Naira Thorne desperta em um hospital sem memória de sua identidade ou passado. Ao abrir os olhos, ela se depara com Brandon Goodman, um homem incrivelmente atraente que a chama de “meu amor” e segura sua mão com ternura. Brandon, governador que mora na cidade de Byteville, revela que Naira esteve em coma por seis meses após um ataque de um inimigo seu. Para garantir a segurança de Naira, Brandon insiste que ela permaneça em casa, onde ele demonstra ser um marido atencioso e romântico. No entanto, Naira anseia por liberdade e ar fresco, mas o medo de um assassino à espreita e a ausência de lembranças sobre seu agressor a deixam em pânico. Enquanto luta para recuperar suas memórias e enfrentar seus medos, Naira admira mais o marido que a ama e que a protege, mas também teme o mundo perigoso que a cerca. Será que ela conseguirá desvendar os mistérios de seu passado e encontrar a paz que tanto deseja?
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Para você, leitora intensa, que ama com os olhos fechados, mas sente com o coração alerta.
Para você, que se derrete com um toque… mas nunca esquece que até o mais doce dos beijos pode esconder veneno.
Essa história é sua.
Aqui, você vai mergulhar num romance que é carícia e jaula, desejo e dúvida, ternura e controle. Um conto de amor envenenado por segredos. Uma paixão tão ardente que pode queimar, ou consumir por inteiro.
Então respire fundo, segure sua coragem e vire a próxima página. O amor de Naira pode ser a redenção... ou o fim.
Com carinho, Rosana Lyra.
Para você, leitora intensa, que ama com os olhos fechados, mas sente com o coração alerta.
Para você, que se derrete com um toque… mas nunca esquece que até o mais doce dos beijos pode esconder veneno.Essa história é sua.
Aqui, você vai mergulhar num romance que é carícia e jaula, desejo e dúvida, ternura e controle. Um conto de amor envenenado por segredos. Uma paixão tão ardente que pode queimar, ou consumir por inteiro.
Então respire fundo, segure sua coragem e vire a próxima página. O amor de Naira pode ser a redenção... ou o fim.
Com carinho, Rosana Lyra.
Capítulo 1 - Naira.
Naira
Bip… bip… bip…
O que é isso?
Bip… bip… bip…
Onde estou? Que barulho é esse? Quem sou eu?
Ao abrir meus olhos tudo fica branco com um brilho intenso e os fechos rapidamente. Fico assim por um tempo até sentir uma mão segurar a minha e abro os olhos novamente. No lugar de um brilho intenso vejo o rosto de um homem: será ele um anjo? Vejo seu rosto e tudo brilha à sua volta.
O homem está chorando muito, seu olhar para mim parece angustiado. Ele olha para o lado e parece chamar alto por alguém, mas o zumbido no meu ouvido não me permite compreender o que ele diz até que finalmente escuto sua voz.
— Amor, que saudade, graças a Deus você acordou. Não me dê outro susto desse, tem noção do que eu passei nos últimos meses? — ele quer me abraçar, mas sinto receio de sua aproximação.
— Quem… — tento falar, mas minha garganta está seca demais — Quem…
Não sai nada, quero saber quem é ele e também quero saber quem sou eu. Minha mente se tornou um amontoado de nada junto com escuridão. Tento puxar algo e a única coisa que consigo é uma dor de cabeça insuportável.
Ao olhar para o lado vejo uma senhora usando um vestido azul escuro e um jaleco branco vindo na minha direção, ao lado dela duas mulheres e um homem usando um conjunto de blusa e calça da mesma cor, azul claro.
A mulher mais velha estica minhas pálpebras e j**a uma luz forte no meu olho. O homem que chora continua ao meu lado segurando firme minha mão de forma afetuosa, o que mostra que ele me conhece.
