A escuridão da dimensão pulsava como um coração podre. Lilith sentia seu peito arder a cada batida, como se o próprio tempo estivesse tentando arrancá-la do que restava de si. O ar era espesso, cheio de sussurros. Vozes antigas, fragmentadas, que não pertenciam a nenhuma criatura viva.
Nyra caminhava ao lado dela, mas seus passos não faziam som. Era como se a realidade ao redor as rejeitasse, tentando dissolvê-las lentamente. O solo era feito de memórias calcificadas. O céu, um véu sem cor. A dimensão era o corpo do Devorador — viva, consciente, e faminta.
— Você está ouvindo isso também? — perguntou Lilith em um sussurro, os olhos fixos em uma fenda na rocha que parecia respirar.
Nyra assentiu, seu rosto mais sério do que o habitual.
— Eles tentam entrar na sua mente. Mostrar o que você teme. Ou o que você deseja. — Ela se aproximou e tocou o braço de Lilith. — Não acredite em nada que veja aqui.
Mas era tarde demais.
Lilith piscou... e estava de volta na cela.
Chão de pedra. Corrent