Um caçador no passado, amaldiçoado a se tornar uma fera até encontrar a única capaz de salvá-lo: sua legítima companheira. Maximiliam Whitaker não é um homem comum, amaldiçoado a se tornar uma fera todos os dias, ele já havia desistido de encontrar sua alma gêmea, mas tudo muda quando ele conhece Lenna Milton, uma investigadora determinada a encontrar um perigoso assassino em série, que assim como Max pode ser uma criatura sobrenatural.
Leer más“Você poderia ao menos fingir estar feliz por mim?”
As palavras duras que romperam os mexericos das mulheres reunidas no interior da Adefild, uma loja de vestidos de luxo para casamentos, vinham de Rosalind Milton, a noiva pela qual toda a loja fora reservada. Rosalind era alta, magra e tingia os cabelos castanhos de loiro a cada três meses, tinha um sorriso perfeito e olhos verdes tais como o da irmã mais velha, Lenna Milton, para quem ela impiedosamente dirigiu a frase.
Lenna que estava sentada em um dos cantos do sofá perolado com a cabeça apoiada em uma das mãos, não conseguiu evitar de bocejar diante da irmã que a fuzilava com o olhar. Não era tão alta ou magra quanto Rosalind, mas tinha o porte atlético e cabelos pretos com cílios igualmente escuros que ornamentavam seus olhos, no momento, cercados por olheiras profundas.
“Me desculpe, eu não dormi bem essa noite. Estou cansada, Rosalind, e esse é o sétimo vestido que você experimenta” Respondeu Lenna de forma direta.
Desde que fora promovida a investigadora no departamento de polícia que atuava, Lenna estava trabalhando duro em seus casos, tudo para garantir que a sua promoção não fora algum privilégio dado pela influência do seu pai, como a maioria dos seus colegas diziam por suas costas ou comentavam quando pensavam que ela não estava ouvindo.
“Não a obriguei a vir.” Disse Rosalind, unindo as sobrancelhas finas.
“Mas está brigando comigo porque não estou aplaudindo e bajulando você a cada vestido que coloca. Se eu não tivesse vindo, você faria um escândalo similar quando nos víssemos novamente.”
“Já chega, mocinhas.” Interveio Pamela, mãe de Rosalind e madrasta de Lenna.
Tomar a atitude de mediadora era uma tarefa recorrente para Pamela nos conflitos familiares da família Milton, que em sua maioria estavam envolvidos com Lenna.
Apesar de Rosalind ser sua única filha biológica, Pamela demonstrava o mesmo afeto por Lenna e Jean, os filhos do primeiro casamento do seu marido. Jean era mais fácil de lidar, tinha seguido os passos do pai no ramo empresarial, era educado e reservado com suas opiniões, ao contrário de sua gêmea. Lenna tornou-se rebelde na adolescência e então contra todas as expectativas se devotou a uma carreira policial.
“Se é tão doloroso para você ter um pouco de simpatia, pode esquecer o convite para o meu casamento.” Disse Rosalind, segurando os saiotes do vestido para descer da plataforma circular. “Não é como se alguém fosse sentir sua falta de qualquer forma.”
“Rosalind!” Gritou Pamela, chamando a atenção da filha.
Mas já era tarde para Lenna que se levantou e caminhou até Rosalind, encarando a irmã com desaprovação.
“Pode ficar irritada comigo o quanto quiser, mas isso não muda que falei apenas a verdade nua e crua para você.” As palavras de Lenna foram sussurradas para Rosalind, de forma que só as irmãs ouviram.
Não era segredo para ninguém que Lenna nunca apoiou o relacionamento entre Rosalind e seu noivo, Joshua. O segredo estava no motivo, motivo que Lenna revelou a Rosalind no dia que soube que Joshua havia pedido sua irmã em casamento.
Joshua Watanake, um conceituado médico cirurgião era suspeito em um caso de tráfico de órgãos e não apenas isso, sua família tinha ligações estreitas com a máfia japonesa da cidade. Um terreno perigoso para a doce, supérflua e estúpida irmã mais nova de Lenna.
Era por isso que ela não poderia ficar ou sequer fingir estar feliz com o casamento.
Rosanlid engoliu em seco e não respondeu nada. Lenna podia ser desrespeitosa com a família, mas não era mentirosa. Rosanlind sabia disso, mas também acreditava nas palavras de Joshua, de que sua irmã era paranoica e exagerada, que ele não tinha nada haver com algum caso de trafico de orgãos ou com a máfia japonesa. Joshua rira e questionou se Lenna não estava apenas com ciúme deles. Das duas versões, Rosalind escolheu a mais agradável, a de Joshua.
