Presa em Edorea - Entre o lobo e o comandante

Presa em Edorea - Entre o lobo e o comandante PT

Lobisomem
Última atualização: 2025-11-06
Bell J. Rodrigues   Atualizado agora
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Índice

O reino de Edorea, outrora próspero, mergulhou em trevas após ser tomado por um tirano cruel. Povos sofrem, rios secaram, e a esperança parece ter desaparecido. É nesse cenário que Amélia, uma jovem do mundo moderno desperta misteriosamente em terras desconhecidas. Perdida entre intrigas, batalhas e segredos, ela descobre que sua chegada não foi por acaso. Entre um comandante implacável e um camponês que sonha em ver a paz renascer, Amélia se vê dividida entre o amor e o dever. Mas o maior mistério ainda a cerca: por que foi escolhida para Edorea? Um romance medieval repleto de magia, ação e paixões proibidas. Edorea guarda segredos que podem mudar tudo… inclusive o destino de Amélia.

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Capítulo 1

1

POV Amélia

Droga... Estou atrasada para o trabalho.

Pisei mais fundo no acelerador e olhei firmemente para a estrada...

Se eu chegar atrasada, o meu chefe vai me matar.

Trabalho em uma editora e eu preciso urgentemente revisar alguns livros pendentes.

Meus dedos pressionaram com força no volante e mudei a marcha rapidamente.

Ao virar a direita, escutei meu celular tocando no meu colo.

Quem pode ser?

E justo agora?

— Isso vai me atrasar ainda mais.

Conectei meu celular ao carro e olhei para o visor...

Alguém desconhecido estava ligando.

Cliquei no botão e atendi a chamada.

— Alô... É a Senhorita Amélia? — era uma voz de mulher.

— Sim, sou eu... Com quem eu falo?

Perguntei, vidrada na estrada...

Não posso me atrasar mais.

— Aqui é o hospital Santa Cruz... A sua mãe sofreu um acidente...

Eu não consegui ouvir mais nada.

Quando ouvi o nome da minha mãe...

Meu mundo parou ...

Minha mãe sofreu um acidente? O que??

Meu coração se apertou.

Eu comecei a falar, toda atrapalhada...

— O que? Como assim? Como ela está? Por favor, me diga.

Falei desesperada. Meu coração estava acelerado...

Mas, em instantes... uma luz ofuscante apareceu em minha frente, me deixando sem visão, por alguns segundos.

— Mas o que é isso? — me assustei, rapidamente tentei desviar... Mas… não deu tempo.

Só vi a escuridão na minha frente.

*******

— O que aconteceu? — Perguntei a mim mesma com a voz trêmula enquanto coloquei a mão sobre minha cabeça.

Reparei que em minha mão... sangue.

Eu bati a cabeça?

Mas, onde? Como isso aconteceu?

— Eu estava no carro… — exclamei em voz alta, olhei para os lados procurando algo que me fizesse lembrar.

Porém, não há nada, nem carro, nem estrada.

Mas, que merda é essa?

Olhei no meu relógio de pulso e já são 17:00 hrs, logo irá escurecer.

— Preciso ligar para a polícia… ou uma ambulância — Falei comigo mesma enquanto tentei me levantar, mas me desequilibrei, quase caí...

Estou tonta... Balancei a cabeça e me forcei a levantar e caminhei até as árvores.

Ao meu redor, vi um bosque, estava bem seco, as árvores estavam morrendo...

Tinha uma trilha logo em frente, não sei dizer se é usada com frequência, tudo parece tão estranho...

" Que lugar é esse?" Pensei.

Bom, é melhor eu procurar ajuda, não é?

Se eu achasse pelo menos meu celular.

Pensei, olhando em volta, mas não havia nada além das árvores.

— Está escurecendo, preciso encontrar algum lugar — sussurrei.

O sol estava baixando… logo o céu iria escurecer.

Confesso que estou com medo.

Esse lugar tem um teor estranho, não sei como explicar, é só uma sensação... Que sinto.

Decidi seguir a trilha.

Eu acho que nunca andei por esse lugar.

É um bairro novo? Perto de florestas?