O clarão me incomoda e eu tento fechar meu olho a todo custo, ela solta meu olho esquerdo e quando penso que acabou faz o mesmo com o olho direito e quando termina pergunta:
— Boa tarde, Naira, como se sente?
— Sede… — quero perguntar quem é Naira, mas a sede está sufocante.
— Posso dar água para minha esposa, doutora? — Esposa? Olho para o homem que não larga a minha mão com um milhão de perguntas para fazer.
— Senhor Goodman, sua esposa ainda não pode ingerir líquido em abundância. Por agora umedeça os lábios dela com algodão e deixe a água entrar aos poucos na boca dela.
Uma enfermeira entrega para o tal senhor Goodman um copo com água e um pedaço de algodão. Ele vai molhando delicadamente meus lábios e um pouco de água entra na minha boca com isso molhando minha língua e umedecendo minha garganta.
— Amor, vai ficar tudo bem. Vou cuidar de você e prometo que ninguém mais vai tentar tirá-la de mim. — os olhos dele não deixam os meus.
Sua voz é rouca, suave e clara, mas familiar, ressoa dentro de mim, como uma vibração calorosa. Sua voz é um sussurro de esperança em meio à escuridão. A escuridão que envolveu minha mente e não me deixa ver nada de quem sou.
Leva algum tempo até que sinto um alívio na minha garganta, antes ela queimava e ansiava por água. Agora até minha respiração que antes estava acelerada está mais calma e meus olhos encaram as pessoas à minha volta.
— Quem são vocês? — Pergunto ainda com um pouco de dificuldade, com a voz baixa.
— Amor, não se lembra de mim? Sou seu marido! — Balanço a cabeça em negação.
— Quem sou eu? Se é meu marido, deve saber? — Essa pergunta é a que me faço desde que acordei.
— Senhora Goodman, do que se lembra? — A doutora pergunta e eu respondo:
— De nada! Eu só… despertei aqui.
— Meu Deus… — o tal senhor Goodman parece desesperado — Minha esposa não se lembra de mim. O que vou fazer agora?
— Calma, senhor Goodman! Eu o avisei dos riscos da cirurgia, o impacto da bala causou uma lesão na região temporal medial do cérebro dela, especificamente no hipocampo. Essa área é crucial para a formação e consolidação de memórias de longo prazo. O dano resultou em uma perda significativa de memória episódica, incluindo lembranças de eventos, pessoas e experiências passadas.
— Estou confusa, não me lembro de nada mesmo.
— Isso explica porque você não se lembra de sua identidade, familiares, amigos ou eventos significativos. Sua memória de curto prazo parece intacta, permitindo que você processe informações novas. No entanto, a recuperação de memórias antigas está comprometida. — A médica explica, mas continuo perdida em pensamentos.
— Precisa cuidar disso, minha esposa precisa lembrar de mim, doutora, lembrar de nós.
— Eu dei o prognóstico e a extensão do dano é difícil de prever. Alguns pacientes recuperam memórias gradualmente, enquanto outros enfrentam déficits permanentes. Terapia cognitiva e apoio emocional podem ajudar na reabilitação. Vamos monitorar seu progresso e ajustar o tratamento conforme necessário. Entendo o quanto isso é difícil. Estamos aqui para apoiá-los.
— Para nos apoiar? — o homem volta a chorar de forma dolorosa — Precisamos de resultados. Faça mais exames.
A médica olha para as duas mulheres e o homem e dá uma ordem. Logo sou levada para uma sala. Quando entrei na sala, fui recebida por uma equipe de técnicos vestidos com jalecos brancos.
A sala era pequena, com paredes brancas e iluminação suave. Havia um equipamento enorme, como um túnel gigante, no centro da sala. O som ambiente era de máquinas zumbindo.
O técnico me explicou que o equipamento era uma ressonância magnética, que usava campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens do meu cérebro. Ele parecia um cilindro gigante com uma abertura estreita.
