Leonardo, um homem com um passado enigmático, infiltra-se na implacável máfia Falcão. Sua lealdade é testada quando ele é escalado para o audacioso assalto ao Banco Imperial Ferraz. Tudo muda ao conhecer Sabrina, a vibrante filha do banqueiro, por quem se apaixona perdidamente. Entre o dever para com a máfia e um amor proibido, Léo terá que fazer escolhas que podem custar sua vida. Conseguirá ele abandonar o mundo do crime por Sabrina, e poderá o amor deles superar a fúria de duas famílias em guerra?
Leer másO som da maçaneta girando foi como uma sentença de morte nos ouvidos de Leonardo. Em milésimos de segundo, sua mente, treinada para o combate e a sobrevivência, processou as opções. Lutar era impensável; o alarme seria acionado antes que ele pudesse neutralizar quem quer que estivesse do outro lado. Fugir pela mesma porta era impossível. Restava a escuridão, sua única aliada naquele momento.Com a agilidade de uma pantera, ele se moveu para o canto mais distante da sala, atrás de um grande armário de arquivamento de metal, o dispositivo USB com o software de invasão ainda em sua mão, o d******d dos projetos de segurança do banco paralisado a talvez setenta por cento. Prendeu a respiração, o coração martelando um ritmo frenético contra suas costelas, cada fibra de seu ser em alerta máximo.A porta se abriu com um rangido suave, revelando a silhueta de um homem contra a luz fraca do corredor. Não era um guarda uniformizado. Era mais alto, mais imponente. Leonardo amaldiçoou sua sorte qu
A ordem de Don Costello pesava sobre Leonardo como uma mortalha. Conseguir as plantas detalhadas do sistema de segurança do Banco Rossi & Filhos era uma tarefa monumental, um mergulho em águas infestadas de tubarões, onde o menor erro significaria o fim. Mas, em meio ao turbilhão de perigo e à repulsa moral que a missão lhe causava – especialmente com a imagem de Sabrina Rossi assombrando seus pensamentos – uma centelha de algo mais se acendia: a oportunidade. Aquelas plantas não serviriam apenas aos propósitos da famiglia; poderiam ser a chave para os segredos que ele viera desenterrar, o catalisador para o acerto de contas com seu próprio passado nebuloso.Passou as 48 horas seguintes numa reclusão quase monástica, o pequeno apartamento na lavanderia transformado num centro de comando improvisado. Mapas da cidade, horários anotados, fotografias discretas tiradas durante suas observações e diagramas de sistemas de segurança genéricos cobriam a mesa modesta. Ele não podia simplesmente
A imagem da pequena porta de serviço nos fundos do Banco Rossi & Filhos não saía da mente de Leonardo. Era uma dissonância na sinfonia de segurança ostensiva do edifício, uma nota aparentemente insignificante que, para um ouvido treinado como o seu, soava como uma promessa de vulnerabilidade. Passara os últimos dias imerso em plantas baixas genéricas da área, cruzando informações com os horários de entrega da empresa de catering que anotara. A passividade da observação à distância já não era suficiente. Ele precisava se aproximar, sentir o pulso daquele ponto cego.A decisão de agir amadureceu durante uma madrugada de insônia, o silêncio do seu quarto temporário quebrado apenas pelo gotejar de uma torneira mal fechada – um lembrete constante das pequenas falhas em sistemas aparentemente perfeitos. Seu objetivo misterioso, a razão pela qual se submetia àquele jogo perigoso com os Costello, exigia que ele não fosse apenas um peão, mas um jogador ativo, capaz de influenciar o tabuleiro.
