O céu sobre a cidade dos perdidos se partiu com um som seco, como vidro estilhaçado em silêncio. As nuvens negras se abriram como cortinas, revelando um vácuo pulsante — olhos rubros como brasas surgiram no alto, encarando Lilith e os que estavam com ela.
Aqueles olhos não tinham pupilas. Nem misericórdia.
Nyra estremeceu ao lado dela. — Ele acordou.
Lilith manteve-se firme, ainda que suas pernas vacilassem sob o peso daquele olhar.
O chão sob os pés dos despertos tremeu. Da terra morta emergiram figuras negras, feitas de sombras líquidas. Não tinham rostos, mas tinham garras. E fome.
— Fiquem atrás de mim! — gritou Lilith, estendendo os braços.
A chama em sua pele despertou mais uma vez, mas agora ela não era mais apenas fogo.
Era sangue. Era memória. Era verdade.
Nyra se colocou ao lado dela, e de sua palma saiu um brilho prateado, como a luz da lua refletida em gelo.
— Nós enfrentamos isso juntas, disse, com um sorriso tenso.
As criaturas correram.
Lilith lançou a chama. Ela cortou