Mundo ficciónIniciar sesiónQual é a chance de encontrar liberdade nos braços de um estranho? O que era para ser apenas uma investigação levou Leonardo Pachis direto para o inferno. Capturado pela Yakuza, ele foi jogado à beira da morte. Agora, inconsciente no porão de uma mansão, ele só pode contar com a sorte… Ou com ela. Harumi já sobreviveu ao pior. Criada como propriedade, treinada para servir, silenciada para não sentir. Ela conhece bem o cheiro do medo. Mas não esperava encontrá-lo nos olhos de um estranho quase morto, escondido no lugar mais íntimo da casa onde é mantida prisioneira. Ela deveria ignorá-lo. Mas decide mantê-lo vivo. Não por bondade. Mas por uma chance. Sua liberdade, em troca da vida dele. Ela foi ensinada a obedecer. Ele nasceu para comandar. Mas ali, naquele porão esquecido, tudo o que foram deixa de importar. O que começa como uma troca silenciosa, vira uma aliança. Depois, um refúgio. E então, um desejo impossível de controlar. Ele vê a mulher por trás da máscara. Ela encontra no toque dele um pedaço da liberdade que sempre sonhou. Mas os inimigos não esquecem. E o amor, quando nasce entre dois sobreviventes, nunca vem sem dor.
Leer másTRÊS ANOS DEPOIS... James e Ava jogam bola no campinho no fundo de casa. Rita, Dona Lurdes e Maíra observam de perto, rindo das pequenas disputas entre eles. Saio da varanda do quarto, ajeitando o relógio no pulso. As crianças estão bem cuidadas. Entretanto, Harumi… Me aproximo da cama, onde minha esposa ainda repousa ao lado de Aaron, nosso filho recém-nascido de apenas duas semanas. Quando Harumi ficou grávida, foi um turbilhão de sentimentos: medo e alegria se misturaram de forma avassaladora. Medo porque quase a perdi duas vezes… e alegria porque, depois de dez anos juntos, depois de acreditarmos que seríamos apenas nós dois e os filhos que o destino nos permitiu adotar, a vida nos surpreendeu com um milagre. Aaron não foi apenas um bebê esperado: ele é a prova viva de que o impossível pode acontecer, de que até os corações mais marcados podem receber novos começos. E a gente precisava disso. Mesmo depois da adoção, eu ainda me preocupava. Sabia das vezes que ela tent
CINCO ANOS DEPOIS... Seguro minha caixa secreta, aquela que guardo todos os testes de gravidez que fiz ao longo do tempo. Desde que me casei com Leonardo tenho tentado engravidar, mas parece impossível. Nem mesmo com o tratamento deu certo; tudo sempre parece insuficiente. Abro a tampa da caixinha de madeira e acrescento mais um à coleção — resultado, também, negativo. Eu não queria desmoronar por isso… No fundo, eu sabia desde o começo que seria assim. Mas a esperança é uma coisa estúpida, que nos torna ainda mais estúpidos. Fecho a tampa e volto a esconder minha caixa secreta no fundo do closet. Por que secreta? Porque ninguém sabe dela. Nem Leonardo. Ele sabia que, todas as vezes que a menstruação atrasava, eu corria para comprar mais um teste. No início, ele dividia comigo essa espera… mas depois da quinta decepção, prometi a mim mesma que não compartilharia mais esse momento com ele. Essa dor, essa decepção, seriam apenas minhas. Saio do closet ajeitando os cabelos
