03. Desejo do lobo

Maya Stone

Seguindo os corredores enormes daquela mansão escoltada pelos lobos, eu sentia meu coração bater descompassado.

Não entendia como o Alfa supremo pode escolher alguém como eu… E principalmente, não queria ser a escrava daquele homem.

Eu podia imaginar a raiva que minha tia e minha prima estavam de mim. Ou melhor, eu não queria imaginar.

O guarda me deixou na porta do quarto apontando para os aposentos que seriam meus.

Os meus olhos varreram o local, mas antes que eu pudesse fechar a porta um estalo surgiu em meu rosto, Selene me deu uma bofetada.

Senti meu rosto arder imediatamente e fiquei sem reação.

— Sua… VAGABUNDA! — ela rosnou. — O que você fez para ele querer você? Responda.

— Eu não fiz nada tia, eu juro. — falei com a mão no rosto ainda quente. — Eu não quero ficar com esse homem,não me deixe aqui. —

— Você só pode ter oferecido sexo de graça para ele querer você ao invés da minha filha.

— Eu não fiz isso. — disse com os olhos cheios de raiva. — Como eu poderia? Eu nunca havia visto esse Alfa na vida, e eu não quero ficar aqui.

— Você não vai ficar aqui, porque ele nunca se uniria com uma loba maltrapilha como você. — ela cuspiu as palavras. — É apenas um mal-entendido e eu vou resolver isso.

A porta se fechou com uma batida forte, e imediatamente as lágrimas desceram dos meus olhos.

Seria esse meu destino Deusa?

Entre estar com o Alfa mais odiado e respeitado por sua dureza entre todos os arredores, e ser escrava dessa bruxa, eu nem sei qual opção era pior.

Onde estaria o companheiro que me rejeitou? Eu pensava nele todos os dias, mas é obvio Maya, ele não pensava em você.

SUA TONTA!

Meus olhos se fixaram na janela. A noite começava a cair, e eu já estava farta, cansada de ser tratada como nada. Foi quando ouvi a porta se abrir com suavidade.

— Senhorita Stone? — A voz da empregada me fez virar rapidamente.

Ela estava na porta, olhando para mim com um sorriso que não era genuíno, mas que também não soava hostil.

— Estou aqui. — disse tentando esconder o desespero em minha voz.

Ela apenas deu um passo para dentro do quarto, como se soubesse o que fazer, sem precisar que eu dissesse nada. Ela se aproximou de mim com passos suaves.

— O Alfa pediu que se prepare para o jantar — disse — Ele quer que se junte a ele e aos convidados.

Meu coração bateu mais rápido. James Grant. Ele queria que eu fosse ao jantar.

— Mas… eu não posso ir. — Eu gaguejei. — Eu não tenho nada para vestir.

— Não se preocupe, senhorita. — Ela falou com um tom que eu não sabia se era gentil ou apenas profissional. — Eu vestirei você.

Eu olhei para ela, ainda desconfiada. Eu nunca fui bem tratada.

Me sentei na beira da cama, e ela pegou o vestido que estava cuidadosamente dobrado em suas mãos.

Era um vestido preto, de cetim, com um corte simples, mas que tinha algo de elegante. Não parecia algo que Ísis usaria, mas parecia mais apropriado para mim, talvez por não ter aquela exigência de exibir ostentação.

Eu sentia um nó no estômago enquanto me observava no espelho. Nunca havia usado algo tão bonito.

Eu olhei para o reflexo, vendo uma imagem que não me reconhecia.

Ela se afastou um pouco, me avaliando de cima a baixo com um olhar mais profissional.

— Perfeita. — Ela disse, um pouco mais suave agora. — O Alfa vai gostar, só tiraria esse colar. — Ela se aproximou e eu me afastei.

— Eu não tiro esse colar. — rebati e ela apenas aceitou.

Meus pensamentos estavam um caos. O que ele queria de mim? Por que eu?

