Confissões e Segredos
O sol já se escondia por trás das colinas da fazenda, tingindo o céu de tons alaranjados e violetas, quando Letícia caminhava pelo curral, recolhendo os últimos galões de leite do dia.
O aroma terroso da terra molhada misturava-se ao cheiro doce do feno recém-cortado, e os sons do campo, o mugido distante das vacas, o cacarejar das galinhas e o farfalhar das folhas no vento, criavam uma sinfonia familiar que, ainda assim, a deixava inquieta.
Laura ia à frente, rindo de algo que havia encontrado entre as botas sujas dos trabalhadores.
Letícia sorriu, observando a sobrinha explorar cada canto com a curiosidade inocente de uma criança de dois anos.
O coração da jovem se aquecia, mas havia um fio de ansiedade pendurado, ligado a Henrique.
Ele estava encostado na cerca, observando a cena, o olhar intenso e protetor fixo nela.
O canto de seus lábios traía um sorriso contido, e a maneira como seu corpo se relaxava e ainda assim parecia alerta mostrava cada