Elora, marcada por cicatrizes do passado e detentora de um poder há muito adormecido, carrega segredos que podem mudar seu destino. Dorian, o dominador Rei Lycan, inspira temor e desejo a cada passo, fazendo com que até as sombras se curvem diante de sua presença. Quando seus caminhos colidem, uma faísca proibida rasga a noite — desejo e raiva se entrelaçam em uma tensão tão intensa que até o próprio destino parece tremer. As forças sinistras cercam Elora, sedentas pelo poder oculto que ela carrega. Ainda assim, ela sente-se irresistivelmente atraída por Dorian — o homem capaz tanto de salvá-la quanto de arrastá-la para a perdição. Em meio às trevas e encantamentos de um reino ancestral, cada encontro entre Elora e Dorian sussurra segredos e emoções arrebatadoras, tornando o desfecho tão sedutor quanto imprevisível.
Ler maisPonto de Vista: de Elora O calor do olhar de Darian ainda queimava sobre minha pele quando um movimento brusco no bosque chamou nossa atenção. Era Ragnar, o Beta de Darian, surgindo das sombras com a expressão carregada de tensão. — Meu rei. — Ragnar inclinou a cabeça respeitosamente, mas seus olhos estavam cravados em Darian com urgência. — Preciso falar com você. Em particular. Darian nem se moveu. Seus olhos dourados ainda estavam presos em mim, como se Ragnar fosse nada mais que um ruído distante. — Agora. — Ragnar insistiu, a voz baixa, quase uma advertência. Darian soltou um suspiro pesado, os músculos do maxilar se contraindo. Sem tirar os olhos dos meus, ele disse: — Fale. Ragnar hesitou por um momento antes de soltar a verdade: — Você está se expondo, meu rei. Ela é... mais do que parece. Existe magia antiga nela. E quanto mais você se aproxima, mais vulnerável fica. — Eu não me importo. — Darian rosnou, sua voz rouca, cheia de algo primal. Ragnar fr
Ponto de vista de Elora: A presença dele era uma muralha de calor atrás de mim. Cada vez que Dorian se aproximava, meu corpo reagia antes que eu pudesse ordenar o contrário. Era irracional, selvagem... perigoso. (Pensamento meu) "Ele é uma tempestade. E eu estou cansada de fugir da chuva." — Concentre-se, Elora. — a voz de Lilith soou, puxando-me de volta para o presente. — Você precisa aprender a chamar seu poder. Sentir o que corre em suas veias. Eu respirei fundo, afastando — ou tentando afastar — a imagem de Darian da minha cabeça. Lilith se movia com a graça de uma predadora, os olhos dourados brilhando sob a luz filtrada pelas árvores. Ela era um lembrete vivo do que eu poderia me tornar: poderosa, indomável. — As filhas de Velora não pedem permissão à magia. — disse ela, aproximando-se. — Elas a tomam. Senti Dorian se mover mais perto, como se seus próprios instintos se rebelassem contra a distância que Lilith tentava impor entre nós. Era como se ele me cercasse sem toc
Ponto de Vista: Elora A tensão no ar estava tão espessa que eu mal conseguia respirar. Dorian estava perto demais, e ao mesmo tempo, sua presença era inescapável. Cada movimento dele parecia intencional, desenhado para me desestabilizar, e estava funcionando. Quando Lilith se afastou, seus passos se perderam rapidamente no eco do pátio de treinamento. Aquele breve instante de liberdade foi curto demais, pois Dorian, com sua postura imponente, se aproximou ainda mais. A distância entre nós sumia com cada passo que ele dava, até que eu senti o calor de seu corpo quase colado ao meu. Ele parou bem na minha frente, tão próximo que não podia mais ignorar o calor da sua pele, nem o peso de seus olhos sobre mim. O silêncio entre nós era carregado de algo visceral, algo que eu não sabia identificar, mas que estava me consumindo. O ar parecia mais denso, a cada segundo que ele ficava ali, observando cada respiração minha. — Elora... — a voz dele era um sussurro rouco, carregado de autorid
Ponto de Vista: KaelaA brisa da manhã carregava o cheiro amargo da matilha de Liliane. Um grupo desorganizado, quebrado pela dor e pela fraqueza. Uma vergonha para o sangue que carregavam. Ainda assim, pedaços podiam ser aproveitados. Um lobo faminto é fácil de domar com promessas e medo.Liliane caminhava à minha frente, o corpo tenso, mas a esperança brilhando nos olhos cansados. Pobre mulher. Ainda acreditava que havia uma aliança entre nós. Ainda pensava que eu moveria céus e terras para ajudá-la a se vingar de Elora.(Pensamento de Kaela)"Se ao menos soubesse que, no fundo, eu até simpatizo mais com Elora do que com ela... Cedric era um porco infiel. Nunca valorizou o que tinha. Elora fez o que qualquer fêmea poderosa faria: sobreviveu."Mas simpatia era irrelevante. Eu não estava aqui para julgamentos morais. Eu estava aqui para poder.— Está pronta? — perguntei, olhando para Liliane como quem observa um inseto interessante.Ela assentiu, o rosto endurecido pela sede de vingan
