Às vezes, voltar é mais difícil do que partir. Após anos longe de sua terra natal, Hannah retorna à pequena Serra Clara, uma cidade cercada por montanhas e campos floridos, para reencontrar suas raízes e cuidar do avô doente. Fugir foi a única saída que sua mãe encontrou anos atrás, quando o padrasto abusivo ameaçou destruir o que restava da família. Agora, com ele fora de cena, Hannah reencontra sua melhor amiga de infância - e o irmão dela, que costumava implicar com elas quando eram crianças e foi criado como se fosse seu primo. Mas o tempo mudou todos eles. No meio das flores da Fazenda Marindá e dos mistérios que voltam à tona, Hannah se vê envolvida em sentimentos contraditórios: uma relação intensa e mal resolvida com um pintor marcado pelo passado, e um romance público e acolhedor com o melhor amigo dele. Em meio a descobertas, reaproximações e o início da faculdade em Brisamar, ela precisa lidar com ex-namoradas que reaparecem, revelações surpreendentes e decisões que podem mudar tudo. Entre o amor, a culpa e os segredos, Hannah precisa descobrir quem realmente é - e qual caminho deseja seguir.
Ler maisQuando o amor não cabe em só uma história, ele se espalha pelos detalhes. Em cada gesto, em cada lembrança, em cada silêncio que diz mais do que mil palavras. Aqui está o coração de O Pintor: seus personagens, suas dores, suas esperanças.--- Hannah AzevedoIdade: 18 anos — Nascimento: 23 de setembro — PrimaveraA menina que floresceu apesar do inverno dentro de casa. Hannah carrega um mundo de silêncios no olhar e um campo de girassóis no coração. Curiosa, sensível e corajosa sem saber, ela é feita de recomeços e esperanças. Uma alma que está aprendendo a confiar no amor sem ter que fugir da dor.Símbolos: Girassol, caderno de anotações, vestido de algodãoFrase: "Ela reaprende a ser primavera, mesmo depois de tantos outonos."Música: "Elastic Heart" — SiaPoema: "Ela se reconstrói sem fazer barulho, como a alvorada."--- Guilherme (Gui) MedeirosIdade: 24 anos — Nascimento: 24 de junho — InvernoO artista que carrega no peito um caos calado. Guilherme é pincel e tempestade. O meni
Ao ver a sombra naquele lugar Hannah não sabia se gritava, corria, chamava a polícia ou o que. - Surpresa - Gritou Josy - cheguei mais cedo (risos) - Mãe que susto… - ela levou a mão ao peito ainda enrolada na toalha - Como foi a viagem? (Pensamento de Hannah) "Por um segundo... eu queria que fosse ele outra vez." - Tranquila, mas cansativa, só vim verificar como você estava. - Ela foi até a filha e beija sua testa. - Tá estudando? Enquanto caminhava até o guarda-roupas ela respondeu a mãe: - Sim. Só hoje que fui almoçar na tia, mas já estava no banho pra retomar os estudos. - ela levanta o cronograma mostrando a mãe - Agora até tenho um cronograma de estudos. — Bom... foque mesmo. E se precisar de ajuda, pode me chamar — disse Josy, indo em direção à porta. — Vou tomar um banho e dormir. Tô exausta.— Tem jantar pronto na cozinha. Boa noite, mãe. Durma bem.Josy acenou e sumiu no corredor.Hannah ainda estudou por horas, mergulhada nas anotações. Quando o sono finalmente a e
