Entre Galinhas e LenhaO dia amanheceu lento, quase preguiçoso, com o céu tingido de laranja e rosa sobre os campos verdes. O som distante dos galos e o vento suave mexendo as folhas me despertaram antes do sol subir completamente. Laura ainda dormia, aninhada em seu carrinho improvisado ao lado da cama, e eu me senti estranhamente isolada naquele espaço que não era nem minha cidade, nem meu antigo conforto urbano.Levantei-me devagar, sentindo o piso frio de madeira sob os pés, e observei a casa de caça com um misto de admiração e apreensão. Cada canto parecia carregar a história de alguém que sabia viver com o essencial, sem luxos, sem pressa. Para mim, acostumada à correria, aos cafés apressados e aos eletrodomésticos que facilitavam cada tarefa, aquilo era quase uma prova de resistência.Henry já estava na cozinha quando cheguei, mexendo calmamente a chaleira sobre o fogo de lenha. Sua presença era firme e constante, quase desafiadora.— Bom dia. Disse ele, sem me olhar dire
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