O Cowboy Jiujitsuka
Para a recepcionista Érika Johnson aquele era mais um fim de expediente como qualquer outro onde ela iria finalizar o relatório, despedir os últimos alunos de Jiujitsu e finalmente partir, mas o que poderia ser diferente naquela tarde tão comum?
Os alunos começaram a chegar às 12:00 cumprimentando-a e seguindo para o tatame onde o sensei os aguardava. Érika sorria, mantendo-se sempre atrás do balcão; tudo muito normal... Até o último aluno entrar sem cumprimentar, sem quimono e atrasado. O tempo parou enquanto ele passava. Os olhares se cruzaram. Algo dentro dela reagiu a presença silenciosa e atraente daquele homem. O coração palpitou e algo se movimentou ansiosamente em seu interior. Depois de anos sem sentir nenhum sinal de atração por alguém, traumatizada pela separação do casamento infeliz, ela mal podia acreditar que estava acontecendo...
Alex Bahamonde estava em um nível de estresse absurdo e depois de enfrentar o maldito trânsito de Phoenix, o mau humor aumentou. Não é que odiasse a cidade, mas definitivamente preferia o campo e, com toda certeza, sentia-se melhor na companhia de animais que seres humanos; contudo, havia combinado com o melhor amigo e não faltaria ao treino que prometeu participar. Logo teria de retornar a fazenda e retomar a agenda de viagens que seguiria à risca para fazer novas parcerias e continuar faturando. Estava no topo e queria permanecer.
Após uma eternidade para encontrar vaga no estacionamento e mais outro século para subir os degraus da academia cujo elevador estava em manutenção, sua bateria social gritava 0%. Contrariado, chegou ao tatame com a carranca e cansaço que quase não o permitia a boa etiqueta e educação; exceto pela mulher do outro lado do balcão que pareceu não entender ou simplesmente não aceitar seu recado mudo, cumprimentando-o com um sorriso meigo e gentil demais para ser ignorado.