Arrasto Helena pelos braços até o meu quarto, mas não antes dela pegar uma bandeja inteira de canapés, alegando estar em fase de crescimento. Sua expressão travessa quase me faz rir.
—Seu futuro marido? Sério mesmo? Essa foi a melhor explicação que ele conseguiu me dar? — reclamo, sentindo o ódio crescer à medida que o choque se dissipa. Minhas bochechas formigam de tanta raiva, e parece que uma onda de calor sobe pelo meu pescoço até machucar na ponta das orelhas. Helena está ao meu lado, sentada de pernas cruzadas no tapete, ouvindo pela décima vez a mesma história. Um sorriso malicioso, que ela tenta disfarçar comendo um canapé, aparece nos lábios dela.
— Não ousa, Helena — aviso, apontando o dedo para ela.
— Não falei nada — ela respondeu rapidamente, erguendo as mãos em redenção, como se fosse a imagem da inocência.
— Mas pensei, eu sei disso — rebato, sem paciência para suas tentativas de bancar a boazinha.
— Não é tão ruim assim, vai. — Ela dá de ombros, mastigando outro canapé