— Arrume suas coisas, Alice, e venha comigo. Você será minha esposa. — disse Darius, autoritário. — Como? Você é louco? Quem pensa que é para entrar na minha casa e me dar ordens? — perguntou Alice, incrédula e indignada. — Sou Darius Moss e minha palavra é lei. Então, seja uma boa humana e me obedeça, pois não vai gostar de me ver irritado — decretou ele, com um olhar frio que fez o corpo de Alice estremecer. Alice Miller voltava para casa após mais um dia de trabalho em seu emprego de meio período numa clínica veterinária. Ela sonhava em ser veterinária e juntava cada centavo para a faculdade. Quando estava quase chegando em casa, deparou-se com um lobo enorme, gravemente ferido. Sem pensar duas vezes, ela o levou para casa e cuidou dele, salvando sua vida. O que Alice não sabia era que aquele lobo era um lycan, e não um qualquer. Ele era o rei alfa supremo dos lobisomens, e o momento em que ela o salvou selou seu destino para sempre. Darius Moss é um lobo amaldiçoado, forçado a se transformar em uma fera sanguinária que mata tudo em seu caminho. Ele carrega a dor de ter tirado a vida de sua companheira e do filhote que ela gerava. Em sua busca por uma cura para a maldição, Darius caiu em uma emboscada, ele foi drogado e traído. Lutou ferozmente para sobreviver, venceu, mas acabou gravemente ferido, à beira da morte. Alice o encontrou e o salvou. E Darius descobriu que aquela humana era sua companheira de segunda chance, a única capaz de libertá-lo de sua maldição. Mesmo que não tivesse desejado essa ligação, ele sabia que não poderia deixá-la escapar. Pelo bem de sua alcateia, ele a tomaria como sua, custasse o que custasse.
Leer másPRÓLOGO.
Nasci amaldiçoado, condenado a carregar uma punição que não era minha. O primeiro rei supremo dos lobisomens, Julian, teve seu coração corrompido e exterminou alcateias indefesas. Foi punido por suas ações cruéis com uma maldição: transformar-se em uma besta infernal que destrói tudo ao seu redor. Desesperado, rogou à deusa Lua por misericórdia, mas tudo que conseguiu foi transferir a maldição para seus descendentes.
A intenção era dar-lhe tempo para encontrar uma solução, mas Julian não se importava com quem sofreria, contanto que não fosse ele. Sua companheira, no entanto, não suportava a ideia de seus filhos herdarem esse fardo. Recorreu à feitiçaria para poupá-los, condenando, assim, seus netos. Sou esse neto. Meu pai foi poupado, mas herdei o castigo imposto a Julian, meu avô. Quando me transformo em besta infernal, perco todo controle; o único desejo que sinto é o de sangue e destruição.
A deusa profetizou em sonho a um dos antigos anciões da nossa alcateia que a maldição só seria quebrada por uma companheira de alma. No entanto, isso não funcionou para mim. Encontrei minha companheira e continuei amaldiçoado, condenando-a a um destino trágico.
Eu, Darius, rei alfa supremo dos lobisomens, assassinei minha companheira e nosso filhote ainda em seu ventre durante uma de minhas transformações. Uma vez por mês, viro uma fera sanguinária que devasta meu reino. Meu castigo é ver aqueles que amo perecerem pelas minhas próprias mãos, impotente para detê-los.
Raiva, ódio e dor me dominam desde que matei minha companheira e nosso filho. Cada transformação é um lembrete cruel do meu fracasso. Às vezes, sinto que estou me tornando irracional, afundando cada vez mais na escuridão. No entanto, a lembrança do sorriso dela e a esperança em seus olhos me mantêm lutando pela minha alcateia. Não posso permitir que sua morte seja em vão.
Para proteger minha alcateia e aqueles que amo, mandei construir um cofre do tamanho de uma sala. Tranco-me naquele lugar a cada transformação, e as portas reforçadas só se abrem após vinte e quatro horas.
