Mundo de ficçãoIniciar sessãoApós ser abandonado no altar, Henrique, dono de uma grande fazenda no interior, decide se vingar da ex-noiva. Em uma bebedeira devastadora em Dallas, ele acorda casado com Letícia, uma crupiê de cassino que luta para sustentar a irmã pequena após a morte da mãe. Entre enganos, paixões avassaladoras e segredos, eles retornam à fazenda, onde Letícia precisa se adaptar ao mundo rural e Henrique precisa equilibrar seus sentimentos e a vingança. Entre discussões explosivas e noites de amor ardente, ambos descobrirão que o amor verdadeiro surge nos lugares mais inesperados.
Ler maisAbandono e Promessa de Vingança
O sol da manhã penetrava pelos vitrais da pequena igreja no Alabama derramando seus raios pelos vitrais centenários, iluminando o corredor decorado com flores brancas e lilases, mas não havia beleza que pudesse acalmar meu coração em frangalhos. Cada passo que eu dava em direção ao altar parecia mais pesado do que o anterior. Minha respiração estava contida, meus músculos tensos, e um silêncio absoluto pairava sobre a igreja. Os Convidados olhavam para mim, alguns sussurrando entre si, mas nada disso importava. Tudo se resumia a um único rosto: Laura, a mulher que prometeu ser minha esposa, que estava a anos ao meu lado e que agora estava prestes a destruir meu mundo, tudo que sonhei durante tanto tempo me encarava com olhos que eu não reconhecia mais. — Henry, eu… Sua voz falhou, e um tremor a percorreu. — Eu não posso… — Não pode o quê? Minha voz saiu firme, controlada, mas carregada de uma tensão que mal conseguia conter. — Não pode me amar mais? —Não pode cumprir o que prometeu? Ela desviou o olhar, envergonhada, mas havia algo mais ali. Um segredo que não ousava revelar até agora. Laura respirou fundo, e suas palavras caíram sobre mim como lâminas: — Eu, eu estou indo para o Texas. Com ele. —Não com você, Henry. A pausa doía mais do que qualquer lâmina. — Sinto muito, mas é assim. O chão da igreja parecia abrir sob meus pés. Meu mundo, construído sobre anos de confiança e sonhos compartilhados, despedaçou-se em segundos. A sensação de abandono queimava em minhas veias, misturando incredulidade e raiva. — Você está me dizendo isso aqui, na frente de todos? Gritei, sentindo os olhos de cada convidado pesarem sobre mim. — Você vai embora com outro, e ainda espera que eu fique aqui parado? Ela fechou os olhos, lágrimas escorrendo pelo rosto, e eu só conseguia ouvir o eco do silêncio que se formava na nave da igreja escolhida a meses para a cerimônia do nosso casamento. Cada flor, cada banco, cada vitral parecia zombar da minha dor. E então, senti algo dentro de mim quebrar. Não apenas o coração, mas a própria paciência que me mantinha estável. — Muito bem, Laura. Aproveite sua vida. Minhas mãos tremiam, mas minha voz não falhou. — E saiba que a vingança será a única companhia fiel que vou levar comigo. Sem esperar resposta, saí da igreja, sentindo o olhar dos convidados queimando minhas costas. A caminhonete estava estacionada do lado de fora, seu motor rugindo como se compartilhasse minha fúria. Liguei-a e acelerei sem rumo, deixando o Alabama para trás, mas carregando comigo cada promessa quebrada, cada lágrima e cada juramento de revanche. A noite caiu pesada sobre mim. Entrei em meu quarto na fazenda, mas não havia descanso. Cada sombra no quarto parecia zombar do meu tormento, e cada lembrança de Laura queimava como fogo no meu peito. Sentei-me à beira da cama, segurando a cabeça entre as mãos, e prometi a mim mesmo: Não vou descansar até que ela sinta ao menos uma fração da dor que eu estou sentindo agora. — Laura. Murmuro para o vazio, a voz carregada de ódio e desespero. — Você vai se arrepender! A madrugada chegou silenciosa, mas eu não dormi. Cada pensamento