"Você fará o que eu quiser, fêmea. E isso irá começar de agora..." James Grant, o Alfa Supremo, sempre foi claro sobre quem manda. E Maya Stone sabe muito bem o que isso significa. Criada como escrava pela sua tia, Selene, após a morte de seu pai, Maya vive uma vida de humilhação e desespero. Sem poder de transformação e rejeitada por seu companheiro predestinado, ela jamais imaginou que o Alfa Supremo, James Grant, a escolheria. Conforme as expectativas, ele deveria ter escolhido sua prima, Ísis, mas algo em Maya desperta em seu lobo um desejo avassalador e inexplicável. James, conhecido por sua crueldade, a vê não como uma companheira, mas como uma fêmea para gerar um herdeiro — algo que ele precisa para garantir sua posição, pois a pressão da matilha para manter sua linhagem é insuportável. Mas o que James não esperava era o desafio silencioso que Maya representaria para ele. Ela, que sempre foi tratada como nada, agora se vê forçada a enfrentar seus sentimentos conflitantes por James. Desejo e humilhação se misturam enquanto ela tenta se manter firme em sua luta pela liberdade. Entre a atração avassaladora de James e a pressão constante da matilha, Maya terá que escolher: ceder ao desejo do Alfa Supremo ou lutar para não ser mais uma peça em seu jogo de poder.
Leer másMaya Stone
— ACORDA SUA INÚTIL. — senti meu corpo ser chacoalhado totalmente. A dor me despertou, como normalmente fazia todos os dias. Soltei um gemido, pois cada movimento era como se rasgasse meu corpo. — Eu…— sussurrei ainda confusa. — Já estava levantando. — — Hoje é um grande dia para a minha filha. As roupas precisam estar impecáveis, e tudo pronto até a hora de viajarmos. — — Eu sei, tia . — suspirei. — — Tia não." ela me deu uma bofetada." Para você é senhora. Por isso você foi rejeitada pelo seu companheiro, não sabe entender as coisas. — Um estalo seco zoou no meu ouvido após ela fechar a porta com força. Eu coloquei a mão no rosto sentindo o mesmo arder. VOCÊ NÃO SERVE PARA NADA. Essa era a frase que ecoava em minha mente dia após dia. Eu não tinha ninguém. Desde que meu pai foi morto por inimigos, fui criada pela sua irmã, Selene… Mais conhecida como o próprio demônio. Ela tomou tudo para si, as terras, o dinheiro, a casa. E eu era somente uma criança, não pude fazer nada. Hoje tenho vinte e um anos, e por longos dezesseis anos fui transformada numa escrava que nem conseguia se transformar. Uma humana… Como me chamavam. Eu cresci sem lobo. E talvez por isso, Caio, meu companheiro predestinado, havia me rejeitado em frente a matilha inteira. Eu me sentia um lixo, o pior dos lixos. As palavras dele ecoaram em minha mente novamente. Eu o amava, e ele simplesmente me usou. "Eu te rejeito Maya Stone. Jamais me uniria a uma escrava que nem consegue se transformar" Engoli o seco e me levantei com cuidado. Eu precisava alinhar as roupas de Ísis. Observei a janela. A cidade de Vancouver estava mais fria do que o normal. Vivíamos como se fossemos pessoas normais no meio dos humanos. Mas eu poderia ser considerada como eles, afinal, de que servia uma loba que não era loba? Eu era amaldiçoada em todos os sentidos. Sai do quarto, e me deparei com o grande espelho na entrada da sala. Encarei meus olhos azuis cansados, cabelos castanhos longos, não aparados há muito tempo, e a expressão de alguém sofrida. A verdade é que a Deusa da lua estava pouco se fodendo para mim há muito tempo. Seguro a bacia cheia de roupas para serem passadas, até que ouço o grito de Ísis. Inferno. Mesmo quando parece que a tempestade acabou, vem uma mais forte ainda. Passo para o corredor, sentindo meu peito martelar de raiva. Estava farta de ser a empregada dessas duas bruxas. Eu queria ser feliz, queria ser livre, eu queria um amor que satisfizesse a minha alma. Mas sabia, tudo isso era um sonho, bem distante. Abro a porta com cuidado, e vejo a minha prima sentada na cadeira. Mantenho os olhos baixos, e adentro o quarto. — Ajeite meus cabelos. Preciso estar perfeita para conhecer o meu futuro companheiro. — ela se vangloria. — Sua mãe pediu que eu passasse as roupas. — E estou mandando você pentear meus cabelos loba. Serei a futura companheira do Alfa, é melhor começar a obedecer, sua indigente. Respirei fundo, tentando me conter, quando a vontade era de acabar com tudo a minha frente. Ela me entrega a escova e eu com cuidado começo a escovar seus cabelos negros. Com um deslize, a escova cai das minhas mãos puxando um pouco dos seus fios. — Sua idiota!! — ela exclamou. — Vá cuidar das roupas, viajamos daqui a pouco. — Ísis seria apresentada ao seu futuro companheiro: O Alfa supremo James Grant. As histórias que falavam sobre ele eram cruéis. Mas tudo que se sabia, era que ele era o mais poderoso entre todos os Alfas. Terminei de fazer as coisas e me vesti. Eu não queria ir nessa droga de viagem, mas a vadia da minha tia precisaria de uma empregada, lógico. Tive de carregar as malas porque elas não mexiam nenhuma palha. Selene me encarou antes de entrar no carro. — Espero que se comporte, e não faça o Alfa achar que temos uma desgarrada em nossa casa. Só abra a boca se eu mandar. Para todos os efeitos você é nossa criada.