Hannah esperou até o sábado para ir à casa de Luna saber sobre o piquenique. Aproveitaria também para dar uma passada no ateliê e ver o andamento do quadro. Ela não queria que ficasse um clima estranho depois do ocorrido com Guilherme, mas também não sabia como agir perto dele.— Bom dia, D. Nalva. Minha mãe não vem hoje, avisou por mensagem. Meu avô também não vem almoçar, como de costume aos sábados. A senhora pode ir pra casa, vou sair também. Aproveita o dia — disse, piscando e rindo para a senhora.— Bom dia, minha flor. Vou deixar umas coisas prontas na geladeira pro jantar de vocês. E você também vai aproveitar? — D. Nalva retribuiu a piscadela com um sorriso cúmplice, e ambas riram.— Vou pra casa da tia Luna. Nada demais. O café estava uma delícia. Até mais, D. Nalva — disse, mandando um beijo para ela.— Até mais, minha filha — respondeu com ternura.(Pensamento de D. Nalva) “Se cuide. Não deixe acontecer o que aconteceu comigo... ou com sua mãe.”Hannah foi caminhando até a
A noite havia sido longa para Hannah. Mesmo com Guilherme dormindo ao seu lado, ela não conseguia pegar no sono. Seu corpo estava ali, quieto... mas sua mente gritava. Foi só quando o céu começou a clarear que o cansaço venceu e ela enfim adormeceu.Guilherme acordou primeiro, com a cabeça latejando.— Ai... que dor de cabeça... Onde estou? — murmurou, tentando lembrar da noite anterior. (Pensamento) "O que ela está fazendo aqui? Que besteira eu fiz?"Olhou para o lado e a viu encolhida sob o lençol, com os cabelos bagunçados cobrindo parte do rosto.(Pensamento de Guilherme)"Até assim, com cara de sono e cabelo bagunçado, ela é linda... Meu Deus, o que eu fiz? Eu beijei ela? E se beijei, como vou encarar isso?"Ainda sonolenta, Hannah se espreguiçou ao lado dele.— Acordou, margarido... Bom dia! — disse, bocejando enquanto se levantava da cama.— Tô perdido... Como parei aqui? O que aconteceu ontem? E por que eu estou de camisola?— Xiu... — ela levou o dedo aos lábios dele. — Deixa
Depois de uma conversa longa com Ana sobre vários assuntos da rotina e da vida em Serra Clara, Hannah foi para o quarto, pensativa. Enquanto arrumava os livros na sala, ela se lembrou da proposta de estudos com Guilherme. Precisava refletir com calma. Encostou-se à janela do quarto, de onde se via parte das montanhas e o céu escuro salpicado de estrelas. A lua, redonda e silenciosa, brilhava como um segredo guardado.(Pensamento de Hannah) "Oh, pai... ele está se aproximando muito. O que eu faço se tiver que passar esse tempo todo com ele? Quero agarrar, beijar, sentir o cheiro dele... AHHHHHHHHHH! Para de pensar besteira, Hannah. Ele vai me ajudar a passar. Eu vou morar com a Ana, é só isso. Foco."O celular vibrou, interrompendo seus devaneios. Guilherme havia mandado uma mensagem:Mensagem de Guilherme: "Amanhã, às 15h. Naquele lugar onde você escorregou. De lá, seguimos para o verdadeiro. Vou montar um cronograma de estudos depois, é só confiar."Na manhã seguinte, Hannah acordo
— Gui, já são oito horas — chamou Luna, da porta. — Pode levar a Hannah em casa?— Posso sim — ele respondeu do ateliê, uma casinha separada dos fundos. — Só espera eu guardar umas coisas.— Tranquilo — disse Hannah, tentando parecer calma. Por dentro, o pensamento era outro: Fica sussa, é só chamar a Ana pra ir também...— Vamos também, Ana?— Essa eu passo — respondeu, se espreguiçando no sofá. — Vou ajudar mamãe aqui. Mas manda um beijo pra tia e diz que depois vou visitá-la.— Certo. Vou esperar ele na sala.Hannah se despediu da tia com um abraço apertado.— Tchau, tia. Mais tarde eu e a Ana mandamos mensagem.Enquanto caminhava até a sala, seu estômago revirava.Meu pai, vou ficar sozinha com ele. Mas tudo bem, deve ir de carro... Vai ser rápido. Respira, Hannah. Só quinze minutos andando, no máximo. Nada demais.Tão distraída estava com seus pensamentos que nem ouviu quando Guilherme a chamou da porta. Ele entrou e parou atrás dela, com um sorriso.— Vamos?Ela não respondeu.—
Último capítulo