“Esse vestido ficou bem em você, mas eu prefiro o que você colocou antes desse, seus olhos se iluminaram quando você entrou com ele.” Disse Lenna, colocando as mãos nos bolsos do blazer. Por mais que Rosanlind fosse teimosa e mimada, Lenna a amava.
Seu celular vibrou e ela se afastou da irmã e dos olhares curiosos das amigas de Pamela para atendê-lo. A ligação era de Travis Suarez, o superior de Lenna e o seu principal acusador de nepotismo.
“Investigadora Milton, espero que eu não esteja interrompendo sua folga no meio da semana.” Disse Travis, assim que Lenna atendeu.
Lenna havia trabalhado durante o final de semana e feito turnos ao longo das madrugadas para conseguir a folga e acompanhar a prova de vestidos de Rosalind, mas ela não disse isso a Travis, porque ele sabia.
“De nenhuma forma, senhor. Alguma atualização sobre os meus casos?” Perguntou, na esperança de que fossem boas notícias.
“Não, na verdade, tenho outro caso para você. Está com disposição para aceitá-lo ou devo repassar para alguém com mais aptidão?” Perguntou, uma pequena provocação no fim frase.
“Estou a caminho.” Respondeu, pegando as chaves do carro no bolso para ir a delegacia.
“Nada disso, vá para Road Villagi, 62, uma patrulha já foi enviada para o local.”
Antes que Lenna pudesse pedir mais detalhes, Travis desligou.
Ela suspirou pesadamente e contraiu os lábios, depois virou-se para o pequeno público. As amigas e madrinhas de casamento de Rosalind, a mãe e as irmãs de Pamela, as funcionárias da Adefild. Treze mulheres era mais do que o suficiente para decidir um vestido de casamento.
“Preciso ir, agora, estão me chamando no trabalho.” Falou, sem nenhuma culpa, andando até a porta de saída.
“Lenna! Você vai para o casamento, não é?” Gritou Rosalind.
“Lembre-se que você precisa encontrar um acompanhante.” Disse Pamela.
“E ele precisa ser bonito.” Adicionou Rosalind.
“Posso emprestar um dos meus irmãos, se ela não encontrar nenhum.” Falou Ingrid, uma das amigas de Rosalind.
Lenna já estava do lado de fora da loja, caminhando até o carro estacionado no outro lado da rua.
Para ela, resolver um novo caso era mais fácil do que encontrar alguém que desejasse levar para o casamento da irmã.
Eles chegaram até o endereço dado pela central, rastreado graças a ligação e o celular que o suspeito de ser o assassino em série havia mandado para Lenna. Era um armazém de materiais de construção, uma patrulha havia ficado de paisana no lugar, aguardando qualquer movimentação, quando obtiveram a confirmação, eles avisaram a central, que por sua vez ligou para Lenna.E lá estava ela e Max, saindo do carro como se fossem uma equipe. O pensamento era engraçado para Lenna, não se conheciam a mais de uma semana, mas fora as investidas de Max, ela apreciava a companhia dele como nunca tinha apreciado de mais ninguém.Ainda que eles precisassem conversar mais sobre o passado, bruxas e maldições. Lenna estava disposta a acredita nele, Max a fazia ter sentimentos e desejos que ela nunca sentira, o que era novo, inexplorado e excitante. Ela queria acreditar nele, porque sentia que precisava dele em sua vida."Quem é esse?" Perguntou um dos polícias, com desconfiança ao encontrar com Lenna em
Lenna lembrava-se perfeitamente do dia em que sua mãe foi enterrada.Desde o modelo do caixão a como a babá havia escolhido sua roupa, ignorando o fato de que ela odiava meia-calça, porque fazia suas pernas coçarem. De como o clima estava ensolarado e radiante e de como sua tia Melinda não parava de tocar no cabelo, ela tinha uma compulsão de puxar os fios quando estava inquieta.Todas as pessoas que traziam flores paravam para cumprimentar Lenna e Jean, diziam palavras de apoio, de como eles estavam sendo fortes naquele momento, Jean não soltava a mão de Lenna e ele sempre apertava mais quando alguém dizia aquilo, para poder segurar as lágrimas.Seu pai não fez um discurso, ficou todo o tempo sentado em uma cadeira próxima ao caixão, quando alguém se aproximava, um segurança falava que ele não queria ser incomodado no momento e a pessoa em questão vinha até Lenna e Jean, pedir para que eles com seus cinco anos de idade e sua própria dor, lembrassem de transmitir pêsames com os cumpri
