7. Olhares cruzados no abismo da cidade
Os dias que se seguiram à desastrosa noite no Hotel Magnifico foram, para Sabrina, uma lenta asfixia. Lorenzo Rossi, seu pai, cumprira suas ameaças. A mansão, antes um lar, transformara-se numa fortaleza de silêncio e desaprovação. Seguranças extras, ostensivamente para protegê-la, na verdade serviam como carcereiros discretos, limitando suas saídas, monitorando suas ligações, seus contatos. As verbas para o Centro Comunitário Novo Amanhã foram "temporariamente suspensas para reavaliação", um eufemismo para a punição por sua teimosia.Eleonora, sua mãe, tentava em vão apaziguar os ânimos, o coração dividido. "Seu pai está apavorado, Sabrina," ela dizia, a voz embargada. "Ele só quer o seu bem. Aquela gente da Progresso Empreendimentos… eles são perigosos. E você o desafiou publicamente." "E o que o senhor Rossi sugere que eu faça, mamãe?" Sabrina retorquiu, a amargura em sua voz. "Que eu me cale enquanto eles destroem vidas? Que eu ignore a injustiça porque tenho medo?" Ela olhava para
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