O som da manhã era diferente.
O vento soprava com cuidado, como se temesse acordar algo que ainda estava à flor da pele.
O sol mal tocava o céu, e mesmo assim, Selena já estava desperta.
Não havia sonho.
Não havia dor.
Havia só a ausência dele.
Ela estava sozinha.
Deitada entre folhas e terra úmida, o corpo ainda aquecido pelo que tinham vivido na noite anterior.
Mas Darian não estava ali.
Selena sentou devagar, o coração batendo como se procurasse algo que ficou.
O vínculo pulsava sob a pele — mais forte, mais vivo, mais real do que nunca.
E doía.
Não uma dor física.
Era como se parte dela tivesse sido levada junto com ele.
Como se a conexão, agora selada, cobrasse sua presença.
Ela olhou em volta, tentando encontrar algum sinal, algum rastro dele.
Nada.
Só o perfume que ainda pairava no ar.
Amadeirado. Selvagem. Irrecusável.
Levantou devagar, sentindo o peso da noite sobre os ombros.
O vestido estava amarrotado, sujo de terra e desejo.
Caminhou de volta, sozinha.