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Capítulo 6 - Cristian

Eu falei algo para mim do tipo, uma última vez falando com ela seria suficiente para tirar a cabeça.

Errado. Nunca estive tão errado.

Olha eu aqui, após encontrar-la na Fontana di Trevi, reservando uma mesa no restaurante em frente ao Coliseu.

A vista iluminada do Coliseu à noite é espetacular, e sinto que seria um bom lugar para levar alguém para jantar, como amigos claros.

Fico curioso para saber um pouco mais sobre ela, só para desencargo de consciência e não correr o risco de falar algo que a desagrade depois.

Procure algo nas redes sociais. Para minha concepção, não foi tão fácil quanto pensar que seria, de fato ela sabia ser reservada. Nada de festas, romances proibidos ou qualquer coisa nesse sentido.

Louise era bem conhecida em seu mundo, talvez assim como ele, alguns contatos eram acionados para manter a discrição total sobre ela.

Depois de tanto fuçar, encontro apenas uma rede social antiga. Role pelas fotos e vídeos e descubra uma Louise diferente da que estou conhecendo. Veja um vídeo dela correndo atrás de uma borboleta em um jardim, mostrando um sorriso largo com aparelho de borrachinhas coloridas.

O próximo vídeo é dela em uma aula de canto. A música é lenta e aguda, ela estava indo bem até o meio do vídeo, depois desafina horrivelmente. Ela olha para a câmera com uma expressão icônica e começa a rir sem parar. A risada dela é contagiante e maravilhosa. E acabei rindo junto.

Assisto a esse vídeo várias vezes, encantado pela leveza que ela transmitia mesmo atrás de uma tela.

Finalmente, exausto e com a mente ainda girando em torno de Louise, adoromeço no meio da tarde.

Acordo com o som do Bon Jovi ressoando do meu telefone. Sei que é meu pai, já que ele é a única pessoa para quem salve uma música diferente. Ele é super fã de rock dos anos 80, e eu acabei herdando esse lado musical, assim como o estilo mais clássico da minha mãe. Sim, dois lados totalmente opostos que me definem com uma pessoa.

- Ei, pai - atendendo.

- Ei, garoto - ele sempre me chama de "garoto", apesar de eu já ter vinte e cinco anos. Acho que é a forma carinhosa dele, sem parecer tão açucarada como as mães.

- Você vai ficar quanto tempo aí? - Como sempre, ele vai direto ao ponto, sem perguntas como "Você está bem?" ou "O que tem feito?".

- Dentro de uma ou duas semanas. O senhor está precisando de alguma coisa?

- Estou precisando que você aproveite essas pequenas férias e volte pra casa para assumir seu lugar na empresa. Não quero desculpas. Já está mais do que na hora de você começar a se interessar pelo seu legado - ele dispara, sem hesitação.

- Ok - respondo, sabendo que ele foi paciente comigo até agora. - Prometo que farei conforme o senhor deseja.

Embora eu não goste de me envolver nesse meio, não posso negar que estou bem preparado para isso. Sou formado em administração de empresas, tenho vários cursos internacionais relacionados à economia e centenas de certificados suspensos na parede. Já participei de algumas negociações de sucesso pela empresa.

O problema é que as pessoas esperam que eu seja igual ao meu pai: um homem respeitado, direto e firme. Mas sou completamente o oposto, apesar da mídia me rotular como o maior tirano implacável da história. E essa expectativa constante acaba pesando. A pressão para ser como ele me sufoca quase sempre.

- Eu sei que vai, garoto. Você nunca me decepciona - ele responde, com uma confiança que só aumenta o peso em meus ombros.

Engulo em seco, tentando controlar a sensação de aperto no peito.

- Te ligo depois - falo, querendo encerrar a conversa antes que ele perceba meu desconforto.

- Até - diz ele, antes de desligar.

Faltam trinta minutos para encontrar com Louise. Permaneço deitado por alguns minutos, encarando o teto, antes de reagir.

Devo presumir que estou ansioso, não grave a última vez que sair para jantar com alguém só para jogar conversa fora. Hum, ano? Talvez dois? Na verdade, não registrado.

Se minha irmã Bia estivesse aqui, com toda certeza já estaria me julgando por estar nervosa por sair com uma mulher bonita. Como ela mesmo vive dizendo "você é tão careta, nem parece que saímos do mesmo útero.". Se eu não tivesse acompanhado toda gravidez da minha mãe, poderia jurar que ela era imposta.

Desço para saguão pelas escadas para liberar um pouco da dopamina que corre em excesso pelo meu corpo.

Dou uma olhada no relógio. Faltam cinco minutos para o horário combinado. Eu não sou ansioso, mas algo nessa espera me deixa inquieto. Me pego ajeitando a gola da camisa e passando a mão pelos cabelos como se isso fosse fazer alguma diferença.

Vejo ela aparecendo no saguão. E está linda. Um vestido colado, cor vermelho, que contrasta com a pele dourada sob a luz do ambiente. O cabelo solto cai em ondas suaves sobre os ombros, e seus olhos percorrem o salão até encontrarem os meus.

Levanto, como manda a educação que minha mãe tanto fez questão de me ensinar, e sorrio.

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