girava em torno da traição, da humilhação, da promessa de vingança. Meu corpo ansiava por ação, minha mente, por justiça. Não havia espaço para tristeza, só havia espaço para planejamento. E então, decidi: Iria atrás dela no Texas, ela vai pagar, custe o que custar. O caminho até Dallas foi longo, e a cada milha percorrida, minha mente mergulhava mais fundo em raiva e frustração. Quando cheguei, o sol já se escondia atrás dos prédios e luzes de neon piscavam, anunciando noites de apostas e distrações. Eu precisava disso. Precisava de álcool, precisava esquecer temporariamente a dor, precisava sentir que ainda havia algo que pudesse controlar. Entrei em um cassino escondido entre prédios antigos, o cheiro de cigarro e uísque misturado ao som incessante de fichas e risadas preenchendo o ar. Sentei-me no balcão e pedi o uísque mais forte que tivessem. O álcool desceu queimando minha garganta, mas trouxe um breve alívio à tempestade dentro de mim. Após algumas doses, começo a observar minha volta. Foi então que percebi uma presença que destoava do caos do cassino: Uma morena, pele clara contrastando com os olhos castanhos esverdeados mais intensos e firmes que já vi. Ela manipulava as fichas com precisão, mas havia algo em seu olhar que não se encaixava naquele ambiente: Uma determinação, cuidado e força, como se carregasse o mundo nos ombros. Aquela força me atraiu e eu me aproximei da roleta o copo na mão Ela se aproximou de mim com um sorriso leve: — Boa noite, senhor. Parece que veio testar a sorte? — Talvez… Respondi, tentando soar indiferente. Mas não consegui. Havia algo em sua presença que me desarmava, algo que eu ainda não compreendia. A noite avançou em uma mistura de apostas e álcool. Cada toque acidental entre nós fazia faíscas percorrerem minha pele, cada olhar prolongado criava uma tensão que eu não estava preparado para enfrentar. Ela não sabia quem eu era. E a mesma coisa acontecia comigo. A única coisa certa quanto a ela era o nome no crachá: Letícia. Ela devia acreditar que eu era apenas mais um caçador de fortuna, alguém buscando riqueza nos cassinos de Dallas, meu estado era bem deplorável. — Você parece, perdido, senhor. Disse ela, inclinando-se levemente sobre a mesa. — Mas gosto de quem corre riscos. — Cuidado com o que deseja. Murmurei, com a voz rouca, sentindo meu corpo reagir sem controle. A bebida e a adrenalina me levaram a fazer um convite para que nós continuássemos a diversão em outro lugar. E Letícia, após pensar durante uma rodada do jogo, decidiu aceitar. O mundo girava em cores e sons, e eu me permiti esquecer, mesmo que por horas, a dor da traição. Saímos em direção a uma boate quase em frente ao cassino quando Letícia terminou seu horário. Entramos e pedi duas tequilas Letícia que até ali estava quieta fala: —Posso saber o que um homem como você faz em Vegas? — Você não é daqui, e Vegas pode ser muito perigosa para visitantes. —E o que uma bela mulher como você faz trabalhando em um cassino? Meu cérebro ainda tentava processar a noite anterior. Raiva, incredulidade e desejo se misturavam. —Vamos fazer um trato essa noite e só para nós nos divertimos com o dinheiro que ganhei lá onde você trabalha. Você me faz companhia, assim eu não corro risco o que você acha Letícia você é capaz de me proteger dos perigos de Vegas? Proponho olhando em seus olhos que me encantam.o Ela abaixa os olhos durante um tempo, depois me olha profundamente como se quisesse ler minha alma e me responde: — Se você quer assim Henry. Fechado nada de perguntas pessoais. —Seremos um do outro até o amanhecer Henry. Tomamos mais algumas doses,e vamos para a pista de dança Letícia segura em minha mão, um arrepio me percorre e eu a sigo. Seu corpo se cola no meu e Letícia começa a dançar de uma forma