SEIS MESES DEPOIS... — Eu conheci a sua história faz poucos dias — confesso, olhando para meu primo caçula. — Por isso insisti em vir. Sento-me no sofá do escritório dele, ainda absorvendo o ambiente. Eu, Helena, Halina, e as crianças resolvemos passar alguns dias na fazenda de Otávio. Desde o momento em que soube toda a sua história, eu quis conhecê-lo pessoalmente. Vir até o Texas parecia a melhor opção, já que, segundo Alexander, Otávio estava proibido de pisar em Nova York. — Fiquei surpreso quando soube que você gostaria de me conhecer. — Como não poderia? — Pego o copo de suco que ele me oferece e dou um gole generoso. Abacaxi com hortelã… simplesmente maravilhoso. Eu realmente gostei disso. — Hum, isso é bom. — Aponto para o copo. — É o preferido aqui de casa. Até as crianças amam! Nós rimos. Ele se senta. — Eu fico feliz que você esteja segura e em casa — disse ele, e senti meus olhos marejarem. Sou mesmo uma chorona. — Eu também estou feliz. Depois de t
O som das ondas se misturava com o canto distante dos pássaros marinhos. Saí do pequeno quiosque e caminhei descalça pela areia branca. Pulei da cama cedo hoje; queria ver o sol nascendo, e a visão foi incrivelmente linda. Ao voltar para a casa, percebo Leonardo encostado em uma coluna. Seus olhos se perdem em mim, e eu sorrio enquanto subo os seis pequenos degraus até ele. — Caiu da cama? — me aproximo e o abraço. — Por que não me chamou para te fazer companhia? — Você parecia estar em um sono tão gostoso… não quis incomodar. — Levanto a cabeça para olhá-lo. Ele faz uma careta divertida e sorri: — Você não me incomoda. Nunca. Na verdade, fico feliz de te ver assim, tranquila, aproveitando o dia desde cedo. — Seus olhos deslizam pelo meu rosto, e há algo em seu olhar que me faz derreter. Havíamos chegado na noite anterior à sua casa de praia em Miami. A viagem foi longa, e só fomos dormir por volta das três da manhã. Sim, eu realmente não devia incomodá-lo… Então decidi ir ver
A marcha nupcial começou, e as portas se abriram. Pelos deuses, quanta gente! — O segredo é olhar para frente… foque em Leonardo — minha mãe sussurrou, enquanto entrávamos. Ela sorria e acenava para algumas pessoas, e eu apenas tentava acompanhar, sorrindo de leve, tentando manter o controle do meu coração que parecia prestes a saltar do peito. Céus… eu realmente ia me casar. Foque em Leonardo. Meu olhar o procurou, e quando o encontrei, todo o resto desapareceu. Cada um dos meus sentidos parou, para que eu pudesse admirar como meu futuro marido estava lindo ali, em pé no altar. O sorriso dele, sexy e confiante, iluminava tudo ao redor. Vestia um smoking preto impecável, na lapela uma flor azul e a gravata da mesma cor, combinando perfeitamente com o meu buquê de flores azuis e brancas. A visão dele sempre me fazia esquecer de tudo. Sua voz, seus abraços, seus beijos, seu calor, seu olhar… cada detalhe era um convite para me perder nele. E eu me perdia — Deus sabe o quanto eu
Três meses depois... Eu não sabia que o dia do meu casamento poderia ser tão... corrido. Tudo o que eu queria era sentar, respirar, tentar processar o turbilhão à minha volta. No começo, concordamos que seria algo pequeno, mas aos poucos foram aparecendo pessoas que eu nem sabia de onde tinham saído. Descobrir que tenho uma família grande fora o círculo de Leonardo que foi surpreendente… e lidar com tanta gente cujo nome eu nem lembrava me deixava ainda mais sobrecarregada. Assim que toda a equipe saiu, deixei-me cair no sofá, sentindo o corpo pesado e até falta de ar. O coração ainda disparava; minha ansiedade estava a mil. — Está bem, se acalme. — Maíra se abaixou à minha frente, com aquela firmeza materna que sempre funcionava. — Olhe para mim. Você só precisa entrar na igreja, dizer “sim” e pronto. — Aí o pior vem depois, é claro — Mariana comentou, ajustando o vestido de madrinha na frente do espelho. Ela, Helena e Halina seriam minhas madrinhas. — Sorri para parentes fals
Último capítulo