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capítulo 3 as garras do destino

O castelo de Vo'korr não era apenas uma fortaleza — era um abismo de escuridão, engolindo tudo ao seu redor. As torres, quebradas e tortuosas, pareciam se estender para o infinito, como garras que arranhavam o céu. Suas paredes eram feitas de pedra negra, coberta por musgo e símbolos esotéricos que pulsavam com uma energia maligna. Cada corredor estava saturado com a sensação de morte, como se a própria fortaleza fosse alimentada por sangue derramado há séculos.

Elora foi arrastada pelas pedras frias do chão do castelo até os porões. Os gritos ecoavam pelas paredes de pedra úmida, um lembrete constante de que a dor era a única companhia naquele lugar. O odor de ferro oxidado e podridão era insuportável. Ela tentava manter a cabeça erguida, mas suas forças estavam se esgotando, seu corpo cansado e ferido não reagindo mais como antes.

O ambiente era sombrio e implacável, o labirinto de pedras e corredores parecia se fechar em torno dela a cada passo. Suas mãos estavam sujas de sangue e poeira, os dedos tremendo, mas ela se recusava a deixar a dor quebrá-la completamente.

Eles a jogaram em um canto, no que parecia ser um espaço abandonado, sem móveis, sem conforto — apenas o eco de sua respiração difícil e as sombras que dançavam nas paredes. O cheiro de mofo e carne apodrecida tomava o ar, tornando tudo ainda mais repulsivo.

— Fique aí — ordenou um dos guardas, sua voz áspera, como se estivesse se divertindo com a tortura psicológica que causavam.

Os outros não disseram uma palavra. Eles se afastaram, deixando Elora sozinha, a não ser pela presença inquietante de seu próprio medo.

Os minutos se arrastaram. O tempo parecia dilacerado ali dentro.

E então, a porta se abriu. A luz fraca do castelo invadiu o escuro, e com ela, a figura imponente que se destacava como uma sombra viva.

Darian.

O Rei Sombrio das Feras de Vo'korr, Lycan Supremo, estava diante dela. Ele não havia dito nada, mas Elora sentiu o peso de seu olhar antes mesmo de vê-lo. Seus passos eram pesados e seguros, cada movimento seu parecia espalhar um silêncio mortal. O ar ao redor de Elora se fez mais denso, e o calor que emanava dele parecia cortar a frieza do castelo.

Ele a observou por um momento, sem dizer uma palavra. Elora, com os olhos baixos, tentava ignorar o calor estranho que começou a se formar dentro dela, um calor que não tinha explicação, mas que estava ali, crescendo cada vez mais.

Ela estava ciente de sua vulnerabilidade. Sabia que estava exposta a ele de uma maneira que não conseguia controlar.

Darian se aproximou, seus olhos fixos nela com uma intensidade esmagadora. Ele se agachou, levando sua mão até o queixo de Elora, erguendo seu rosto com um movimento firme, quase possessivo.

— Você é forte — sua voz era grave, rouca, carregada com algo mais profundo. Não havia dúvida. Ele estava observando algo nela que ela mal começava a compreender.

Elora sentiu o coração bater mais rápido, mas não cedeu. Seus lábios estavam secos, e sua garganta ardia de tanto tentar se manter calma.

— O que quer de mim? — ela perguntou, a voz saindo mais rouca do que gostaria, como se a pressão do momento estivesse desafiando sua própria força.

Darian não respondeu imediatamente. Em vez disso, seus olhos desceram pelo corpo dela, detendo-se nas cicatrizes visíveis, nas marcas de sua luta. Ele a estudava, cada parte dela, e Elora sentiu como se fosse um livro aberto nas mãos dele.

Ele não estava apenas vendo sua dor; ele estava reconhecendo algo em sua força, algo que ela mal podia compreender, mas que ele já entendia bem.

— Eu não sei ainda — ele respondeu, sua voz mais suave agora, mas com um tom de advertência. — Mas você será útil. Seja como escrava ou... como algo mais.

Elora sentiu uma onda de indignação se levantar dentro de si, mas ao mesmo tempo, uma parte dela se sentiu estranhamente atraída por ele. Era um instinto primitivo, algo que ela não podia controlar, como se o próprio ar ao seu redor estivesse sendo preenchido com algo que a convidava a se perder.

A tensão no ar era palpável. Eles estavam mais próximos agora, e ela podia sentir o calor do corpo de Darian, a força que emanava dele, uma presença que esmagava qualquer tentativa de resistência que ela ainda tivesse.

Mas algo mais estava acontecendo, algo que ela não compreendia, uma atração irresistível que parecia crescer cada vez que ele a olhava. Como se as cicatrizes em seu corpo o chamassem, como se ele visse além da dor, do sofrimento, algo que ela mesma ainda estava tentando descobrir.

Ela tentou se afastar, mas Darian a segurou com firmeza, seu toque frio e duro, seu olhar ainda fixo nela.

— Você não vai fugir de mim, Elora — ele disse, e havia algo ameaçador e ao mesmo tempo sedutor em suas palavras.

Elora sabia que a luta havia começado, mas também sabia que essa luta não seria simples. Ela poderia se submeter ou poderia resistir, mas o que quer que acontecesse entre eles, ela sentiria. Sentiria a tensão crescente, a química pesada que flutuava no ar.

E Darian sabia disso. Ele sabia que a atração era tão real quanto a dor.

**

Enquanto Elora se via presa entre o medo e a atração, em algum lugar distante, a Condessa Lilianne, mãe de Cedric, mal conseguia controlar a raiva que fervia em seu peito. Ela sabia que o fim de Elora estava próximo. Sabia também que sua vingança estava apenas começando.

Mas o destino de Elora não estava completamente selado ainda. Ela tinha mais do que a morte esperando por ela. O Rei Sombrio tinha algo a mais reservado.

E isso, talvez, fosse a parte mais perigosa de tudo.

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