Minha alcateia, os Lobos Negros, vive em constante tensão quando o dia da minha transformação se aproxima. Meus anciões, magos e feiticeiros tentaram de tudo para encontrar uma solução, mas fracassaram. Aqueles que falharam pagaram com a vida, pois os matei sem piedade. Essa maldição me tornou frio e cruel. Mas não desistirei de buscar uma solução. A sobrevivência da minha alcateia depende disso.
Estava sentado na minha poltrona, no escritório, bebendo para tentar acalmar a agitação. O dia da próxima transformação se aproximava, e eu podia sentir a irritação crescente, o descontrole meu e de Baltazar. Era sempre assim antes de me tornar aquela monstruosidade. Não aguento mais essa vida amaldiçoada. Então senti o cheiro dos meus betas Gabriel e Giovanni no corredor, logo eles entraram.
— Supremo — saudaram ambos, curvando-se.
— O que querem? — perguntei, impaciente, querendo ficar sozinho.
— O ancião Josué pede para vê-lo com urgência. Ele alega ter novidades sobre como pôr fim à maldição, meu rei — disse Gabriel, apreensivo. Meus betas sabiam que não deviam me incomodar nesse estado. Olhei sério para eles.
— Mande esse infeliz entrar logo — ordenei. Giovanni caminhou até a porta e a abriu. O ancião Josué entrou, e eu já sentia aversão por ele.
— Majestade — disse ele, curvando-se.
— Fale logo o que descobriu — exigi, ríspido.
— Temos novidades sobre a maldição, majestade — respondeu Josué, nervoso. Levantei-me e caminhei até ele. O fedor de seu medo só aumentava.
— Diga — falei, rosnando.
— Descobrimos uma bruxa que pode ajudar — ele disse, tremendo. Olhei em seus olhos.
— Uma bruxa? — perguntei, debochado.
— Majestade, ela garante poder ajudá-lo com um feitiço… — não o deixei terminar. Agarrei-o pelo pescoço e minhas garras perfuraram sua pele.
— Um feitiço? Estou condenado devido a um feitiço, e você tem a ousadia de me dizer que essa é a solução? — gritei, apertando mais sua garganta. Ele se debateu em busca de ar, e eu sentia prazer ao ver a vida esvair-se de suas veias. Fui interrompido pela voz do meu beta Gabriel.
— Majestade, por favor, meu rei… — pediu Gabriel. Soltei Josué, que caiu tossindo. Afastei-me, permitindo que ele se recuperasse.
— Muito bem, fale — ordenei, enquanto ele se levantava.
— A bruxa Agnes disse que o alfa será liberto com uma companheira de segunda chance e pode auxiliá-lo a encontrá-la. Ela garante que há um feitiço capaz de controlar a besta infernal — contou Josué. Meu coração acelerou ao ouvir “companheira de segunda chance.”
— Você confia nessa bruxa? — perguntei.
— Majestade, acredito que vale a pena ouvi-la. Nunca foi mencionado nada sobre uma segunda companheira ser a solução, e essa bruxa afirma que é. Nós, seu povo, sofremos ao ver seu sofrimento — disse Josué, me bajulando.
— Diga onde ela está que irei até lá — ordenei.
— Sim, majestade, direi onde encontrar Agnes. Mas ela pede que vá sozinho — acrescentou Josué. Ouvi meus betas rosnarem, contrários à ideia. Mas sou um rei alfa amaldiçoado, não temo nada.
— Se ela quer me receber sozinho, não vamos desapontá-la — comentei. Se for uma armadilha, terei o prazer de matá-la lentamente.
No outro dia, cheguei ao local da morada da bruxa. A cabana de Agnes, era isolada e cercada por árvores, e bastante sombria. Ela me recebeu na porta com um sorriso, que podia notar estar carregado de segundas intenções, mas ela tentava ser acolhedora.
— Entre, rei Darius, já o esperava — disse com uma voz doce, mas dissimulada.