Eles me pediram para deitar em uma maca estreita, que seria inserida no túnel. Colocaram uma cesta sobre meu rosto para manter minha cabeça imóvel. Fiquei um pouco ansiosa.
Quando a maca começou a se mover, eu senti um pouco de claustrofobia. O técnico me orientou a respirar fundo e permanecer imóvel. O som dentro do túnel era ensurdecedor, como marteladas e zumbidos. Fechei os meus olhos e tentei relaxar.
Ao longo do exame, senti algumas sensações estranhas, como se meu corpo estivesse sendo puxado para dentro do túnel. O barulho era quase hipnótico.
Depois de cerca de alguns minutos, o exame terminou. O técnico me ajudou a sair da maca. Senti alívio por ter terminado. Mas o alívio se foi quando a médica começou a falar algum tempo depois de me levarem de volta para o quarto:
— O exame de ressonância magnética confirmou a lesão no hipocampo. Há casos de recuperação significativa. Vamos trabalhar juntos. Não vou garantir nada, mas podemos tentar.
— Podemos tentar? — o homem pergunta decepcionado — Doutora, pode nos deixar a sós, por favor?
A doutora saiu e pela primeira vez me senti nervosa. Estou sozinha neste quarto com o homem que diz ser meu marido… como saberei se é verdade se não sei nem quem eu sou?
O cheiro das flores misturava-se ao frio cortante da manhã. O céu estava nublado, como se o universo soubesse que aquele não era um dia comum. Era o velório de Brandon.Eu permaneci em silêncio, sentada na primeira fileira, com Cayden ao meu lado. Meus olhos estavam inchados, mas secos agora. As lágrimas tinham cessado há algumas horas, mas a dor permanecia ali, silenciosa, latejante. Uma dor estranha, que misturava alívio, culpa e saudade.Foi então que vi dois rostos entre a multidão. Um casal de meia-idade, vestidos com roupas simples, mas com uma elegância sutil. Aproximaram-se com passos calmos e olhos marejados. A mulher segurava um lenço, o homem um pequeno broche com a letra "G".— Você deve ser Naira. — disse a mulher com um sorriso gentil, mesmo que dolorido. — Eu sou Clarice. Esse é meu marido, Henry. Somos os pais do Brandon.Por um segundo, não soube o que dizer. Eles eram tão diferentes do que eu imaginava. Tão… humanos. Clarice pegou minha mão entre as dela e a apertou.
Eles surgiram como sombras cortando a luz do fim de tarde. Homens de preto. Capuzes ocultando os rostos. Um deles me agarrou pelas costas antes que eu pudesse reagir. Tentei gritar, mas a mão áspera e pesada tapou minha boca, abafando qualquer som. Senti o coração disparar. Não consegui lutar. Fui erguida do banco como se fosse feita de vento e arrastada até um carro escuro, estacionado a poucos metros da praça.O desespero me consumia. A última coisa que vi antes de ser empurrada para dentro do porta-malas foi um borrão do mundo à minha volta. A única coisa que vinha a minha mente era Cayden que tinha ido comprar um picolé pra mim.No escuro, entre solavancos e o barulho abafado do motor, chorei em silêncio. E pela primeira vez desejei com toda a força que fosse Brandon o responsável por aquilo. Porque, se fosse ele, pelo menos... eu ainda estaria viva. Ainda estaria inteira. Mas isso doía tanto. Acreditar que ele fingiu me deixar ir, só pra me puxar de volta.O carro parou. Fui arra