— A viagem foi longa, e eu gostava, pelo menos assim, eu poderia apreciar as paisagens. O silêncio no carro se arrastava, pesado como sempre. Selene não tirava os olhos da estrada, enquanto Ísis se olhava no espelho, ajustando a maquiagem, com um sorriso de satisfação. Quando chegamos, a mansão de James Grant era ainda mais imponente de perto. O edifício parecia engolir toda a área verde ao redor. Ele era um CEO importante no Canadá, e ninguém sabia do seu segredinho. Um dos lobos sorriu se oferecendo para carregar as bagagens, mas Selene o impediu. — A empregada carrega. — ela me encarou. — A porta se abriu, e lá estava ele. O Alfa Supremo. O rei Alfa de todas as matilhas da região. Seus cabelos eram lisos e negros, seus olhos azuis como o céu, seu físico... como se tivesse sido esculpido pelos próprios deuses. Selene foi a primeira a se adiantou, sorrindo com malícia. — Meu Alfa, é um grande prazer estar aqui com você finalmente. — Ela sorriu para Ísis, que se aproximou com ar arrogante e um sorriso quase mágico. — Ísis foi treinada desde pequena. Ela é inteligente, dedicada, não falha em nada. — James não esboçou uma reação. Ele não se moveu, e nem ao menos olhou diretamente para Ísis, mas sim para mim. Seus olhos, frios e calculistas, nunca deixaram de me observar, como se me estudasse. Ele apenas deu um passo à frente, seus olhos ainda fixos em mim. Eu me curvei, mas minhas pernas tremiam e eu sentia que iria cair ali mesmo. — Qual é o seu nome, garota? — A voz dele foi rápida, firme, e não houve sinal de gentileza. A pressão aumentou. Eu senti meu coração bater forte demais, quase saindo pela boca. Não sabia o que dizer. Eu era nada aqui. Nada além de uma peça descartável. Minha tia, com uma malícia disfarçada, abriu a boca antes que eu pudesse dizer uma palavra. — Ela apenas realiza as tarefas, meu Alfa. Não perca tempo com ela. — A dor, a humilhação… tudo me consumia por dentro. Eu queria desviar o olhar, mas não conseguia. Ele me forçava a olhar. —QUAL SEU NOME? — Ele repetiu agora me segurando pelo braço. Eu não falei nada. O medo me paralisava. — Olhe para mim. — Ele ordenou, e sua voz fez meu estômago dar um nó. Sem poder mais ignorar o comando, eu levantei os olhos. Seus olhos, tão profundos, tão penetrantes, me encaravam como se ele estivesse lendo minha alma. Finalmente, ele falou, sua voz ainda calma, mas decisiva: — Eu quero ela. O impacto dessas palavras me destruiu por dentro. A sensação de ser escolhida pelo mais cruel de todos os lobisomens. O que ele poderia querer comigo? Eu era nada. Nada além de uma serviçal. Uma rejeitada. E o comando do Alfa mais cruel das redondezas poderia mudar TUDO.James Grant — Não vejo por que fazer uma aliança com aquele lobisomem. — rosnei, lançando meu copo contra a mesa com força controlada.O uísque balançou no cristal, mas não transbordou. Ao contrário de mim.— Mas não se trata disso, Supremo — Luke falou, com sua calma habitual, sempre tentando manter a diplomacia. — Trata-se de território. Se houver uma união, protegemos a parte leste da fronteira. Damien é Alfa da Alcateia das Montanhas. Tem o que precisamos.Fechei os olhos por um segundo. Território, recursos, fronteiras. Sempre as mesmas justificativas para abrir as portas do meu lar a inimigos disfarçados.— A pior parte de ser Alfa é negociar com gente estúpida — murmurei. — Ele já tentou me passar a perna uma vez. Ele não merece confiança.Luke não respondeu. Inteligente da parte dele.Foi então que a porta do escritório se escancarou sem cerimônia. William.Sempre William.— Irmão — disse com aquele tom informal demais para o meu gosto — chamei Damien para pernoitar na cidade