O jantar não era uma opção.

Antes que eu pudesse pensar mais sobre isso, a empregada saiu, e eu fiquei sozinha de novo, com o nervosismo crescendo.

Eu respirei fundo e andei até a porta. Já sabia que o olhar dos outros seria cruel. Mas o pior, eu sabia, era que James estava lá.

E o olhar frio e calculista dele me assustava.

Saí do quarto, sentindo que estava indo em direção ao meu destino.

Quando cheguei à sala de jantar, senti a tensão que estava naquela sala.

Selene e Ísis estavam sentadas à mesa, com os olhos fixos em mim, mas nenhuma palavra saiu de seus lábios, era como se eu fosse uma intrusa naquela cena.

James, no centro da mesa, estava com os olhos baixos, aparentemente imerso em seus próprios pensamentos. Mas eu podia sentir o peso de sua presença.

Antes que eu pudesse me sentar, Selene se adiantou. Ela parecia decidida, já com seu sorriso afiado e manipulador.

— Supremo... você sabe que Maya não tem lobo, certo? — Ela disse, suas palavras afiadas, visivelmente tentando desacreditá-la na frente de todos. — Ela foi rejeitada por seu companheiro, ela não é nada além de uma fêmea inútil. Ela não serve para o senhor.

Meu coração parou por um momento. Selene realmente estava me destruindo publicamente.

Eu queria gritar, mas o medo me paralisava. Como ela podia fazer isso? Eu não merecia estar sendo tratada assim.

Eu não pedi que aquele lobo me escolhesse .

James levantou a cabeça, seus olhos gelados agora fixados em mim. Eu podia sentir o olhar dele, como se fosse uma agulha, penetrando minha alma. Ele estava analisando.

Eu me levantei rapidamente da mesa sentindo o rosto queimar de vergonha. As lágrimas quase desceram, mas eu me segurei. Corri até a sacada, onde o ar fresco me deu uma falsa sensação de alívio.

Eu não queria ser vista assim.

E então, como se o destino estivesse me enganando, ele apareceu.

James estava ali, observando-me com um olhar intenso. Ele não disse nada por um tempo, apenas ficou ali, me estudando, como se quisesse me quebrar ainda mais.

— Recomponha-se, fêmea. — Sua voz era fria, mas havia algo nela que me fez parar de respirar.

Eu me virei para ele, já sentindo o peso da humilhação e o medo se misturarem.

— Por que você não escolhe minha prima? — Eu disse, com a voz falhando. — Não me faça passar por isso, minha vida já é difícil demais.

Ele deu um passo à frente. Eu poderia sentir sua presença dominando o espaço. Ele se aproximou de mim, seus olhos fixos nos meus, e com um gesto suave, ele tocou meu pescoço.

— Porque eu sou o Alfa Supremo. — Ele disse, sua voz decisiva. — E eu não quero a sua prima, meu desejo é você, e quando quero algo, eu vou até o fim.

Eu congelei.

Eu nunca senti algo assim. Ninguém nunca me falou algo assim. Jamais imaginei que ele teria esse poder sobre mim. Ele se aproximou, e traçou uma linha no meu pescoço, fazendo meu corpo arrepiar.

Sua mandíbula era perfeitamente esculpida, ele vestia uma roupa social preta, e eu me perguntava: como alguém tão bonito por fora, podia ser tão cruel como falavam?

Meu corpo se enrijeceu. E seus olhos azuis encararam os meus.

Sua língua explorou meu pescoço e parou na minha boca, eu não conseguia me mexer. Até que ele parou me encarou.

— Sentiu vontade de fazer sexo comigo? — Ele sussurrou.

Eu olhei para ele, sem palavras.

— Eu… não… você é doido! — Respondi trêmula.

Ele deu um pequeno sorriso, algo sádico, e então, disse:

— Eu acho melhor você sentir, porque de agora em diante, você fará o que eu quiser, ratinha.

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