Quando Susan, uma publicitária determinada e independente, aceita um novo emprego na poderosa Rurik Motors, ela não imagina que está prestes a cruzar o caminho de Dmitry Rurik. Um Alfa frio, implacável e marcado por um passado que o ensinou a nunca amar. Desde o primeiro olhar, ele a deseja. Desde o primeiro toque, ele a marca. Agora, ela é sua Predestinada, mesmo que lute contra isso com todas as forças. Mas Susan não é uma mulher comum. Descendente da Deusa Morrigan, ela carrega um poder ancestral que pode desequilibrar o mundo dos Lycans e o próprio Dmitry. Enquanto Dmitry se vê dividido entre o controle que sempre teve e os sentimentos que nunca quis, a presença de Natália, sua esposa por aliança política, acende uma guerra de desejos, instintos e poder. Em um universo onde o amor é uma ameaça e a força decide quem sobrevive, até onde um Alfa está disposto a ir para manter sua Predestinada ao seu lado?
Leer másParada diante do prédio imponente da Rurik Motors, Susan tentava ignorar a onda de ansiedade que a dominava. Respirou fundo e ajeitou os óculos no rosto antes de entrar no edifício.
A fachada espelhada refletia o céu acinzentado, dando um ar ainda mais austero à empresa que dominava o mercado automobilístico do país. Seus passos ecoaram no mármore polido enquanto se dirigia à recepção. — Bom dia, tenho uma entrevista com o setor de publicidade. — Disse, tentando manter a voz firme. A recepcionista, uma mulher loira de cabelos curtos, conferiu o nome na lista e assentiu. — Quinto andar, senhorita Grigorieva. Sala de Recursos Humanos. Susan agradeceu e seguiu para o elevador, observando o ambiente sofisticado ao seu redor. Cada detalhe demonstrava o poder da Rurik Motors, desde os uniformes impecáveis dos funcionários até o brilho dos carros expostos no saguão. Enquanto caminhava, Susan apertou o casaco contra o corpo, mas não era o frio que a incomodava. Seu estômago estava um nó de nervosismo. “Certo, Susan, respira. É só uma entrevista. Você já fez isso antes.” Mas não, não era só uma entrevista. Era uma chance de mudar sua vida. De recomeçar. Agora que sua mãe descansava em paz, Susan podia, enfim, pensar em si. Era doloroso admitir, mas pela primeira vez em muito tempo, ela tinha espaço para respirar. “Três anos... Três anos me equilibrando entre o trabalho e os hospitais. Entre manter a esperança e assistir a pessoa que mais amava definhar diante dos meus olhos.” O aperto no peito veio de novo. Ela engoliu seco e ergueu o queixo, se recusando a ceder àquele peso. “Eu fiz tudo o que podia. Cada segundo ao lado dela valeu a pena. Mas e depois? O que sobrou de mim?” Ela sabia a resposta. O vazio foi sufocante. Sem mais visitas ao hospital, sem mais turnos duplos para pagar medicamentos, sem mais madrugadas fingindo que tudo ficaria bem. Agora, ela precisava encontrar sentido. “E aquele emprego horrível? Eu só suportava porque precisava. Mas não dava mais. Depois que paguei as contas do hospital, sair daquela empresa foi a melhor coisa que fiz.” Só que agora... Agora precisava de algo estável. Um novo começo. E essa entrevista podia ser sua chance. No quinto andar, foi recebida por uma mulher alta e elegante, de cabelos negros presos em um coque rigoroso. — Susan Grigorieva? — A voz da entrevistadora era profissional, sem qualquer traço de emoção. — Sim, sou eu. — Sou Elena Vasilievna, gerente de RH. Pode me acompanhar? Susan seguiu Elena para uma sala ampla e bem iluminada, onde sentou-se diante da mesa polida. A mulher abriu um fichário, analisando seu currículo por alguns segundos antes de erguer os olhos para ela. — Vejo que sua experiência anterior foi em uma empresa menor. Por que quer trabalhar na Rurik Motors? Susan endireitou a postura, mantendo o tom seguro. — Sempre admirei o trabalho da Rurik Motors no setor de publicidade. A forma como a marca se posiciona é forte, estratégica e marcante. Quero fazer parte disso e contribuir com minhas ideias. E, sinceramente, estou em busca de um trabalho fixo. Pela primeira vez em anos, posso pensar em mim, na minha carreira. E quero construir algo sólido aqui. Elena meneou a cabeça, mantendo a expressão neutra. — Nos fale um pouco sobre suas experiências anteriores. Que tipo de campanhas você já desenvolveu? — Na minha empresa anterior, trabalhei com campanhas de engajamento digital e fortalecimento de identidade visual. Participei ativamente da criação de estratégias para redes sociais, branding e