A chuva começava a ameaçar o céu, cobrindo a cidade com nuvens escuras e pesadas, como se até mesmo o tempo pressentisse o que estava por vir. Eu atravessava as ruas sem rumo, dirigindo como um condenado. O meu rosto ainda ardia onde um soco me acertou mais cedo, mas eu ignorava a dor física. Nada era pior do que o desespero que corroía minhas entranhas.Naira havia desaparecido. O banco da praça vazio me assombrava. O picolé que eu comprei para ela havia se derretido no chão. Eu corri, gritei seu nome, revistei banheiros, lojas, perguntei para vendedores e transeuntes. Ninguém tinha visto nada. Era como se ela tivesse evaporado.Eu tinha certeza. Brandon. A ideia martelava em minha mente como um tambor incessante. Precisava encontrá-lo. E, se fosse o caso, matá-lo.Ao descobrir que Brandon estava em um shopping novo da cidade para uma inauguração, eu não pensei duas vezes. Fui até lá, sem plano, sem cautela. Tudo o que eu queria era respostas. E Naira de volta.No estacionamento sub
O beijo dela ainda queimava em meus lábios. Não era mais um gesto forçado, não era fruto da dor ou da saudade que ela sentia de outra realidade. Não. Aquele beijo foi real. Foi escolha. Foi esperança. Naira me beijou por vontade própria.Eu fiquei ali, parado, com os olhos presos nos dela mesmo depois que ela se afastou, visivelmente envergonhada. Meu peito parecia pequeno demais para conter toda a felicidade que explodia dentro de mim. Ela deu um passo para trás, mas antes que eu pudesse pensar, meus braços a puxaram de volta.— Naira... — murmurei, a voz rouca e carregada de emoção — Eu preciso retribuir.E beijei-a. Dessa vez fui eu que iniciei, com ternura e reverência, como quem toca um milagre. Ela não se afastou, pelo contrário, seus dedos se enroscaram em minha camisa e seu corpo se aproximou do meu como se aquele espaço entre nós fosse insuportável. Era doce, era caloroso... era dela. Quando nos afastamos, ainda com os rostos próximos, ela sorriu de leve. Um sorriso tímido, m
O sol já despontava pelas janelas quando meus olhos se abriram devagar. A claridade suave invadia a sala e dançava nas cortinas claras, como se o dia tentasse me abraçar com delicadeza. Eu estava deitada no sofá, um cobertor leve me aquecendo. Aos poucos, minha mente conectava os pontos: eu havia adormecido nos braços de Cayden, e ele, em sua doçura, me colocou ali com cuidado. Cayden apareceu na porta da cozinha com um sorriso gentil, segurando duas xícaras de chá fumegante.— Achei que algo quente poderia ajudar com a sua febre de ontem à noite, ficou febril de novo. Como está se sentindo? — Perguntou, se aproximando.Peguei a xícara com gratidão, meus dedos tocando brevemente os dele.— Melhor. A febre passou. Acho que foi mais emocional do que física.Ele assentiu, sentando-se ao meu lado, respeitando meu espaço.— Não precisa se forçar, Naira. Só quero que você saiba que estou aqui... como você quiser. Não como era antes. Como for agora.Aquilo me tocou mais do que eu esperava. S
A noite se arrastava em silêncio, mas dentro de mim era puro turbilhão. Estava deitado no sofá da sala, com os olhos presos ao teto, ouvindo apenas o som do relógio antigo da casa e... os suspiros de Naira. Ela dormia no quarto que um dia fora nosso. Agora, era estranho pensar nesse "nosso". O que restou de nós? Palavras apagadas, memórias arrancadas, e um amor que pareceu ser substituído por um pesadelo, o nome dele era Brandon. Era a segunda noite dela aqui.Subi degrau por degrau e parei ao chegar na porta do único quarto da casa. Eu ouvia seus murmúrios abafados através da porta entreaberta. Ela falava baixinho. Às vezes meu nome. Mas, mais frequentemente... o dele.— Brandon...Fechei os olhos com força. Doía. Como uma agulha fina, perfurando devagar a carne do meu peito. Ele ainda a habitava. O homem que a enganou, que destruiu sua identidade, que a fez acreditar em um amor inexistente. E, pior, ela ainda o amava. Mas eu não a culpo. Nunca.Caminhei devagar de volta para o andar
Último capítulo