Vidas Cruzadas

Vidas Cruzadas PT

Romance
Última actualización: 2025-07-26
Fran Soares   Recién actualizado
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Resumen
Índice

Ela tem tudo. Ele perdeu tudo. Luanna é uma estudante de medicina com um futuro promissor. João Miguel sobrevive nas ruas após tragédias e vícios destruírem sua vida. Dois mundos que jamais deveriam se cruzar... Mas o destino não segue regras. O que começa com compaixão se transforma em um amor intenso, capaz de curar feridas profundas. Ela acredita nele. Ele quer mudar por ela. Mas a realidade é cruel — e eles se separam. Oito anos depois, tudo se inverteu. Ele reconstruiu sua vida. Ela perdeu tudo. Agora, o reencontro coloca à prova sentimentos que nunca morreram. Será que o amor sobrevive ao tempo, à dor... e às escolhas?

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Capítulo 1

Capitulo 1: "Entre sonhos e realidades."

                                     

8 anos atrás…

Aos 18 anos, eu tinha todo o meu futuro planejado. Minhas metas estavam traçadas, havia muitos sonhos a realizar e um caminho brilhante pela frente. Estava no primeiro ano da faculdade de Medicina, dando início ao maior dos meus sonhos: me tornar médica. Desde que me entendo por gente, nunca tive dúvidas sobre o que queria ser quando crescesse. Eu desejava seguir os passos dos meus pais, ambos médicos renomados no país e considerados alguns dos melhores em suas áreas.

Meu pai é oncologista, um dos mais respeitados, com o nome estampado em revistas e sites de medicina em todo o país. Ele é dono de um dos maiores e melhores hospitais particulares da cidade. Apesar de não ser exatamente uma referência como pai, como médico, ele é impecável, e eu o admiro muito por isso. Seu nome é trabalho, e seu sobrenome é dinheiro, pois toda sua vida gira em torno disso. Talvez seja exatamente por isso que ele seja tão bom no que faz. Eu o amo, mas essa admiração fica restrita à sua profissão, pois como pai, a única lembrança constante que tenho é sua ausência.

Minha mãe é ginecologista, e eu não poderia ser diferente: quero ser pediatra. Amo crianças, e acredito que uma das formas de demonstrar esse amor é cuidando da saúde delas. Cresci cercada de médicos, ouvindo sobre hospitais, doenças, exames e cirurgias. Com o tempo, desenvolvi amor e interesse pela profissão. A Medicina não está apenas no meu sangue, mas também no meu coração e na minha alma.

Apesar de meus pais serem minha referência na Medicina, a minha maior inspiração sempre foi meu avô paterno, que faleceu há alguns meses. Ele era cirurgião pediatra e não era apenas um exemplo como médico, mas também como pai, pois sempre encontrava tempo para mim quando chegava em casa, me ensinava sobre a vida, sobre pessoas e sobre ser alguém melhor. Meu avô amava crianças. Meu pai é filho único, e ele dizia que gostaria de ter tido mais filhos, mas acabou distribuindo seu amor para seus netos.

Meus brinquedos preferidos sempre foram relacionados à Medicina. Aos quinze anos, ganhei meu primeiro estetoscópio dele, e o guardo até hoje como uma joia preciosa. Sei que, em breve, o usarei nos meus primeiros plantões como médica, realizando nosso sonho compartilhado.

Quero me formar e ser uma das melhores profissionais da área no país. Quero poder me dedicar a salvar vidas, cuidar com amor e ajudar, principalmente, a nossa próxima geração a ter saúde e esperança.