Maya Stone Corri rapidamente pelos corredores enormes daquela casa, como se minha vida dependesse daquilo.Eu já havia sido beijada por Caio. O lobo que deveria ser meu companheiro, mas era diferente.James me fazia questionar tudo, até o meu próprio entendimento. Fechei rapidamente a porta atrás de mim e respirei fundo. Que rumi a minha vida estava tomando? Eu não sabia responder.Meu peito subia e descia rapidamente como se estivesse me faltando ar, minha mente se perguntava, o que aconteceria se o irmão dele não tivesse chegado.Uma parte de mim queria fugir dali, para sempre. A outra, queria me entregar a ele.Me deitei sentindo a exaustão tomar conta do meu corpo. E acordei com os raios de sol em meu rosto sendo basicamente chacoalhada.— Com licença — ouvi a voz baixa e firme antes de ver quem era.Abri os olhos devagar, ainda atordoada, e vi uma mulher parada à porta. Seus cabelos escuros estavam presos de forma impecável, o uniforme preto ajustado ao corpo, e a expressão… ne
James Grant Estar nessa posição nunca foi uma escolha. Foi uma maldição.Quando se é apenas uma criança e vê sua família sendo dilacerada diante dos próprios olhos, algo dentro de você morre também. E o que sobra… nunca mais volta a ser humano.Meus dedos apertavam a borda do copo de burbom enquanto o silêncio da sala me consumia. A única fotografia dos meus pais amarelada, com as bordas desgastadas, estava ali, apoiada sobre a lareira. Eu a olhava como quem encara uma ferida aberta que nunca cicatrizou.A imagem deles sorrindo era cruel demais para mim. Como se o tempo tivesse congelado aquele instante de felicidade só para me lembrar de tudo o que perdi.Fechei os olhos e, como um pesadelo recorrente, as lembranças invadiram minha mente com força bruta.Gritos. Lobos correndo. Sangue na neve. O cheiro da morte impregnado na floresta.A alcateia atacada sem aviso, sem piedade. Fêmeas sendo arrastadas pelos cabelos, os mais jovens tentando lutar… em vão. O som dos ossos quebrando.
— Me ponha no chão! AGORA. — tentei me rebater contra seu corpo, mas ele era extremamente forte.— Não vou te colocar ratinha. Apenas fique quieta e aceite seu destino. — Por que está fazendo isso comigo?Ele não respondeu, apenas andava como se nada pudesse o impedir. Como se fosse dono do mundo.— Você me irrita, e fala demais. Pare de perguntar. — ele disse com a voz firme. — Eu não quero ficar aqui! — murmurei. — Procure outra que te queira. — Há duas coisas que você precisa entender. Ele fez uma pausa e me colocou no chão.— Você só deve falar quando eu mandar. E a segunda, é que isso não é uma escolha. Comando todas as matilhas dessa região, posso acabar com sua vida em um estalo.— Vá em frente. Minha vida não vale nada mesmo. — rebati. — Agora vale humana.— Sabe que não sou humana… sou filha de um Alfa e…— Não tem lobo. De que isso vale? — Por que não faz o que você qualquer e me mata de uma vez? — resmunguei. — Você vale mais para mim viva, por enquanto. —James me
Maya Stone Amarrei o último lençol na janela com mãos trêmulas, os dedos machucados pelo nó apertado.Olhei para baixo. O mundo lá embaixo parecia tão longe... e ao mesmo tempo, era tudo o que eu queria: distância.Fechei os olhos e me deixei cair, guiada por aquele trapo improvisado. O impacto me arrancou o ar — minhas costas bateram no chão com força. Mas não gritei. Dor era melhor que prisão.Eu precisava fugir. Precisava ser eu.Corri pela mata sem pensar. Galhos arranhavam minha pele, espinhos rasgavam meu vestido. O cheiro de terra molhada e folhas úmidas me preenchia, mas o que realmente me dava calafrios era o cheiro dele. Do Alfa.Eu sabia que ele vinha. Que me seguia.Mesmo não sendo como eles, eu podia sentir.Era como uma âncora invisível, um fogo que queimava mesmo à distância. O tal vínculo. Ele falava como se fosse inevitável, natural. Mas nada disso era natural. Nada disso era certo.Porque eu não era dele.Nunca seria.Quando minhas pernas enfim cederam, caí junto ao
James Grant Acordei coberto de suor, o coração batendo como se tivesse corrido por quilômetros em minha forma lupina. O peito subia e descia num ritmo descompassado enquanto a imagem dela ainda pairava na minha mente: Maya Stone.No sonho, ela estava nos meus braços. Mas não era apenas um sonho qualquer—era vívido, quente, perturbador. Eu podia sentir o toque da pele dela na minha, ouvir o som do seu gemido abafado, o gosto do seu beijo ainda na minha boca. Maldição.Seus lábios suplicantes, as pernas enroscadas nas minhas, o calor da sua pele me queimando. Ela sussurrava meu nome como uma oração, e meu lobo rugia, faminto. Ela era minha. Só minha.Maldito sonho. Ou seria uma maldita premonição?Sentei na cama, tentando recuperar o fôlego. Passei as mãos pelos cabelos, ainda sentindo, no fundo da minha consciência, o perfume dela—doce, sutil, como mel misturado a flores silvestres. Inocente. Devastador.Caralho… essa garota estava invadindo até meus pensamentos.Havia algo nela que f
Último capítulo