Acordei como se estivesse tentando escapar do inferno, meu corpo doía miseravelmente e minha cabeça parecia mais uma bomba-relógio prestes a explodir.
Eu não conhecia bem o lugar onde estava.
Parecia um cubículo apertado, escuro, feito de pedra bruta, com marcas antigas de infiltração nas paredes e umidade que grudava na pele como suor frio.
Não havia janela. O teto era baixo, sustentado por vigas de madeira. Um armário antigo, meio empenado, descansava num dos cantos. Havia uma cama improvisada com colchão fino e cobertor áspero. O lugar tinha cheiro de poeira velha, mofo e isolamento.
E agora, olhando para a mulher à minha frente, meu corpo inteiro reage como se ela fosse uma ameaça.
E talvez ela realmente seja.
— Você precisa controlar o sangramento. Se piorar, todo o trabalho que fiz será em vão.
— Já não disse que sei cuidar de mim mesmo?
Ela assente. Não insiste. Isso é bom. Eu não tenho paciência.
— Me passe a cesta.
Ela se apressa, quase aliviada por ter algo prático para fa