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05. A Inquietação do Alfa

James Grant 

Acordei coberto de suor, o coração batendo como se tivesse corrido por quilômetros em minha forma lupina. O peito subia e descia num ritmo descompassado enquanto a imagem dela ainda pairava na minha mente: Maya Stone.

No sonho, ela estava nos meus braços. Mas não era apenas um sonho qualquer—era vívido, quente, perturbador. Eu podia sentir o toque da pele dela na minha, ouvir o som do seu gemido abafado, o gosto do seu beijo ainda na minha boca. Maldição.

Seus lábios suplicantes, as pernas enroscadas nas minhas, o calor da sua pele me queimando. Ela sussurrava meu nome como uma oração, e meu lobo rugia, faminto. Ela era minha. Só minha.

Maldito sonho. Ou seria uma maldita premonição?

Sentei na cama, tentando recuperar o fôlego. Passei as mãos pelos cabelos, ainda sentindo, no fundo da minha consciência, o perfume dela—doce, sutil, como mel misturado a flores silvestres. Inocente. Devastador.

Caralho… essa garota estava invadindo até meus pensamentos.

Havia algo nela que fazia meu lobo estremecer. Maya era frágil, assustada, rebelde. Não tinha um lobo. E ainda assim... havia algo ali. Algo que me chamava de forma visceral, que rompia minhas defesas e me fazia querer ela mais ainda.

Será que era porque ela não demonstrava me querer como todas as outras? 

Talvez.

Levantei, ainda com o corpo em chamas, e fui direto ao banheiro. Deixei a água fria cair sobre mim com força, tentando apagar o calor que o sonho deixara gravado na minha pele. Mas não funcionou. Era como se o toque dela tivesse se impregnado em mim.

Ao sair do banho, peguei uma toalha e segui para o closet. Estava prestes a buscar uma roupa quando parei. Ela estava ali.

— O que está fazendo aqui? — minha voz soou firme e assustada.

Ísis estava parada no meio do quarto. Nua.

— Vim te mostrar que sou a escolha certa para você, meu Alfa — ela disse com um sorriso sedutor, se aproximando como uma predadora treinada. — Sou melhor do que Maya. Sei exatamente do que você precisa.

Se fosse outro momento, talvez eu tivesse me divertido. Ela era gostosa, sabia usar o corpo. Mas hoje, aquilo me irritava.

— Loba, se cubra. Agora. Antes que eu chame sua mãe. E, sinceramente, não me surpreenderia se isso fosse ideia dela.

Ísis hesitou, surpresa com a minha reação.

— Eu... só achei que...

— Que poderia me conquistar com o corpo? — interrompi, arqueando a sobrancelha. — Já tive todas as bocetas que quis. E nenhuma delas era o que eu procurava. Não é assim que se conquista um Alfa.

Ela deu um passo para trás. Minhas palavras a atingiram como uma bofetada.

— Eu...

— Se vista, por favor, antes que eu perca a minha paciência — repeti, mais calmo, mas com firmeza. — E prepare-se. A estadia de vocês aqui está chegando ao fim. Eu já fiz minha escolha.

Saí do quarto sem olhar para trás. Meus passos ecoavam pelo corredor, mas só uma imagem permanecia na minha mente: Maya Stone. Ela. E isso me enlouquecia.

Desci as escadas, ainda com os cabelos úmidos, e fui interceptado por Luke, meu beta mais leal. O olhar dele estava alerta — o que nunca era um bom sinal.

— Alfa, temos um problema no posto norte. Um grupo de lobos invadiu o território. Parecem mercenários.

Soltei um suspiro pesado, sentindo a irritação subir.

— Inferno... — fechei os olhos por um segundo.— Será que eu não tenho um dia de paz? 

— Se quiser Supremo, posso ir sozinho liderando os lobos. — Luke disse.

O mundo sempre fazia questão de me lembrar que eu não podia ceder a nenhuma fraqueza. 

— Não. Essa é minha terra, nada mais justo que lutar por ela com minhas garras. Avise aos guerreiros. Vamos encarar isso de frente.

Minutos depois, já estava em minha forma de lobo. Os músculos vibravam com tensão. Os olhos queimavam com fúria. Corri entre as árvores ao lado dos melhores guerreiros da matilha. O ar frio cortava meu focinho, mas não senti dor — apenas fúria.

Quando cruzamos o limite do território, os intrusos já nos aguardavam. Eram lobos de porte médio, convencidos, arrogantes. Pobres tolos. Não sabiam com quem estavam lidando.

Não houve negociação. Apenas o som de dentes se chocando, carne sendo rasgada, uivos de desespero.

O primeiro veio em minha direção e teve a garganta arrancada com uma única mordida. O sangue espirrou quente no meu pelo, mas eu não hesitei. Girei o corpo e saltei sobre o segundo, cravando minhas garras em seu peito até sentir os ossos romperem. Ele tentou escapar, mas enterrei as presas em seu flanco até ouvir o estalo final.

Outro tentou fugir, mas Luke o derrubou com precisão, enquanto eu partia o pescoço de mais um com um movimento seco.

Quando o último caiu, o chão ao redor estava tingido de sangue. O silêncio que se seguiu foi pesado, denso, quase sagrado.

Tenha piedade, senhor. — o lobo me encarou. 

— Quem te mandou aqui? — perguntei. 

— Eu... por favor, não me mate. Tenho filhotes para criar. —

Eu o encarei novamente de cima a baixo. Pobre lobisomem.

— Acabe com isso Luke. Tenho alergia a quem implora. E coloque as vísceras dele no meio da floresta como exemplo.

O céu escurecia aos poucos, como se refletisse o massacre.

Mas não era o sangue no meu pelo que me incomodava. Era o aperto no peito. A inquietação crescente desde o momento em que abri os olhos naquela manhã. Algo estava errado. Muito errado. E não era um grupo de mercenários que causava isso.

Ao retornar à propriedade, Alec me esperava na varanda. O olhar dele era hesitante — o que era raro.

— O que foi? — perguntei direto.

Ele baixou os olhos por um instante.

— A humana... Maya. Ela fugiu, meu Alfa.

Um silêncio cortante caiu entre nós.

— Como assim ela fugiu? — minha voz saiu baixa, carregada de fúria.

— Ninguém a viu saindo. O cheiro dela desaparece nos limites da ala leste, perto do celeiro antigo. Achamos que ela seguiu pela trilha desativada...

— Vocês são uns incompetentes. 

Fechei os olhos, tentando conter o rugido que subia pela garganta. Meu lobo estava em frenesi. Maya não podia estar longe. Ela não deveria ter fugido. Não depois de tudo.

Corri até o quarto dela. Vi os lençóis amarrados na janela.

Desgraçada…

— Eu mesmo vou buscá-la. Não deve ter ido longe.

Maya... a pequena ratinha em fulga.

Mas ela ainda não sabia de uma coisa... Ninguém foge do Alfa Supremo. Não por muito tempo.

E a caçada só fazia isso tudo ser mais divertido.

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