A noite de Leonardo foi um tormento silencioso. As palavras de Don Costello ecoavam em sua mente, cada sílaba um prego a mais em sua cruz autoimposta: "Nosso próximo grande projeto… envolve o Banco Rossi & Filhos." Rossi. O nome que, até pouco tempo, representava para ele apenas uma família rica e anônima, agora adquirira um rosto, um par de olhos cor de mel que irradiavam uma luz que ele pensava ter se extinguido no mundo. Sabrina.Ele se levantou antes do amanhecer, o corpo tenso, a mente uma teia de cálculos frios e emoções incandescentes. Como conciliar a missão sombria que o levara até o covil dos Costello com a imagem da jovem que, sem saber, representava tudo o que ele perdera, tudo contra o que ele agora era obrigado a lutar? Seu passado, o verdadeiro motivo de sua infiltração na máfia, exigia que ele seguisse em frente, que usasse qualquer meio para alcançar seu objetivo. Mas o espectro de Sabrina Rossi pairava, um aviso, uma complicação inesperada e perigosa.Ele engoliu o c
Os dias que se seguiram à "coleta" na floricultura foram uma sucessão de testes velados para Leonardo. Tulio, o braço direito e sombra de Don Costello, tornou-se sua companhia constante, um observador silencioso cuja presença era tão reconfortante quanto a de um lobo à espreita. Diferente da brutalidade quase teatral de Rocco, a ameaça de Tulio era mais sutil, mais fria, residindo em seus olhos penetrantes e na economia de seus movimentos, cada um deles carregado de uma eficiência mortal.A nova tarefa de Leonardo chegou numa manhã chuvosa. Tulio o encontrou no pequeno apartamento nos fundos de uma lavanderia, outro dos negócios de fachada dos Costello, que lhe fora designado como morada temporária."Temos um assunto a resolver no Porto," Tulio disse, sem rodeios, enquanto Leonardo terminava um café amargo. "Um dos nossos… inquilinos… parece ter desenvolvido ouvidos seletivos para as nossas instruções sobre o uso do cais."Leonardo apenas assentiu, terminando o café. Ele entendia a li
O dia seguinte amanheceu cinzento, o céu de chumbo sobre a cidade parecendo um espelho do humor sombrio que permeava os cantos onde os Costello teciam suas teias. Leonardo encontrara Tulio na entrada dos fundos de um dos cafés que serviam de fachada para os negócios da famiglia. O braço direito de Don Costello era uma figura que impunha respeito sem proferir uma única palavra desnecessária. Alto, esguio, com olhos que pareciam carregar o peso de segredos inconfessáveis e uma cicatriz fina que lhe atravessava a sobrancelha esquerda, Tulio era a personificação da lealdade silenciosa e da eficiência letal.Ele não cumprimentou Leonardo. Apenas fez um gesto com a cabeça em direção a um sedan preto, discreto e potente, estacionado junto ao meio-fio. Leonardo entrou no lado do passageiro. O interior do carro cheirava a couro e a algo metálico, quase imperceptível, que fez os instintos de Leonardo se aguçarem.A viagem foi feita em silêncio. Tulio manobrava o carro com uma precisão calma pel
A fumaça do charuto pairava densa no ar, um véu cinzento que se agarrava às cortinas de veludo pesado e aos móveis escuros da sala. O único som, além da respiração contida dos homens presentes, era o tilintar discreto do gelo num copo de uísque, manuseado com lentidão calculada por Don Vincenzo Costello. Seus olhos estavam fixos no recém-chegado, um homem que parecia deslocado naquele antro de poder e perigo, como um falcão selvagem momentaneamente pousado em meio a lobos.Leonardo.Esse era o nome que fora sussurrado nos corredores da famiglia nos últimos dias. Um nome que carregava consigo um eco de mistério, uma ausência de história que, para homens como Don Costello, era tanto uma curiosidade quanto um potencial alarme. Ele não se apresentara com um séquito de recomendações ruidosas, nem com a subserviência habitual daqueles que buscavam um lugar à sombra protetora – e lucrativa – da máfia Costello. Fora indicado por um consigliere de uma família aliada da Sicília, um homem cuja p