lânguida, seu corpo colado no meu me deixa totalmente excitado. As luzes criando uma intimidade que só fazia com que eu sentisse mais profundamente o perfume de seus cabelos —Vamos pra outro lugar Letícia, aqui tem muita gente. Eu decidi não me lembrar de nada da minha vida essa noite. Quero somente afogar minhas lembranças na bebida e aproveitar esse corpo maravilhoso colado no meu. E assim nós saímos em direção às luzes cheias de ilusão de Vegas. Quando acordei a claridade que entrava pela janela me dizia que o dia já havia começado faz tempo. Uma dor de cabeça alucinante fazia parecer que minha cabeça iria explodir a qualquer momento. Olhei o quarto onde estava, era um quarto barato , sem nenhum luxo, um canto da parede tinha sinal de umidade. Mas havia algo ainda mais estranho, mim peso na minha cintura como um braço, porém eu não consigo me lembrar de nada, como se houvesse um apagão mental. Me viro lentamente e a realidade me atingiu como um soco: Letícia estava ao meu lado, dormindo seus cabelos sobre o travesseiro e sobre meu peito, ela está nua, sua expressão serena. Eu não consigo acreditar nisso, nunca fui pra cama com uma mulher de uma forma tão irresponsável. Não há sinal de preservativo em nenhum lugar, isso para me deixar mais desesperado. Me levanto com minha cabeça doendo muito mais se é que isso é possível, entro no banheiro tomo um banho gelado para tentar aliviar a dor. Me enrolo na toalha e volto para o quarto, as roupas estão espalhadas por todo lado do quarto, me aproximo da mesa e não acredito no que está aliO Acordo e o CercadinhoO sol nasce preguiçoso sobre a fazenda, tingindo o horizonte de tons dourados. As galinhas já cacarejam do lado de fora e o mugido distante de uma vaca se mistura ao cheiro de café fresco que invade a cozinha. Letícia está ali, com o cabelo amarrado de qualquer jeito, uma camiseta de algodão e expressão de quem ainda tenta decifrar o que é viver no campo. Laura brinca no chão com uma colher de pau, feliz com qualquer coisa que faça barulho.Henry entra, ainda com a barba por fazer e o chapéu ligeiramente torto. O olhar dele é daquele tipo que analisa sem piedade, o mesmo olhar que Letícia já aprendeu a detestar e temer… e, secretamente, admirar.— Vai quebrar a colher da cozinheira, mocinha. Ele diz, olhando para Laura, que gargalha e bate mais forte no chão.Letícia ergue o queixo, defensiva. — Ela não está fazendo nada de errado. Está brincando.— Está transformando o chão num tambor, isso sim. Ele cruza os braços, o semblante carregado de provocação.
O sol mal tinha nascido quando acordei com o celular vibrando na cabeceira. Esfreguei os olhos ainda pesados de sono e, sem olhar direito, atendi.— Alô? Minha voz saiu arrastada.Do outro lado, uma voz feminina que eu conhecia bem respondeu com ironia:— Que bonito, hein? Dormindo como um príncipe, enquanto eu estou aqui tentando resolver os estragos da sua “genialidade”.Era a Felícia, claro.— Estragos? Sentei na cama num pulo, o coração disparando. — O que eu fiz agora?— Ah, nada demais… —Só que metade da cidade acha que vocês dois já estão organizando o casamento mais badalado do ano. Ela deu uma risadinha sarcástica. — E adivinha quem está ligando pra confirmar detalhes? —Jornalistas, colunistas sociais, fornecedores… —Até a sua mãe, meu caro, que me perguntou se já escolheu o terno.Passei a mão pelo rosto, sem saber se ria ou se entrava em pânico.— Isso é sério?— Mais sério do que você imagina. Felícia suspirou. — A notícia correu como fogo em palha seca. —Agora v
