca com o velho morcego.Jason concordou, sabendo que adiar essa conversa só aumentaria a tensão entre ele e Bruce.— Vou ligar para Bruce e marcar um encontro na Mansão Wayne. Precisamos resolver isso o mais rápido possível.Bruce os recebeu na biblioteca, sua postura imponente
Com o novo quartel-general estabelecido, a equipe de Jason e Roy se tornou mais eficiente e unida. O armazém, transformado em uma fortaleza moderna, oferecia a segurança e os recursos necessários para que pudessem operar de forma eficaz em Gotham. Mas, como sempre, a cidade tinha suas próprias maneiras de testar até os vigilantes mais preparados.Era uma noite agitada em Gotham. As sirenes da polícia ecoavam à distância, e o som de helicópteros sobrevoando a cidade era constante. Jason e Roy estavam no centro de operações, revisando os relatórios de inteligência e coordenando com suas recrutas.— Temos um aumento nas atividades dos Maroni no leste da cidade, — disse Stephanie, analisando o mapa tático no monitor.— Parece que eles estão planejando algo grande.— Precisamos agir rápido, — acrescentou Cass, sua expressão séria.— Não podemos deixar que eles ganhem mais terreno.Harper, sempre prática, começou a preparar os equipamentos.— Vou garantir que temos tudo que precisamos. Não p
Apesar das conquistas e do apoio dos amigos, Jason ainda lutava com seus próprios demônios. Uma noite, após uma missão particularmente difícil, ele encontrou-se perdido em pensamentos sombrios.A missão havia sido brutal. Eles tinham enfrentado um grupo de mercenários que planejava um atentado em um prédio governamental. A luta foi intensa, com tiros e explosões ecoando pelas ruas de Gotham. Jason e sua equipe conseguiram desarmar as bombas e capturar os mercenários, mas não sem custo. Durante a batalha, Jason viu algo que o fez lembrar de seu tempo com o Coringa, um flash de dor e trauma que ele nunca conseguia apagar completamente.Depois de retornar ao apartamento, enquanto os outros descomprimiam, Jason se retirou para o telhado, buscando o ar frio da noite para clarear a mente. Ele se sentou na beirada, olhando para as luzes da cidade abaixo. Cada lampejo de neon e cada sirene distante pareciam ecoar os gritos e a violência que ele havia testemunhado.Roy percebeu a mudança e se a
Apesar da nova fase, o passado sempre encontrava uma maneira de se infiltrar. Certo dia, enquanto patrulhavam, Jason recebeu uma mensagem de Dick Grayson, convidando-os para um encontro.— O que acha? — perguntou Roy, lendo a mensagem por cima do ombro de Jason.— Acho que é hora de nos reconectarmos com os velhos amigos, — respondeu Jason com um sorriso.Chegaram ao local combinado, uma velha cafeteria onde costumavam se reunir antes dos tempos tumultuados. A cafeteria era acolhedora, com uma decoração vintage que incluía sofás de couro desgastado, mesas de madeira rústica e uma jukebox no canto, tocando suaves clássicos de rock dos anos 80. As paredes eram adornadas com fotos em preto e branco de Gotham em seus dias de glória.Dick, Tim, e até Damian estavam lá, esperando por eles. Dick, o mais velho dos Robins, sempre foi o pilar da unidade entre eles. Tim, sempre o estrategista, observava tudo com olhos curiosos e atentos. E Damian, o mais jovem, ainda exibia sua postura orgulhosa
Jason acordou lentamente, sentindo o calor ao seu lado. Ele piscou algumas vezes, tentando lembrar onde estava e por que sentia uma onda de conforto e constrangimento ao mesmo tempo. Ao virar a cabeça, viu Roy deitado ao seu lado, ainda dormindo. O cabelo ruivo de Roy estava espalhado pelo travesseiro, e um leve sorriso brincava em seus lábios.Jason respirou fundo, lembrando-se dos eventos da noite anterior. Eles haviam finalmente cruzado uma linha que ambos vinham evitando há muito tempo. O sentimento de vergonha se misturava com uma sensação profunda de realização e felicidade.Lentamente, Jason saiu da cama, tentando não acordar Roy. Ele vestiu uma camiseta e foi para a cozinha, onde começou a preparar café. A familiaridade dos movimentos ajudava a acalmar seus nervos, mas ele não podia deixar de pensar no que isso significava para eles dois.Enquanto o café passava, Jason recostou-se contra o balcão, refletindo sobre a nova dinâmica de sua relação com Roy. Nos últimos meses, eles
Último capítulo