Mais um dia amanheceu, esse foi com o céu coberto por nuvens delicadas, o tipo de cinza que não entristece, apenas acalma. Ontem foi a primeira noite que Brandon e eu dormimos juntos na cama, se tornou algo inevitável depois da pegação no sofá. Acordei antes de Brandon e fiquei observando seu rosto enquanto ele dormia. Era tão bonito assim, tão sereno. A barba por fazer, a respiração compassada, o jeito como o braço se estendia até o meu lado da cama, mesmo que estivéssemos apenas abraçados na noite anterior.
Depois de tudo o que vivemos ontem, eu sabia: algo em mim estava mudando. Não era memória, essa, eu sabia, não voltaria. Mas o sentimento era real. Crescia silenciosamente entre os gestos, os olhares, os toques. Era um amor que estava sendo escrito de novo com a mesma tinta de antes.
— Vai me observar o dia todo? — Ele perguntou com a voz rouca, os olhos ainda semiabertos.
— Talvez. Você dorme bonito.
Ele sorriu, se espreguiçou e me puxou de leve para perto, até nossos narizes se