— Você está cometendo um erro, confiando nesse ser desprezível. Sou contra essa ideia estúpida — reclamou Baltazar em minha mente. Meu lobo sempre desconfiava de todos, especialmente de bruxas.
— Sei que é contra. Agora, fique quieto — respondi impaciente. Baltazar rosnou, contrariado. A cabana de Agnes era intrigante. O cheiro de ervas queimadas e algo doce dominava o ar.
— Esperei por você há dias. A lua está quase cheia e o momento para o feitiço se aproxima — comentou ela, insolente.
— Chega de rodeios, bruxa. Quero saber sobre minha companheira e o feitiço que me ajudará a controlar a besta — falei, impaciente. Ela inclinou a cabeça com um sorriso enigmático.
— Tudo será revelado no momento certo, mas primeiro precisamos preparar seu corpo e mente para o feitiço. Depois, te ajudarei a encontrar sua companheira — disse com uma audácia que só aumentava minha irritação. Baltazar estava inquieto. Ela serviu uma xícara de chá.
— Beba, rei Darius, isso acalmará seu espírito antes do ritual — sugeriu Agnes. Baltazar queria tomar o controle e matá-la ali mesmo.
— Calma, Baltazar, você poderá matá-la depois — comentei mentalmente. Ele riu e se acalmou.
Desesperado por uma solução, levei o chá aos lábios. O gosto era estranho, mas não pensei muito nisso. Então, tudo começou a desmoronar.
— O que havia no chá, sua m*****a? — perguntei, furioso.
POV ALICE.A marcação foi um momento único. Assim que os dentes de Darius perfuraram minha pele, um calor intenso se espalhou pelo meu corpo, tomando cada célula minha. Não foi somente físico; era algo muito mais profundo. Um laço inquebrantável se formava entre nós, selando nossos destinos para sempre. O ardor da marca foi se transformando em algo sublime, e no instante em que Darius ergueu a cabeça, seu olhar azul ardia de posse e devoção.— Você é minha, Alice. Para sempre. — Ele sussurrou, os lábios roçando minha pele marcada. Eu soube, naquele instante, que nunca mais estaríamos separados. Logo comecei a sentir os efeitos da transformação no meu corpo. Darius logo me levou para fora da mansão. Ele me levou para a floresta e me colocou no chão. Meu corpo todo queimava e ardia e uma dor me consumia.A primeira transformação foi um tormento. Meu corpo queimava por dentro, como se cada osso estivesse sendo quebrado e reconstruído de forma diferente. Gritei, arqueando as costas contra
ÚLTIMO CAPÍTULO.POV ALICE.Darius me segurava firmemente em seus braços, como se pudesse me proteger da dor que vinha em ondas intensas. Seu coração martelava contra o meu corpo, e sua respiração estava pesada, mas seus olhos estavam repletos de determinação e amor.— Aguenta firme, minha rainha. Estou aqui. — Ele sussurrou, beijando minha testa suada enquanto avançava rapidamente para a mansão. Todos corriam ao nosso redor, em completo alvoroço.— Preparem tudo! — Darius ordenou assim que adentrou a casa. Seu tom era firme, mas carregado de urgência.Eu sentia meu corpo se preparando para trazer nossa filha ao mundo. Era um misto de medo e felicidade avassaladora. Eu nunca havia passado por algo assim, e a ideia de que minha filha estava prestes a nascer acelerava meu coração.Darius me levou até nosso quarto. Ele me deitou na cama com delicadeza, sem soltar minha mão por um segundo sequer. Nosso quarto parecia pequeno, com todos ali dentro falando preocupados. Darius logo rosnou al