lançamentos de novos produtos no mercado. Além disso, colaborei na análise de métricas e no direcionamento de conteúdo para diferentes públicos-alvo. — Você já liderou alguma equipe ou projeto? — Não como líder direta, mas fui responsável por coordenar algumas campanhas e auxiliar na divisão de tarefas dentro do setor de marketing. Trabalhei lado a lado com designers, redatores e analistas de dados para garantir que os projetos fossem entregues no prazo e com qualidade. Elena analisou-a por um momento antes de continuar. — Interessante. E como lida com prazos curtos e ambientes de alta pressão? — Sou organizada e trabalho bem sob pressão. Sei que um ambiente como este exige rapidez e eficiência, e estou pronta para o desafio. Estabeleço prioridades e divido meu tempo estrategicamente para garantir que cada demanda receba a atenção necessária. — E se um cliente ou superior solicitar mudanças de última hora em uma campanha que já está praticamente finalizada? Como você lidaria com isso? — Revisaria as mudanças solicitadas e avaliaria sua viabilidade dentro do prazo disponível. Se fossem alterações pequenas e possíveis de serem implementadas sem comprometer a qualidade, faria os ajustes rapidamente. Se fossem mudanças mais significativas, conversaria com a equipe e proporia soluções para otimizar o processo sem comprometer o resultado final. Elena manteve a postura impecável, mas Susan percebeu um brilho de aprovação em seus olhos. — Você prefere trabalhar sozinha ou em equipe? — Gosto de trabalhar em equipe porque acredito que a troca de ideias e habilidades diferentes pode elevar a qualidade de qualquer projeto. Mas também sei ser independente e tomar iniciativa quando necessário. — Se um colega estivesse sobrecarregado, você se ofereceria para ajudar, mesmo que isso significasse aumentar sua própria carga de trabalho? — Sim, desde que eu conseguisse equilibrar minhas próprias responsabilidades sem comprometer a eficiência do trabalho. Acredito que um ambiente colaborativo fortalece a equipe e melhora os resultados. Elena fechou o fichário, inclinando-se ligeiramente para frente. — Certo. Uma última pergunta: o que você espera encontrar na Rurik Motors além de uma oportunidade de trabalho? Susan respirou fundo antes de responder. — Além do crescimento profissional, busco um ambiente onde possa aprender com os melhores e desenvolver minhas habilidades ao máximo. Quero contribuir para a empresa e, ao mesmo tempo, construir uma carreira sólida. A gerente de RH avaliou-a por alguns segundos antes de dar um pequeno aceno de cabeça. — Entendido. Avaliaremos seu perfil e entraremos em contato em breve. A entrevista foi rápida e direta, mas intensa. Susan saiu da sala sentindo uma mistura de nervosismo e esperança. Consegui? Não consegui? Assim que saiu do prédio, o frio pareceu ainda mais intenso, mas ela não se importou. Precisava dividir essa experiência com suas amigas.A floresta densa da Rússia se enchia de silêncio pesado, apenas quebrado pelo farfalhar dos galhos secos sob os pés de Natália. O vento cortava como lâminas, trazendo com ele o cheiro da própria morte — ainda que ela tentasse ignorar. A cada passo, acreditava estar longe o bastante, longe do alcance de Dmitry, longe do olhar da Deusa. Mas não estava. Nikita foi o primeiro a encontrá-la. Surgiu das sombras como se fizesse parte delas, a expressão fria e impenetrável. Ela recuou instintivamente, o coração disparando, mas o olhar dele não trazia ameaça, apenas a mensagem inevitável: — Ele vem. E então, a floresta inteira pareceu estremecer. O ar se encheu de uma energia impossível de conter. Raízes tremeram sob a terra, os corvos se agitaram nas árvores como se reconhecessem o verdadeiro dono daquele território. Dmitry surgiu entre a neblina, agora mais do que um Alfa, mais do que um Lycan. Ele era o próprio Guardião da Deusa — olhos azuis em chamas, pele marcada por energia ancestr
A mansão Rurik em Moscou, iluminada por tochas e luzes discretas entrelaçadas com flores de inverno, parecia respirar. As paredes antigas, guardiãs da linhagem Rurik, testemunhariam não apenas a união de um Alfa com sua Predestinada, mas a coroação de um novo tempo.O pátio central, coberto por uma grande estrutura translúcida de vidro, revelava o céu noturno pontilhado de estrelas. Em meio à neve suavemente caída, o calor mágico mantinha o espaço acolhedor. Árvores foram trazidas de propósito, criando um círculo natural no centro do salão, onde se erguia um arco entrelaçado de galhos, flores brancas, cristais e símbolos rúnicos que brilhavam suavemente.Dmitry, em um terno negro impecável, estava parado junto ao arco. A imponência dele parecia se intensificar ainda mais naquela noite. Seus cabelos albinos refletiam a luz suave das velas, e os olhos azuis estavam carregados de uma emoção contida, quase feroz. Ele parecia um guerreiro que finalmente conquistava aquilo que os deuses hav
