119. O refúgio da confiança e a sombra da suspeita
A biblioteca da vila toscana, com suas paredes forradas de livros e o cheiro suave de madeira e couro, tornara-se uma cápsula do tempo. Ali, sob o olhar atento e compassivo do Professor Julian Croft, Leonardo e Sabrina não estavam apenas contando uma história; estavam revivendo-a, exorcizando os últimos fantasmas de um passado que, embora distante, ainda ecoava em suas almas.
"E então, vocês fugiram da livraria," Croft recapitulou, a voz calma, encorajadora. "Ele, o homem que acabara de adquirir os segredos do seu império familiar. E você, a mulher que ele acabara de salvar, sem saber quem ela realmente era. Para onde foram? O que aconteceu naquelas primeiras, cruciais horas?"
Leonardo apertou a mão de Sabrina, um gesto que era tanto de apoio a ela quanto a si mesmo, buscando uma âncora antes de mergulhar novamente naquelas águas turvas. "Para um esconderijo," ele começou, a voz grave, "um pequeno apartamento anônimo na parte mais antiga da cidade. Um lugar que eu mantinha para emergê