Para não ficar perdida, sempre tenho um mapa, que no caso é o GPS do meu celular, e não estou com ele.

Estava no carro, e nem sei onde foi parar meu carro. Eu estou... Ferrada, isso sim.

De longe avistei um homem com armadura, andando em um cavalo, ele estava vindo em minha direção, o homem pareceu me ver, e então colocou a mão na cintura, em cima da espada.

— O quê? Que brincadeira é essa? Ele é algum ator, alguma coisa assim? — Perguntei enquanto olhei à minha volta.

O homem de armadura veio em minha direção, meu corpo congelou por um instante, e então após alguns segundos, eu decidi sair dali...

O medo me atingiu.

Sai correndo cambaleando entre as árvores, minha cabeça e pernas doíam, eu só queria voltar para casa.

Por correr tão rápido, com medo no meio do bosque, bati em algo com força e cai no chão.

— Ah! Que droga! — resmunguei enquanto segurei minha perna, ela estava sangrando.

Eu pude ouvir o som do cavalo pesado correndo, cada vez mais próximo.

— U-uma garota? — ouvi alguém falar, levantei minha cabeça e então vi: um homem de cabelos de cor de mel, lisos que batiam até sua nuca. Sua pele era levemente bronzeada, roupas velhas, olhos esverdeados.

— Quem é você? — perguntei curiosa.

Ele estava segurando um machado, dava para ver as toras cortadas logo atrás dele.

— Meu nome é Caleb, quem é você? O que está vestindo? Eu nunca vi ninguém assim por aqui antes! — falou enquanto me olhou dos pés à cabeça, vi que ele ficou um pouco corado.

Minha roupa é tão ousada assim pra ele ficar assim?

— Me chamo Amélia. — respondi.

Esse homem... Não parava de me encarar.

Com dificuldade, me levantei, em seguida ouvi o som do cavalo atrás de mim, relinchando, batendo fortemente as patas no chão.

Com o susto, dou um pulo e vou atrás de Caleb.

Ele sem pensar duas vezes se colocou na minha frente, e encarou com o rosto sério do homem.

— Quem é essa moça estranha? — perguntou em voz alta com um tom grosseiro.

Ele puxou a espada como uma ameaça, usava um elmo, não conseguia observar o seu rosto.

Não estou entendendo nada.

Segurei na manga da roupa de Caleb, ele me olhou de canto de olho e retornou a fitar o tal homem estranho que parecia que saiu de um filme.

— Ela está comigo — disse Caleb com a voz firme.

— Tal mulher vulgar precisa aprender a se vestir — respondeu

o homem de armadura enquanto seu cavalo dava passos para frente.

Aprender a me vestir? Vulgar? Como assim?

Eu sou normal aqui.

Eles que usam roupas estranhas.

Um parece um ator de filmes antigos, e esse Caleb parece um camponês de filmes de época.

Caleb voltou a olhar para mim, direcionando seu olhar para o decote da regata que eu estou usando e então ele ficou... desconfortável, tentou desviar o olhar.

— E-ela tropeçou enquanto me ajudava a cortar lenha, então estava indo tomar um banho no riacho antes que a água baixasse.

Caleb falou envergonhado.

— Uma mulher não deve andar vestindo tais roupas, tal quais eu nunca vi antes, eduque-a, ou da próxima vez eu a levarei para aprender. — O cara falou enquanto guardou a espada e se preparou para sair, até que ele se virou e diz.

— Ah! E diga ao chefe de sua aldeia que passarei na próxima semana para pegar as taxas, e dessa vez sem atrasos.

Caleb mudou a expressão, ele pareceu estar com raiva.

— Mas vocês vieram há duas semanas! Precisamos de mais tempo! — exclamou Caleb enquanto cerrou os punhos.

— Sem mais… são ordens do comandante, apenas as obedeça — gritou o homem, então ele se virou para mim e disse:

— Eu me lembrarei de você.

Apenas olhei para ele, sem falar mais nada, e ele seguiu com seu cavalo... Desaparecendo entre as árvores.

Que loucura foi essa?

Realmente estou perdida... Sem saber o que está acontecendo e onde estou.

É uma brincadeira isso?

Preciso saber onde estou e o que está acontecendo aqui.

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