Passei a noite entre cochilos curtos e longos períodos de vigília. Mesmo sabendo que estou sozinha na casa a essa hora, já que Mika só aparece nos horários das refeições, ainda assim não consigo relaxar.
É como se houvesse uma pressão constante no meu peito. Por mais que eu tente controlar, ela sempre volta. Aperto o cobertor contra o corpo, numa tentativa frustrada de reconquistar o sono. Mas então, um som quase imperceptível vindo do andar de baixo me faz congelar.
Olho para o relógio: três da manhã.
A essa hora, Long está de ronda. Isso significa que não é ele. Engulo em seco, pego meu robe e o enrolo ao corpo antes de acender a luz e abrir a porta do alçapão.
Desço os degraus com cuidado, um a um, tentando ouvir algo qualquer coisa. Mas o silêncio é absoluto.
Duas possibilidades passam pela minha mente: alguém entrou pelo túnel secreto que Long descobriu, aquele que liga o galpão da máfia até este porão ou... talvez aquele homem tenha acordado.
Mas, no fundo, prefiro acreditar em