Spencer Manfield é uma garota tranquila, que sempre se dedicou aos estudos, e ingressar na sua faculdade dos sonhos tem sido um acalento para suas dores, após a morte de sua mãe. Seus dias são preenchidos por estudos, livros e seu namorado Max Hans, entretanto após começar na nova faculdade, Spencer se vê presa em um dilema: a paixão instantânea que sentiu ao ver seu novo professor, Aleksander Schefler. Dividida entre dois amores, Spencer sofre a deliciosa angústia de ter dois amores aos seus pés.
Ler mais— Como você pode afirmar com tanta convicção que eu vou terminar meu relacionamento? — Não costumo dividir minha mulher com outros homens , então não vejo outra opção à você a não ser terminar… — ele pega um dos biscoitos amanteigados e morde por inteiro.— Então… mas o problema aqui, é que não sou sua mulher. Sou sua aluna, lembra?! Não deveríamos nem ter esse tipo de intimidade em cafeterias, muito menos envolvimento amoroso. Você pode até ser despedido por isso…— Não me importo de perder esse emprego desde que eu tenha você comigo. Sabe quando foi a última vez que me senti assim? — No seu último namoro?— Nunca! O que eu sinto por você nunca senti por mulher nenhuma… acha mesmo que eu vou ignorar tudo isso por causa de um emprego, ou pelo que as pessoas irão falar? — Deveria se importar…é o seu trabalho. Você me parece ser um homem sério.— Sou sim, mas não posso continuar sentindo em silêncio. Preciso de você, Spencer… Você pode me achar um louco por isso, mas não vou desistir
Minhas mãos ainda não pararam de suar. As minúsculas gotículas em minha palma dão um brilho reluzente à elas, quase lúdico, fazendo com que esse momento se torne menos incômodo. O fato das minhas mãos suarem quando fico ansiosa sempre me incomodou, mas agora esse detalhe era quase irrelevante, pois sei que no momento em que eu estiver perto de Aleksander, isso irá cessar. Desço do táxi e sigo adentro da cafeteria, a primeiro momento me surpreendo com o local. Luzes amarelas por todo o teto dão um toque intimista e aconchegante, a decoração toda em tons de cinza e preto se destaca com o jogo de luz. Esperava uma cafeteira mais movimentada, e perceber que Aleksander se preocupou em escolher um lugar mais reservado para nosso café, me deixa ainda mais excitada. Ele queria um momento só nosso, com poucas pessoas como platéia, e confesso que eu também. Não queria correr o risco de ser vista por outro aluno da faculdade junto com nosso professor. Isso seria totalmente antiético e infelizm
Chego na sala auditório para minha aula de Urbanismo, ainda faltam alguns minutos para começar, mas a sala já se encontra parcialmente completa, com poucas cadeiras vazias. A professora dessa matéria, a senhora Joana Green, uma charmosa mulher na faixa da meia idade, é uma excelente profissional, que mesmo sendo uma matéria um pouco maçante, com sua metodologia e jeito único de ensinar, se torna fácil de ser compreendida. A aula discorre de maneira fluída e descontraída e abruptamente me dou conta de que já está na hora do almoço. Ainda sentada em minha cadeira, começo a guardar meu caderno e objetos usados na aula em minha bolsa, mas um toque leve nos meus ombros me assusta, e antes mesmo de me virar reconheço o tom de voz jovem e enérgico, que em meio a risos abafados diz: — Como sempre você se assusta fácil hahaha, desculpe amiga, não me contive.Reconheci a risada antes mesmo de dar uma olhada por cima dos ombros, era ela, Janie Hallen. Janie era o tipo de amiga alto astral, e
O barulho externo anunciava a chegada da manhã. O som dos carros, pessoas conversando e pássaros cantando, juntos pareciam uma orquestra organizada. Entretanto, minha cabeça doía levemente, pelo excesso de vinho da noite anterior. Dormi entorpecida pelo vinho tinto, que de certa forma, me anestesiou dos sentimentos estranhos que me invadiram. Max teve uma atitude incomum, totalmente incoerente com seu comportamento habitual. Em todos nossos três anos de namoro, nunca foi de seu costume sair para noitadas com amigos, assim como ficar o dia todo sem conversarmos.Começo a refletir, ainda deitada em minha cama, que talvez estamos nos afastando lentamente, ou seria por conta da viagem? Talvez eu esteja sendo inflexível mas não posso fingir que nada de estranho está acontecendo. Um toque no celular me traz de volta dos pensamentos imersivos. Ao ver o nome de quem mandou mensagem, meu coração dispara imediatamente: Aleksander. O conteúdo era sucinto mas direto.— Bom dia, Spencer. Espero
Percorri o caminho até meu apartamento quase de forma automática, o que estranhamente ocasionou o fenômeno de não ver o tempo passar. Durante todo o percurso, não pude deixar de pensar no convite de Aleksander Schefler, mas também, pensei sobre minha conduta. Desde o começo do meu relacionamento com Max, sempre fomos fiéis um ao outro, prezando a lealdade e a fidelidade como base forte para a construção da relação. Mas se tenho minhas convicções íntegras, porque disse sim para seu convite? Como posso amar meu namorado mas ao mesmo tempo me sentir extremamente atraída por outro homem? Um homem treze anos mais velho do que eu, com uma bagagem emocional totalmente desconhecida por mim. Tudo isso parece ser irrelevante, pois no momento que meus olhos encontraram os dele, esqueci completamente dos meus critérios, crenças e conduta. Aceitar seu convite foi moralmente errado, por ser aluna dele, mas principalmente por ser comprometida. Entretanto, o que venho sentindo por ele é maior q
A gigantesca biblioteca da faculdade estava praticamente vazia, apenas alguns alunos sozinhos, sentados espalhados pelas longas mesas de madeira lustrosa, que refletiam a baixa iluminação do local. Após escolher cinco livros de história da arquitetura, me dirijo pra única mesa vazia ao fundo da biblioteca. A iluminação amarelada e intimista traz uma atmosfera aconchegante, tornando o ambiente perfeito para passar horas mergulhada em livros, que sempre foram minhas paixões. A tarde discorre como água entre os dedos, as horas sempre passam rápido demais quando se está lendo algo interessante. Olho no celular, são 18:20, o sol já se punha e aos poucos o entardecer alaranjado foi dando lugar a escuridão do anoitecer. Pego meu casaco de tricô e decido buscar um café ao final do corredor, onde fica localizado uma pequena cafeteira. Ao regressar, percebo que os poucos alunos que estavam na biblioteca já foram embora, sobrando apenas eu e mais duas garotas. O silêncio perdura por t
Último capítulo