Louise sempre soube que sua vida estava longe de ser comum - filha única de uma das famílias mais poderosas do país, ela cresceu cercada por luxo, regras e expectativas. Mas nada a preparou para o golpe final: um casamento arranjado com um completo estranho, apenas para manter o legado da família. No dia do noivado, sufocada pelas obrigações e pela sensação de estar traindo a si mesma, Lou toma uma decisão impulsiva: fugir. Com uma passagem só de ida para Roma e uma mala cheia de dúvidas, ela parte em busca de liberdade, sem imaginar que o destino tem outros planos. Entre becos italianos, cafés aconchegantes e encontros inesperados, Lou conhece alguém que pode mudar tudo o que ela entende sobre amor.
Leer másEstou me olhando no espelho há pouco mais de dez minutos. A visão é realmente espetacular – não que eu seja convencida quanto à minha aparência, mas posso afirmar: é uma visão espetacular.
Eu deveria sair correndo, sem olhar para trás, e esquecer tudo isso. Mas meu pai prometeu que, se eu congitasse fazer isso isso, nunca mais veria minha mãe – além de me tirar do testamento.
Bom, é melhor não arriscar, nem tanto pelo testamento, mas pela minha mãe, meu ponto fraco.Sei muito bem que meu pai não brinca com as palavras.
De todas as pessoas do mundo, ele escolheu justo Noah Wills para eu me casar. Na verdade, essa infelicidade devo agradecer a minha queria e falecia avó Marta.
Que deixou claro no contrato da herança que eu deveria me casar aos vinte e cinco anos, de preferência com alguém da família Wills. Acredito que sempre planejaram isso, por algum motivo que nunca me foi revelado. Quando perceberam que eu seria a única herdeira da linha de sucessão, quiseram garantir que eu continuaria a linhagem. Os Wills pareciam a escolha perfeita para manter o sangue e o poder da família.
Infelizmente de insuficecia cardiaca um pouco mais de um ano. E suas ultimas palavras foi extamanete " você vai ser muito feliz com Noah minha querida, eu sei disso"
É eu sei, dificil acredita né? Mas extamente assim.
Ela costumava dizer que o amor nunca é perfeito; ele tem a capacidade de florescer nas circunstâncias mais improváveis e que nunca entenderemos o porquê.
Agarro essas palavras como um mantra. Talvez eu possa gostar de Noah com o tempo?
Bufo, é claro que isso nunca vai acontecer.
Dou uma risada, minha familia também tem nome, e se tem uma coisa que as revistas nunca tem, é uma foto minha.
Falta apenas uma hora para anunciar o noivado – uma hora para que eu me torne oficialmente parte de alguém que não escolhi. Cada minuto aumenta minha frustração.
Não penso duas vezes, pego a mala, chamo um uber e saio sem falar nada com ninguém.
E meu telefone continua apitando localmente, agora com mensagens de Helena me chamando de vaca traidora, por não ter compartilhado meu plano. Amigas, sempre invasivas.
A sensação de náusea é quase insuportável. Enquanto luto para não sucumbir ao mal-estar, um senhor atrás de mim começa a me xingar furiosamente por ter parado feito uma estátua no meio do caminho. Peço desculpas, mas ele me ignora e continua resmungando até sumir da minha vista.
Ele é surpreendentemente bonito. O cabelo castanho-escuro cai levemente sobre a testa. Seu rosto tem traços marcantes, e ele exibe um sorriso sutil que faz o tempo desacelerar.
Quase começo acreditar estou em uma cena daqueles filmes clichê de romance que todo mundo ama e ninguém nunca viu na vida real.
Respiro aliviada ao entrar no avião. Encontro meu lugar junto à janela e me sento, observando o movimento da cabine enquanto os passageiros embarcam. As conversas suaves e os sons do embarque criam um ambiente tranquilo – até que o ar do pulmão resolve escapar de uma só vez sem volta.
E estou achando que vou surtar antes da primeira hora de voo.