A mansão Rurik, mesmo com todos os avanços tecnológicos, era um reduto onde o antigo e o moderno dançavam lado a lado. E entre brinquedos encantados que se organizavam sozinhos e hologramas ativados por voz, havia uma criança que estava prestes a bagunçar todas as leis naturais: Demyan.Ele tinha cinco anos.E naquele fim de tarde, enquanto corria pelos corredores com um dragão de pelúcia encantado que flutuava atrás dele, algo mudou.— Pega, dragãozinho! Mas não morde! — Avisava, o cabelinho branco desarrumado, os olhos brilhando com a alegria de quem não sabia o poder que carregava.Foi ao escorregar no tapete e cair de bumbum que tudo aconteceu.— Ai!Seu lábio inferior tremeu. As lágrimas vieram... Mas não caíram.O pequeno fechou os olhos e esticou as mãos para o ar, como se procurasse algo invisível.O dragão de pelúcia tremeu... E de repente ficou enorme. Real. Um ser etéreo com escamas translúcidas, olhos dourados e asas brilhantes, do tamanho de uma égua, surgiu no salão.— D
Dois dias após o Retorno da Deusa, os primeiros emissários chegaram à mansão Rurik.Um por um, vieram: representantes de clãs distantes, casas de bruxas que se escondiam há séculos, sacerdotes e intermediários. Alguns com ofertas de alianças. Outros apenas para ver com os próprios olhos o que julgavam ser apenas lenda.Salão de Reuniões da Mansão RurikA mesa oval ocupava quase metade do salão. Dmitry, agora com um olhar mais sereno e imponente, sentava-se ao centro. Susan, de vestido de preto e cabelos ruivos soltos, segurava Demyan no colo com uma naturalidade que desafiava qualquer protocolo.Ao lado, Alexei sussurrava:— O da direita é da Casa de Viena. Desconfiados, mas orgulhosos. Não abaixam a cabeça nem se estiverem em chamas.Susan sorriu.— E aquele com capa de penas?— Bruxo da Irmandade do Sétimo Ciclo. Já tentou vender uma visão sobre você por cinco mil euros na deep web.Sasha, sentado um pouco afastado, murmurou:— Que charme. Posso arrancar a língua dele?Lyra revirou
A casa estava silenciosa. Não aquele silêncio frágil de quando um bebê dorme, mas o silêncio denso que paira quando o destino se manifesta.Demyan dormia no bercinho ao lado, envolto numa aura de proteção tão antiga quanto os nomes esquecidos da Terra.Susan observava a criança. Sentada na beira da cama, os cabelos ruivos caindo como ondas de sangue e fogo sobre os ombros.Dmitry entrou no quarto devagar. Fechou a porta sem som.Ela sabia que ele estava ali — sentiu antes do primeiro passo.— Ele veio. — Ela disse, sem virar o rosto.Dmitry permaneceu de pé por um instante, observando-a no meio da penumbra.— Veio.— Havia uma garota com ele. Não vi… Mas senti. Ela é… Tranquila. Como água de nascente. Mas tem dentro dela uma força que o mundo inteiro não poderia conter.Susan finalmente olhou para ele. E por um momento, não era só a mulher ruiva com olhos intensos que ele amava.Era a Deusa. Mas uma deusa sem arrogância, sem coroa, sem trono. Uma deusa de carne e fogo, com os pés desc
O ar dentro da mansão Rurik carregava o cheiro de pão recém-assado, frutas cortadas, café forte e, pela primeira vez em muito tempo, esperança.No quarto principal, onde o luxo não era ostentação, mas expressão de zelo, tudo estava calmo.Tapetes macios, cortinas de tecido francês bordadas à mão, móveis de madeira clara encantados com feitiços de silêncio e aconchego. As paredes em tons quentes agora refletiam o calor do novo ciclo que começava.Demyan se mexeu antes mesmo do primeiro som.Ele não chorava. Apenas franzia a testa, os olhos ainda fechados, as mãos minúsculas abrindo e fechando em punhos apertados, como se testasse o universo pela primeira vez.Susan já estava acordada. Dmitry saíra havia poucos minutos, sob o pretexto de “ver o que Marina preparou”.Mas ela sabia. Ele só queria garantir que nada faltasse à ela e a criança que agora dormia num berço moderno, encantado com runas antigas e bordado com linhas de prata.Um berço projetado por Alexei, abençoado por Lyra, e gu
Último capítulo