Tenho dois irmãos: Lucas, o mais velho, que mora em Nova York, e Luna, a caçula. E eu sou Luana. (Sim, meus pais têm essa mania irritante de nomes combinando…)

Além da faculdade, também faço trabalho voluntário em uma ONG que abriga crianças carentes e moradores de rua. Amo estar lá. Amo cuidar das crianças, ajudá-las no banho, nas refeições e em todas as tarefas diárias. Lá existe paz e esperança, pois, mesmo com pessoas vivendo em extrema vulnerabilidade e tendo perdido tudo, ainda carregam amor, fé e compaixão. Estar ali me faz sentir bem, como se eu pudesse, de alguma forma, contribuir para ver um sorriso no rosto de alguém e tentar tornar o mundo um lugar melhor.

Conheci essa ONG por meio da minha melhor amiga, Cecília, cuja mãe é a diretora. Sempre que posso, vou ajudar, mas sem que meus pais saibam. Meu pai, principalmente, é muito preconceituoso e jamais aceitaria ver sua filha fazendo caridade. Mas, quando eu for médica, vou ajudar ainda mais, oferecendo consultas gratuitas para quem não tem recursos e depende da saúde pública.

Depois das aulas da faculdade, sempre vou direto para a ONG, e hoje não foi diferente. Ao final da aula, me despedi dos amigos e da Cecília. Ela, por estar com muita cólica e dor de cabeça, optou por ir para casa.

Caminhava distraída, mexendo no celular, quando senti alguém segurar meu braço. Levei um susto tão grande que meu coração quase saiu pela boca.

Era um homem de aparência descuidada, barba e cabelos grandes, roupas sujas e rasgadas. Seu rosto parecia machucado. Apesar do estado deplorável, percebi que ele era jovem, mas seu corpo estava marcado pela vida difícil. O cheiro forte denunciava os dias sem banho.

— Toma, moço, pode levar o que quiser… — disse, assustada, em um único suspiro, estendendo meu celular e minha bolsa.

— Calma, moça… Eu não vou te roubar. Não sou ladrão. Só queria um trocado pra comer alguma coisa… tô morrendo de fome… — ele respondeu, com a voz baixa, desviando o olhar e soltando meu braço. Deu um passo para trás, demonstrando medo.

Foi nesse momento que vi seus olhos. Eram de um azul tão intenso, mas sem brilho algum. Eram olhos tristes, que pareciam implorar por socorro.

Respirei fundo, aliviada por não se tratar de um assalto, e procurei minha carteira para lhe dar algum dinheiro. Mas, ao estender a mão, pensei em algo melhor. Algo que não lhe traria apenas uma refeição, mas também um pouco de dignidade.

— Vem comigo. Vou te levar a um lugar onde vão cuidar de você e te alimentar — disse com firmeza, estendendo minha mão. Ele me olhou, confuso e assustado, parecendo não entender nada. — Calma… Eu só quero te ajudar — completei, estendendo a mão mais uma vez.

Ele me olhou profundamente, e, com hesitação, pegou minha mão com a sua, tão suja e calejada. Apertei-a com delicadeza, tentando passar confiança, e sorri. Sem medo ou vergonha, caminhei com ele de mãos dadas pela rua, em direção à ONG.

Algumas pessoas nos olhavam com espanto, outras com nojo. Mas eu nunca me importei com status ou classe social, e hoje não seria diferente. Infelizmente, em pleno século XXI, ainda vivemos rodeados por preconceito e indiferença. São detalhes quase invisíveis para quem observa de fora, mas sentidos profundamente por quem sofre com isso todos os dias.

Confesso que me assustei com a abordagem, mas foi só o susto.

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Capitulo 1: "Entre sonhos e realidades."
Capitulo 2: "Olhos azuis perdidos."
Capitulo 3: "Primeiro toque"
Capitulo 4: "Primeira vez."
Capitulo 5: "Sob a luz da lua."
Capitulo 6: "Um último beijo e uma despedida."
Capitulo 7: "Oito anos depois."
Capitulo 8: "Um desconhecido que me deixa desconcertada."
Capitulo 9: "Ela era a minha lua."
Capitulo 10: "Uma promessa silenciosa."
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