A Esposa do Governador
A Esposa do Governador
Por: Rosana Lyra
Capítulo 1 - Naira

Dedicatória:

Para você, leitora intensa, que ama com os olhos fechados, mas sente com o coração alerta.

Para você, que se derrete com um toque… mas nunca esquece que até o mais doce dos beijos pode esconder veneno.

Essa história é sua.

Aqui, você vai mergulhar num romance que é carícia e jaula, desejo e dúvida, ternura e controle. Um conto de amor envenenado por segredos. Uma paixão tão ardente que pode queimar, ou consumir por inteiro.

Então respire fundo, segure sua coragem e vire a próxima página. O amor de Naira pode ser a redenção... ou o fim.

Com carinho, Rosana Lyra.

Para você, leitora intensa, que ama com os olhos fechados, mas sente com o coração alerta.

Para você, que se derrete com um toque… mas nunca esquece que até o mais doce dos beijos pode esconder veneno.

Essa história é sua.

Aqui, você vai mergulhar num romance que é carícia e jaula, desejo e dúvida, ternura e controle. Um conto de amor envenenado por segredos. Uma paixão tão ardente que pode queimar, ou consumir por inteiro.

Então respire fundo, segure sua coragem e vire a próxima página. O amor de Naira pode ser a redenção... ou o fim.

Com carinho, Rosana Lyra.

Capítulo 1 - Naira.

Naira

Bip… bip… bip…

O que é isso?

Bip… bip… bip…

Onde estou? Que barulho é esse? Quem sou eu?

Ao abrir meus olhos tudo fica branco com um brilho intenso e os fechos rapidamente. Fico assim por um tempo até sentir uma mão segurar a minha e abro os olhos novamente. No lugar de um brilho intenso vejo o rosto de um homem: será ele um anjo? Vejo seu rosto e tudo brilha à sua volta.

O homem está chorando muito, seu olhar para mim parece angustiado. Ele olha para o lado e parece chamar alto por alguém, mas o zumbido no meu ouvido não me permite compreender o que ele diz até que finalmente escuto sua voz.

— Amor, que saudade, graças a Deus você acordou. Não me dê outro susto desse, tem noção do que eu passei nos últimos meses? — ele quer me abraçar, mas sinto receio de sua aproximação.

— Quem… — tento falar, mas minha garganta está seca demais — Quem…

Não sai nada, quero saber quem é ele e também quero saber quem sou eu. Minha mente se tornou um amontoado de nada junto com escuridão. Tento puxar algo e a única coisa que consigo é uma dor de cabeça insuportável.

Ao olhar para o lado vejo uma senhora usando um vestido azul escuro e um jaleco branco vindo na minha direção, ao lado dela duas mulheres e um homem usando um conjunto de blusa e calça da mesma cor, azul claro.

A mulher mais velha estica minhas pálpebras e j**a uma luz forte no meu olho. O homem que chora continua ao meu lado segurando firme minha mão de forma afetuosa, o que mostra que ele me conhece.

O clarão me incomoda e eu tento fechar meu olho a todo custo, ela solta meu olho esquerdo e quando penso que acabou faz o mesmo com o olho direito e quando termina pergunta:

— Boa tarde, Naira, como se sente?

— Sede… — quero perguntar quem é Naira, mas a sede está sufocante.

— Posso dar água para minha esposa, doutora? — Esposa? Olho para o homem que não larga a minha mão com um milhão de perguntas para fazer.

— Senhor Goodman, sua esposa ainda não pode ingerir líquido em abundância. Por agora umedeça os lábios dela com algodão e deixe a água entrar aos poucos na boca dela.

Uma enfermeira entrega para o tal senhor Goodman um copo com água e um pedaço de algodão. Ele vai molhando delicadamente meus lábios e um pouco de água entra na minha boca com isso molhando minha língua e umedecendo minha garganta.

— Amor, vai ficar tudo bem. Vou cuidar de você e prometo que ninguém mais vai tentar tirá-la de mim. — os olhos dele não deixam os meus.

