O caminho à frente se estreitava. Rochas flutuavam no ar como pensamentos não ditos, e as árvores que restavam eram sombras petrificadas de algo que talvez um dia tenha sido vivo. Lilith e Nyra caminhavam lado a lado, os dedos entrelaçados, como se aquilo fosse a única âncora entre o real e o esquecimento.
O chão tremia sob seus pés.
— Ele está perto — disse Lilith, os olhos fixos em uma fenda que se abria como um suspiro no tecido do mundo.
Nyra não respondeu. Ela estava em silêncio, mas seus olhos dourados observavam tudo. O instinto da loba gritava dentro dela, inquieto.
— Ele quer que entremos. Quer que pensemos que temos escolha. — disse Nyra mentalmente. — Mas essa caverna... não é só uma entrada. É um convite.
Lilith sentiu as palavras ecoarem em sua mente e respirou fundo. A aura do lugar era sufocante. Não havia cheiro de sangue, nem de morte. Era pior. O ar tinha cheiro de rendição.
Elas entraram.
A caverna era um útero de pedra viva. Pulsava. As paredes vibravam com sussurr