PENÚLTIMO CAPÍTULO.POV ALICE.E lá estava ele parado na porta, todo imponente, lindo e nu como sempre. Darius estava ofegante, como se tivesse corrido até aqui. Ele me olhava como um predador, e eu me senti excitada em vê-lo assim. Darius entrou no quarto, sem desviar os olhos de mim, se quer um minuto. Parou na frente da minha cama, me olhou com intensidade e falou.— Você pediu que eu viesse e aqui estou. — Falou sério, mas de repente aquela seriedade toda sumiu. Seu olhar se suavizou. Minha irritação agora deu lugar à ansiedade. Ele realmente veio me buscar. Percebi que ele esperava que eu falasse alguma coisa.— Sim, pedi. Eu queria ouvir de você o pedido. Não gostei muito do que ouvi do seu pai. — Falei. Darius suspirou e falou:— É, meu pai não soube transmitir minhas palavras. Não foi uma boa ideia enviá-lo. Eu estava pronta para vir te buscar, quando meus inimigos apareceram. — Contou.— É, sua mãe me contou e como foi? — Perguntei.— Matei cada um deles, mas não quero falar
POV DARIUS.Eu estava exausto. A batalha havia sido intensa, mas conseguimos exterminar todos. Meu corpo ainda pulsava com a energia da luta, mas minha mente estava em outro lugar. Em Alice.Desde que descobri sobre a gravidez, minha mente não tinha paz. Eu a mandei embora, cego pela dor e pela raiva, mas agora sabia que tinha cometido o maior erro da minha vida. Como pude afastar minha companheira e mãe do meu filhote? Eu deveria ter ouvido meu coração, não meu orgulho. E agora temia que fosse tarde demais.— Deveria ter escutado seus lobos. Falamos para não fazer essa estupidez, mas você não ouve. — Disse Baltazar, mentalmente me infernizando.— Não adianta falar com esse cabeça-dura, lobinho. Darius é um rei alfa supremo muito teimoso. E agora fica lamentando. — Comentou Necro, sua voz ecoando na minha mente.— Por que os dois não se calam? Eu não preciso que fiquem tripudiando sob minha dor. — Falei irritado. Assim que constatei que tudo havia acabado, voltei à mansão. Precisava t
POV ALICE.Odeio quando esses seres cruéis ficam agindo assim, quando se deparam com alguém mais forte que eles. Minutos atrás, essa infeliz estava me ameaçando por pensar que eu fosse fraca e inofensiva. Eu já estava irritada com sua atitude de covardia. — Por favor, pare de implorar. Vocês mortais ficam tão patéticos quando fazem isso. Odeio covardes. Você veio cheia de coragem, me prometendo a morte, e agora está chorando? Não, eu não vou te poupar. Só não te matei ainda porque estou decidindo a melhor maneira de acabar com sua vida medíocre. — Comentei.Foi então que notei Bartolomeu e Agatha chegando pela floresta. Mas não se aproximaram, eles ficaram observando tudo de longe. Fiquei grata por não interferirem. Esse assunto era meu e não queria a ajuda de ninguém. Comecei a rodear Agnes como uma predadora. Eu gostava de causar medo nos mortais, principalmente aqueles que me desafiam e ameaçam. Espera, pensando bem, ninguém nunca teve essa coragem antes. Pensei divertida.— Acho
POV ALICE.Afundei o rosto no travesseiro e chorei até sentir que não restava mais nenhuma lágrima. Meu peito doía como se estivesse sendo rasgado de dentro para fora. Eu sabia que minha mãe tinha razão. Quando dizia ser melhor colocar a dor para fora do que deixá-la se acumular em nós. Choraria tudo, deixaria meu coração sangrar até que não restasse mais nada.— Vou seguir o conselho da minha mãe e irei chorar e sofrer tudo que está causando dor ao meu coração. Então vou superar e recomeçar. Mas é tão difícil… Saber que perdi Darius, que ele não me quer mais como sua companheira, que meu filho pode ser rejeitado por minha causa. — Lamentei em pensamento, enquanto soluçava baixinho.O cansaço venceu minha tristeza e, em algum momento, acabei adormecendo. No entanto, meu sono foi interrompido por um barulho vindo da porta de entrada e logo depois ouvi barulho na cozinha. Meu coração acelerou. Levantei-me devagar, limpando o rosto com as mãos. — Mamãe. — Pensei. Mamãe sentia quando eu
Último capítulo