Dois anos depoisÀs vezes, queremos brigar com o destino, exigir que ele mude conforme nossa vontade, mas quem disse que temos controle de alguma coisa? A vida tem uma maneira peculiar de nos surpreender, de nos levar por caminhos que nunca imaginamos. E por mais que resistimos, por mais que lutemos contra a corrente, há algo profundamente libertador em se entregar — não como quem desiste, mas como quem finalmente entende.Dois anos atrás, eu era um homem em conflito com a ideia de casamento. Uma simples palavra me dava arrepios. Não porque eu desacreditasse no amor, mas porque temia o que viria com ele: a rotina, a perda da identidade, as expectativas que às vezes esmagam em vez de sustentar. Cresci vendo casamentos desmoronarem apenas por palavras.Mas a vida, como eu disse, tem planos que não pedem permissão. E quando conheci Louise, tudo mudou. Ela não me tentou convencer de nada. Não quis me transformar em algo que eu não era. Apenas esteve ali, com seus olhos atentos, suas mãos
Estou em êxtase. Ou melhor... estou casado.A palavra é estranha nos primeiros segundos, mas viciante logo depois. Olho para minha mão, para a aliança brilhando no meu dedo, e depois para ela — minha esposa. Luísa. A mulher que virou meu caos favorito.Sebastian aparece ao meu lado, com aquele sorriso de quem quer comemorar e provocar ao mesmo tempo. Ao lado dele, Helena — a melhor amiga da Louise — me lança aquele olhar afiado que já virou marca registrada.Na verdade, a garota não perde tempo. Desde o nosso noivo, ela e Sebastian grudaram como dois ímãs e, honestamente, posso dizer com certeza confiança que ela pescou meu amigo com um anzol daqueles que não solta nunca mais. Posso até arriscar dizer que eles serão os próximos a se casar. Ele ainda nem viu, mas ela já decidiu."Não precisa fazer minhas ameaças, certo? Você já sabe o que te espera se fazer amiga sofrer", diz Helena, arqueando uma sobrancelha e fazendo um gesto de tesoura com os dedos, como se fosse cortar algo que eu
Sabe aquele ditado? Você não sabe o que quer até que tenha. Nunca fez tanto sentido como agora. Se, há dois meses, alguém me dissesse que eu casaria com Noah, eu daria rir, chamaria de louca, e ainda acrescentaria um “nem morta” só pra deixar bem claro que não havia a menor chance.Bom… agora aqui estou eu, com um buquê de rosas azuis nas mãos, a caminho do altar, tentando não chorar. E sim — para casar com Noah Cristian Wills.Eu sei, eu sei. A vida é mesmo surpreendente. Como eu disse: você não sabe o que quer até que tenha.Meu pai está ao meu lado. Já perdi as contas de quantas vezes ele disse que estou linda… ou melhor, que sou a menina mais linda do mundo. Pais, sempre exagerados. Mas hoje, eu aceito o exagero. Me agarro a ele como um bote salva-vidas, porque meu cérebro está numa luta entre não chorar e lembre-se como se respira.As portas se abrem.O som do piano e do violino inunda o ambiente. É uma composição que o próprio Noah escreveu pra mim.Dou o primeiro passo.O vesti
Estou tão feliz por poder chorar. Pela primeira vez, sinto que posso aceitar as cláusulas do contrato da minha avó sem qualquer sombra de dúvida, sem resistência, sem medo. O peso que carregava no peito parecia ter se dividido, dando lugar a um colapso tão doce que mal consigo conter o sorriso.Todos os convidados já foram. A festa de noivado foi um sucesso. Agora resta apenas nós: a família. O ambiente é mais calmo, íntimo, quase acolhedor demais para que eu continue fingindo que não estou derretendo por dentro.Do canto do olho, vejo Helena saindo pela porta lateral com aquele bonitão que o Cristian apresentou mais cedo. Mal consigo disfarçar o riso. Uma garota realmente não perde tempo.— Noah e Louise, podemos conversar com vocês no escritório? — pergunta meu pai, com um sorriso largo, daqueles que só aparecem quando ele está prestes a dar uma boa notícia. Ao lado dele, o senhor Wills, pai de Cristian, compartilha da mesma expressão satisfeita.— Claro — respondemos em uníssono,
— Sei que não sou sua pessoa favorita no momento, mas não custa tentar — suspiro, sentando-me ao lado dela na cama. — Em minha defesa, eu não fazia ideia de quem você era... pelo menos no começo. Só descobri que você era um Scartt no hotel. Mas tinha algo em você, algo diferente, que despertou minha curiosidade. E pensei... já que estávamos fadados em ficar juntos, não faria mal te conhecer melhor.Ela me olha com as sobrancelhas levemente arqueadas. Um silêncio entre nós por alguns segundos.— Foi egoísta da minha parte — continuo, olhando para o chão. — Eu vi que você não estava feliz com esse casamento, mas queria mudar sua opinião.— Que jeito estranho de querer que eu mude de ideia — ela ri, e o som é leve, mas cheio de ironia.— Eu sei — sorrio, envergonhado. — Agora parece ridículo, mas na minha cabeça, antes... fazia sentido.Tomo fôlego antes de dizer o que realmente importa.— O que estou tentando dizer é que eu entendo. Eu também não queria casar. Pelo menos, não antes de t
Arrasto Helena pelos braços até o meu quarto, mas não antes dela pegar uma bandeja inteira de canapés, alegando estar em fase de crescimento. Sua expressão travessa quase me faz rir.—Seu futuro marido? Sério mesmo? Essa foi a melhor explicação que ele conseguiu me dar? — reclamo, sentindo o ódio crescer à medida que o choque se dissipa. Minhas bochechas formigam de tanta raiva, e parece que uma onda de calor sobe pelo meu pescoço até machucar na ponta das orelhas. Helena está ao meu lado, sentada de pernas cruzadas no tapete, ouvindo pela décima vez a mesma história. Um sorriso malicioso, que ela tenta disfarçar comendo um canapé, aparece nos lábios dela.— Não ousa, Helena — aviso, apontando o dedo para ela.— Não falei nada — ela respondeu rapidamente, erguendo as mãos em redenção, como se fosse a imagem da inocência.— Mas pensei, eu sei disso — rebato, sem paciência para suas tentativas de bancar a boazinha.— Não é tão ruim assim, vai. — Ela dá de ombros, mastigando outro canapé
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