Sua voz é rouca, suave e clara, mas familiar, ressoa dentro de mim, como uma vibração calorosa. Sua voz é um sussurro de esperança em meio à escuridão. A escuridão que envolveu minha mente e não me deixa ver nada de quem sou.

Leva algum tempo até que sinto um alívio na minha garganta, antes ela queimava e ansiava por água. Agora até minha respiração que antes estava acelerada está mais calma e meus olhos encaram as pessoas à minha volta.

— Quem são vocês? — Pergunto ainda com um pouco de dificuldade, com a voz baixa.

— Amor, não se lembra de mim? Sou seu marido! — Balanço a cabeça em negação.

— Quem sou eu? Se é meu marido, deve saber? — Essa pergunta é a que me faço desde que acordei.

— Senhora Goodman, do que se lembra? — A doutora pergunta e eu respondo:

— De nada! Eu só… despertei aqui.

— Meu Deus… — o tal senhor Goodman parece desesperado — Minha esposa não se lembra de mim. O que vou fazer agora?

— Calma, senhor Goodman! Eu o avisei dos riscos da cirurgia, o impacto da bala causou uma lesão na região temporal medial do cérebro dela, especificamente no hipocampo. Essa área é crucial para a formação e consolidação de memórias de longo prazo. O dano resultou em uma perda significativa de memória episódica, incluindo lembranças de eventos, pessoas e experiências passadas.

— Estou confusa, não me lembro de nada mesmo.

— Isso explica porque você não se lembra de sua identidade, familiares, amigos ou eventos significativos. Sua memória de curto prazo parece intacta, permitindo que você processe informações novas. No entanto, a recuperação de memórias antigas está comprometida. — A médica explica, mas continuo perdida em pensamentos.

— Precisa cuidar disso, minha esposa precisa lembrar de mim, doutora, lembrar de nós.

— Eu dei o prognóstico e a extensão do dano é difícil de prever. Alguns pacientes recuperam memórias gradualmente, enquanto outros enfrentam déficits permanentes. Terapia cognitiva e apoio emocional podem ajudar na reabilitação. Vamos monitorar seu progresso e ajustar o tratamento conforme necessário. Entendo o quanto isso é difícil. Estamos aqui para apoiá-los.

— Para nos apoiar? — o homem volta a chorar de forma dolorosa — Precisamos de resultados. Faça mais exames.

A médica olha para as duas mulheres e o homem e dá uma ordem. Logo sou levada para uma sala. Quando entrei na sala, fui recebida por uma equipe de técnicos vestidos com jalecos brancos. 

A sala era pequena, com paredes brancas e iluminação suave. Havia um equipamento enorme, como um túnel gigante, no centro da sala. O som ambiente era de máquinas zumbindo.

O técnico me explicou que o equipamento era uma ressonância magnética, que usava campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens do meu cérebro. Ele parecia um cilindro gigante com uma abertura estreita.

Eles me pediram para deitar em uma maca estreita, que seria inserida no túnel. Colocaram uma cesta sobre meu rosto para manter minha cabeça imóvel. Fiquei um pouco ansiosa.

Quando a maca começou a se mover, eu senti um pouco de claustrofobia. O técnico me orientou a respirar fundo e permanecer imóvel. O som dentro do túnel era ensurdecedor, como marteladas e zumbidos. Fechei os meus olhos e tentei relaxar.

Ao longo do exame, senti algumas sensações estranhas, como se meu corpo estivesse sendo puxado para dentro do túnel. O barulho era quase hipnótico.

Depois de cerca de alguns minutos, o exame terminou. O técnico me ajudou a sair da maca. Senti alívio por ter terminado. Mas o alívio se foi quando a médica começou a falar algum tempo depois de me levarem de volta para o quarto:

— O exame de ressonância magnética confirmou a lesão no hipocampo. Há casos de recuperação significativa. Vamos trabalhar juntos. Não vou garantir nada, mas podemos tentar.

— Podemos tentar? — o homem pergunta decepcionado — Doutora, pode nos deixar a sós, por favor?

A doutora saiu e pela primeira vez me senti nervosa. Estou sozinha neste quarto com o homem que diz ser meu marido… como saberei se é verdade se não sei nem quem eu sou?

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