O beijo dela ainda queimava em meus lábios. Não era mais um gesto forçado, não era fruto da dor ou da saudade que ela sentia de outra realidade. Não. Aquele beijo foi real. Foi escolha. Foi esperança. Naira me beijou por vontade própria.
Eu fiquei ali, parado, com os olhos presos nos dela mesmo depois que ela se afastou, visivelmente envergonhada. Meu peito parecia pequeno demais para conter toda a felicidade que explodia dentro de mim. Ela deu um passo para trás, mas antes que eu pudesse pensar, meus braços a puxaram de volta.
— Naira... — murmurei, a voz rouca e carregada de emoção — Eu preciso retribuir.
E beijei-a. Dessa vez fui eu que iniciei, com ternura e reverência, como quem toca um milagre. Ela não se afastou, pelo contrário, seus dedos se enroscaram em minha camisa e seu corpo se aproximou do meu como se aquele espaço entre nós fosse insuportável. Era doce, era caloroso... era dela. Quando nos afastamos, ainda com os rostos próximos, ela sorriu de leve. Um sorriso tímido, m