O Alfa Que Despertou o Meu Caos

O Alfa Que Despertou o Meu CaosPT

Lobisomem
Última actualización: 2025-07-07
Luna Barreto  Completo
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Resumen
Índice

Selena passou a vida fugindo de lendas e instintos — até que Darian surgiu com olhos de tempestade e a certeza de que ela era sua. Alfa da poderosa alcatéia Alvorúbia, ele não precisou gritar nem dominar com força. Bastou um olhar. Um toque. Um sussurro rouco ao pé do ouvido para incendiar algo que ela jurava não existir. Selena tenta resistir. Mas cada vez que ele se aproxima, o ar pesa, o corpo responde... e a vontade de fugir vira desejo de ficar. Ela odeia admitir, mas a ligação entre eles pulsa quente, selvagem, incontrolável. Enquanto lobos inimigos cercam seu mundooo e segredos perigosos emergem, Selena será forçada a escolher entre a razão que grita "corra" e o instinto que geme "fica". Porque quando o Alfa a toca, o mundo silencia. E tudo o que resta é o som do próprio corpo implorando por mais.

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Capítulo 1

Capítulo 1 — Quando o Sangue se Lembra

A lua já surgia no céu, pairando acima das montanhas como um presságio.

Branca. Silenciosa. Impiedosa.

Como o tempo que corria nas veias de Darian.

No alto da fortaleza de pedra, o Alfa permanecia imóvel, de pé diante da janela, os olhos cinzentos fixos na floresta que se estendia até onde a vista alcançava. O vento soprava com força, uivando como fera ferida. Era como se a própria natureza soubesse: o prazo estava acabando.

— A próxima lua cheia será sua última — dissera o mais velho dos conselheiros naquela manhã. — Se não encontrá-la… você cairá.

A maldição era antiga. E cruel.

Um Alfa sem sua verdadeira companheira não sobreviveria à própria força. A fera, antes contida, acabaria por consumi-lo de dentro para fora — e, quando isso acontecesse, não sobraria nada além de um monstro.

Darian sentia.

Sentia o lobo dentro dele arranhando suas entranhas, impaciente. A energia instável crescia como um trovão contido sob a pele.

O que o segurava? Talvez… o instinto. Ou o resquício de honra herdado dos alfas anteriores.

Ele fechou os olhos por um instante. Respirou fundo.

E foi nesse instante que sentiu.

Um aroma.

Doce. Selvagem. Irresistível.

Um cheiro que rasgou o ar como relâmpago, tão intenso que seus sentidos foram arrastados sem aviso.

Era ela.

A desconhecida que o destino devia. Aquela que, segundo os sussurros da Anciã, viria antes da queda.

O lobo dentro dele urrou.

Darian abriu os olhos, os punhos cerrados. A brisa trouxe de novo o aroma — e, junto, um calor estranho que se espalhou por seu peito. Pela primeira vez em meses, o caos interno silenciou por um segundo.

Ela estava perto.

Do outro lado da floresta, um carro velho estacionava ao fim da trilha de terra batida.

O sol já baixava no horizonte, tingindo a copa das árvores com tons dourados e sombras compridas. A luz filtrada entre os galhos criava desenhos hipnóticos no chão.

Selena desceu devagar, franzindo o cenho para a paisagem úmida e silenciosa. O céu acinzentado refletia bem o humor dela.

O cheiro da floresta a atingiu como uma lembrança que não tinha nome.

Era familiar.

Demais.

— Parabéns pra mim — murmurou. — Tô no meio do nada. De novo.

Na mochila, a carta da avó repousava dobrada, manchada pelas dobras e pela raiva que sentiu ao relê-la pela quinta vez:

"Volte por um tempo. Aqui você vai encontrar as respostas que nunca quis perguntar."

Depois da demissão, da crise existencial e de um término que mais parecia piada de mau gosto, ela decidiu aceitar. Talvez um tempo longe de tudo — e com a única família que restava — fizesse sentido.

Mas à medida que se aproximava da casa, o desconforto crescia.

As árvores pareciam olhar.

O vento tinha cheiro.

E seu corpo, inexplicavelmente, tremia — como se lembrasse de algo que sua mente não acompanhava.

A porta da frente se abriu com um rangido.

A Anciã, mulher de cabelos longos e prateados, a encarava com olhos antigos. Ela não sorriu.

— Bem-vinda de volta, menina-lua.

Selena parou.

Aquela alcunha a atingiu como uma pedra jogada em águas paradas. “Menina-lua”. Algo ecoou dentro dela, algo que vinha da infância — ou de antes.

— Faz tanto tempo — disse, quase sem perceber que falava em voz alta.

A Anciã se aproximou com passos lentos, os pés descalços tocando a terra como raízes.

— Não para a terra. Ela nunca esquece os que nasceram sob seu manto.

Tocou o colar que Selena usava — o presente que ela recebera ainda criança, e que nunca conseguiu jogar fora.

— Você não lembra. Mas seus pés conhecem essa trilha. E seu sangue, mais ainda.

Selena sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Quis perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas algo dentro dela — talvez orgulho, talvez medo — a impediu. Ficou em silêncio. E, por algum motivo que não compreendia, aquele silêncio pareceu a resposta mais verdadeira que poderia dar.

Na fortaleza, Darian vestiu o casaco de couro, o olhar fixo no sul.

— Preparem os guardiões — ordenou, a voz firme. — A floresta acabou de me dar um sinal.

O lobo finalmente cheirou o que esperava.

E não haveria mais tempo a perder.

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Capítulo 1 — Quando o Sangue se Lembra
Capítulo 2 – O Chamado da Terra
Capítulo 3 — Ecos
Capítulo 4 – A Primeira Fronteira
Capítulo 5 – O que desperta
Capítulo 6 – O que se move nas sombras
Capítulo 7 – Instinto e Resistência
Capítulo 8 – O Corpo que Grita
Capítulo 9 — Quando o Instinto Toma a Pele
Capítulo 10 – O que se rompe e o que permanece
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