Confusões e Revelações O sol daquela manhã parecia mais intenso do que o normal, iluminando cada detalhe da fazenda com um brilho quase exagerado. O cheiro de terra molhada, resquício da tempestade da noite anterior, ainda pairava no ar. Letícia espreguiçou-se, determinada a provar, para si mesma e para Henry que não era uma “princesa urbana perdida no mato”, como ele gostava de insinuar. Vestiu calça jeans, camiseta simples e prendeu o cabelo num coque improvisado, deixando algumas mechas soltas que, inevitavelmente, insistiam em cair sobre seu rosto. Quando saiu, encontrou Henry encostado no cercado, braços cruzados, expressão de quem já esperava por um espetáculo de trapalhadas. — Está com cara de missão. Ele provocou, o canto da boca curvando-se num meio sorriso. — Vai salvar o mundo ou só derrubar mais alguns baldes? Ela ergueu o queixo, ignorando o rubor que subia pelo pescoço. — Vou trabalhar. —Diferente de certas pessoas que só sabem rir dos outros. Henry riu
Um Dia de TempestadeAcordei com o som da chuva batendo forte no telhado de madeira da casa de caça. O cheiro de terra molhada invadia o quarto, misturado ao aroma suave do café que Henry já havia preparado. Laura estava enrolada no cobertor, respirando devagar, e a cena me fez sorrir. Apesar da tempestade que se formava lá fora, havia algo de acolhedor naquele espaço rústico, quase mágico.— Bom dia, Letícia. A voz de Henry atravessou o silêncio. Ele estava na cozinha, camisa de flanela grudada pelo calor do fogo, cabelos ainda úmidos por causa da umidade da manhã. — Hoje será um dia… —Interessante.— Interessante como? Perguntei, tentando soar firme, mas sentindo meu estômago dar um nó.— Bom, você vai aprender a lidar com a tempestade enquanto tenta não destruir a cozinha. — Ele sorriu, arqueando uma sobrancelha. — E se conseguir manter a calma, talvez até aprenda a apreciar o campo mesmo sob chuva.Levantei-me devagar, sentindo o frio da madeira nos pés e o cheiro úmido
A Prova do FogoAcordei antes do sol, mais uma vez, com o cheiro de lenha queimando e café fresco invadindo o quarto. Laura ainda dormia no carrinho improvisado, enrolada em seu cobertor grosso. Meus olhos ardiam de sono, mas uma ansiedade curiosa me impulsionava. Hoje, Henry havia avisado, seria o dia em que eu enfrentaria o fogão a lenha sozinha, uma prova que ele parecia aguardar ansiosamente.— Bom dia, Letícia. — Sua voz grave cortou o silêncio da casa. Henry estava na cozinha, a camisa xadrez aberta, braços cruzados e sorriso malicioso no rosto. O sol nascente iluminava seu cabelo desgrenhado e os olhos semicerrados, deixando-o com uma expressão que alternava entre provocação e cuidado.— Bom dia. Murmurei, tentando soar confiante. — Pronta para o que der e vier.Henry arqueou a sobrancelha, avaliando-me. — Torço para que seja apenas o que eu disse.— Mas você… —Ele riu baixo, quase zombeteiro —Você parece uma mistura de coragem e teimosia. —Um perigo em potencial.S
Primeiros Desafios ReaisAcordei antes do sol, como se meu corpo tivesse registrado a promessa silenciosa de que aquele dia não seria fácil. O cheiro de terra molhada e lenha queimando invadia a casa. Laura ainda dormia, enrolada num cobertor de lã grosso, e o leve ranger do carrinho ao meu lado lembrava-me da rotina improvisada que agora fazia parte da minha vida.Henry já estava na cozinha, e o som da chaleira chiando me deu uma pontada de alívio e apreensão. Levantei-me devagar, sentindo cada músculo reclamar do esforço do dia anterior. Meu corpo urbano ainda não se acostumara com a dureza do campo, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim pulsava com curiosidade e desafio.— Bom dia. A voz dele atravessou a penumbra da sala, carregada de firmeza. Olhei para Henry, encostado no batente, camisa de flanela desabotoada no peito, braços cruzados. Um pequeno sorriso curvou os lábios, quase provocador.— Bom dia. Murmurei, tentando não demonstrar nervosismo.Ele riu baixo, quase um





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