Os próximos minutos foram seguidos por uma tentativa falha de luta que Vincent perdeu facilmente, ele foi arrastado pelo chão, exausto e derrotado, escutando o restante do grupo ser completamente dizimado pelo seu erro, por seu ato de heroísmo fracassado.Ele foi jogado em um buraco, guardado para a próxima refeição das criaturas. Paredes sem aderência e um cheiro terrível de carne podre empesteavam o lugar. A luz não se infiltrava ali, nem mesmo quando o amanhecer, por suas contas, deveria ter chegado.Ele pensou em aguardar a morte, a ceder novamente para os dedos esguios e delicados em seu pescoço. Era apenas um humano com o azar de ser pego pelos monstros que viviam as sombras da sociedade moderna. Ele escolheu em sua juventude esquecer de tudo, nunca contara sobre o que viu Lisa fazer com Pit, fora tão estúpido.Quando o mal o encontra pela primeira vez, ele vai continuar se aproximando até levá-lo com ele, deduziu Vincent. Mas, eu não vou render, não sem lutar.Ele tateou o chão
Vincent nunca conseguiu ser o mesmo após acordar no hospital, um dia após Pit morrer e Lisa desaparecer para sempre, deixando-lhe uma acusação de homicídio. Desqualificada para legítima defesa, graças ao padastro de Vincent, o dinheiro dele e o acordo que fizeram entre si.Vincent deveria permanecer e manter seu pai fracassado longe da irmã e da mãe dele. Ele aceitou a condição, assim como o dinheiro pelo silêncio. Dinheiro o suficiente para que ele fosse embora quando completasse dezoito anos.Ele fez isso quando se alistou ao exército, distanciando-se de tudo como desejara. Se dedicando exclusivamente a fazer algo que fosse maior que ele, que perduraria além dele. Ele não se importava com o cansaço dos treinamentos ou com as dores musculares dos exercícios, a dor era bem-vinda, porque ás vezes, durante a madrugada ele acordava sentindo os dedos de Lisa em seu pescoço e somente a dor o fazia despertar completamente, o lembrava que ele estava vivo. Vincent destruíra o desenho dela qua
"Os seus olhos... " Disse Vincent ofegante.Lisa piscou e o efeito desapareceu, eram apenas olhos comuns de um azul claro, acinzentado e tempestuoso. Vincent pensou que o cansaço, após percorrer quase toda a escola, deveria ter feito com que ele visse coisas que não existiam. E aquilo não era tão importante no momento, sua prioridade era avisar Lisa sobre Pit."Lisa, você tem que sair da escola. Pit está aqui, ele parece pronto para arranjar confusão e eu acho...acho que ele está procurando você." Falou de forma urgente, era a maior frase que já havia trocado com Lisa e só depois de dizê-la, Vincent se deu conta de como deveria ter parecido tolo, preocupado.Ela esboçou o início de um sorriso. Uma corrente de ar passou por ele, zunindo em seus ouvidos, agitando as folhas das árvores lá embaixo. Vincent pode escutar alguém subindo ás escadas até o terraço."Ah, eu deveria ter matado ele." Disse Lisa com um suspiro, se levantando do chão. Pit abriu a porta para o terraço, parecendo ma
"Quer bancar a porra do herói, Carter? Então lida com isso!"Vincent mal tinha se recuperado do primeiro soco quando Pit bateu de novo, o socando na barriga, fazendo o ar sumir, Vincent caiu de joelhos."Fracote." Disse Pit, cuspindo no chão, ele iria chutar Vincent, descontando toda sua ira nele, se o último garoto do grupo, o que ainda estava sentado em das cadeiras da mesa, não tivesse o impedido."Cara já tá bom, vamos sair daqui." Falou, puxando Pit. "Se o treinador descobrir, o problema vai ser nosso.""Teve sorte, babaca." Disse Pit, indo embora com os amigos. Ele parou no sopé da porta e fez um gesto obsceno para Lisa. "Ainda vou te pegar, piranha."Quando eles saíram, Vincent esticou o braço para pegar o diário no chão, era um caderno simples com capa de couro. Lisa o recuperou antes dele, as mãos dela tremiam levemente, ela juntou as folhas que Pit havia arrancado com rapidez, depois se levantou segurando o diário perto do peito, como se fosse uma tabua de salvação em meio a
Último capítulo