Ponto de Vista: LilianeEu não sabia o que esperar quando Kaela Stormfang olhou para mim com aquele sorriso impiedoso. Cada palavra dela ainda ressoava em minha mente, como um eco que se recusava a desaparecer. Mas, ao contrário do que eu esperava, Kaela não me desprezou completamente. Ela havia me deixado, humilhada e derrotada, mas com um fio de esperança.Eu sabia que ela só me observava com aquele olhar calculista porque estava planejando algo. Mas o quê, exatamente?O vento cortante que passava entre as árvores parecia mais cruel a cada passo que eu dava. Cada sombra que se movia na mata ao meu redor parecia me espreitar, mas não havia mais a audácia em mim para me esconder. Eu não tinha mais nada a perder.E, no fim, foi exatamente isso que me levou até ela novamente. Não, eu não era mais a matriarca poderosa. Não tinha o poder de meu marido, não tinha os recursos que um dia possuíra. O único poder que me restava era o fogo da vingança. E isso eu ainda possuía.Mas, antes de me
Ponto de Vista: LilianeA estrada estava mais longa do que eu imaginava. Cada passo parecia mais pesado, como se o peso do meu próprio desespero estivesse me esmagando.Eu já havia percorrido longos trechos sem encontrar um único aliado disposto a se juntar à minha causa. A lealdade não é fácil de se comprar, especialmente quando você não tem mais um filho para oferecer como moeda de troca.Primeiro, fui atrás de um velho clã de lobisomens que, no passado, serviram ao meu marido. Não mais. Eles estavam fracos, desorganizados, e sem a mínima vontade de se envolver em uma guerra de poder que envolvia Dorian e suas feras. Eles se esconderam nas montanhas, e eu quase perdi a paciência ao ver o desprezo em seus olhos.Eles viam minha raiva como uma doença. Não estavam dispostos a lutar por uma matriarca enfraquecida.(Pensamento de Liliane)"Esses covardes... se o meu marido ainda estivesse vivo, ele os teria esmagado sob seu pé."Em seguida, tentei um bando de mercenários — homens e mulhe
Ponto de Vista: LilianeO vento gélido cortava minha pele enquanto eu observava o horizonte do alto da colina. A noite havia caído com uma rapidez sombria, como se a própria terra quisesse esconder-se daquilo que eu estava prestes a fazer.A vingança estava ao alcance, mas ainda não o suficiente.Cada passo dado até ali tinha sido uma preparação meticulosa. Como uma loba em sua toca, eu sabia que não poderia atacar sem entender a verdadeira extensão dos inimigos que enfrentaria.(Pensamento de Liliane)"Elora... você acha que pode se esconder atrás das sombras de Dorian? Não. Não com o peso da morte de meu filho em seu pescoço."Meu olhar se fixou no castelo distante, o imponente refúgio de Dorian. Ele estava ali, mas em seu trono de ossos, rodeado por suas feras. Ele não seria fácil de derrubar, mas quem disse que o destino era fácil?Não era, e nunca foi. Não para alguém como eu.Enquanto o cavalo avançava pela estrada poeirenta, minha mente vagava, buscando maneiras de driblar a fo
Ponto de Vista: LilianeO frio entranhava-se nos meus ossos, mais profundo do que qualquer inverno que já vivi. Nenhuma lareira, nenhuma prece aos antigos, nenhum consolo sussurrado por criados poderia abrandar o que agora me corroía: a ausência.Cedric.Meu filho.Meu orgulho.Minha ruína.As chamas da lareira crepitavam diante de mim, mas não havia calor nelas, apenas a lembrança cruel do que foi perdido. O calor dele. O riso rouco. O brilho de vida selvagem nos olhos dourados. Tudo agora reduzido a cinzas na memória.Agarrei o cálice de vinho com força, meus dedos pálidos quase estalando sob a pressão. O líquido espesso tingia o cristal como sangue recém-derramado. Sorvi-o lentamente, saboreando a metáfora. Era um bom presságio. Prometia morte.Um rangido suave anunciou a presença de alguém. Sem me virar, senti a hesitação pairando no ar.— Senhora Liliane... — sussurrou uma criada, quase invisível à entrada do salão.A raiva, viva e cortante, ergueu-se como uma fera dentro de mim.
O dia amanhecia sombrio sobre Vo’korr, o céu permanentemente coberto por nuvens tão pesadas que pareciam sufocar até a esperança.Lilith me puxou discretamente para uma parte esquecida das ruínas do castelo — uma antiga sala de orações abandonada, onde o musgo cobria o chão rachado e as janelas quebradas permitiam a entrada de fiapos de névoa.— Rápido, antes que eles notem — sussurrou ela, seus olhos inquietos, brilhando sob a luz tênue.Com o coração batendo feito um tambor, balancei a cabeça e a segui.Ponto de vista de Elora:Meu estômago se contorcia de nervosismo. E se nos pegassem? E se Darian... Não. Não era sobre ele. Era sobre mim. Sobre sobreviver.Sobre lutar.Lilith desenhou um símbolo antigo no chão com um pedaço de carvão — uma espiral com linhas onduladas, familiar de uma forma que me deu arrepios.— Você sente, não sente? — ela perguntou, ofegante.— Sinto... alguma coisa — admiti.Ela sorriu de um jeito estranho, quase triste.— O sangue de Velora corre em você, Elor