Primeiros Desafios Reais
Acordei antes do sol, como se meu corpo tivesse registrado a promessa silenciosa de que aquele dia não seria fácil.
O cheiro de terra molhada e lenha queimando invadia a casa.
Laura ainda dormia, enrolada num cobertor de lã grosso, e o leve ranger do carrinho ao meu lado lembrava-me da rotina improvisada que agora fazia parte da minha vida.
Henry já estava na cozinha, e o som da chaleira chiando me deu uma pontada de alívio e apreensão.
Levantei-me devagar, sentindo cada músculo reclamar do esforço do dia anterior.
Meu corpo urbano ainda não se acostumara com a dureza do campo, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim pulsava com curiosidade e desafio.
— Bom dia. A voz dele atravessou a penumbra da sala, carregada de firmeza.
Olhei para Henry, encostado no batente, camisa de flanela desabotoada no peito, braços cruzados.
Um pequeno sorriso curvou os lábios, quase provocador.
— Bom dia. Murmurei, tentando não demonstrar nervosismo.
Ele riu baixo, quase um