Os últimos dias foram um desastre completo.
Olheiras profundas se formam sob meus olhos, uma confissão silenciosa da exaustão. Não vejo Louise desde que a deixei na porta do quarto dela, exatamente três dias atrás. Três malditos dias.
E, cada vez que passei pelo corredor, tive que me forçar a seguir em frente, ignorando a vontade quase incontrolável de bater em sua porta e roubar o beijo que não demos.
A imagem dela não sai da minha cabeça.
Aquele vestido vermelho abraçando seu corpo de um jeito que beirava a indecência, um dos ombros nu, os lábios curvados em uma risada genuína enquanto eu contava histórias vergonhosas da minha adolescência. Naquele instante, pareceu que o mundo inteiro havia desaparecido, como se só existíssemos nós dois.
Era íntimo. Inesperadamente íntimo.
E, para meu completo desespero, bastou a lembrança daquela imagem para meu corpo reagir com uma urgência quase dolorosa — uma ereção incômoda, latejando entre as pernas.
Luto contra a vontade insana de me alivia