POV: LUANA
Era uma noite silenciosa na ONG. As crianças já dormiam e o prédio estava mergulhado em paz. Senti vontade de respirar um pouco de ar fresco antes de ir embora e subi até o terraço. Ao abrir a porta, me deparei com João, sentado próximo ao parapeito, olhando fixamente para o céu.
A lua estava cheia e tão brilhante que iluminava todo o terraço com um tom prateado suave. Ele parecia hipnotizado pela beleza da noite.
— Oi… — falei baixinho, me aproximando.
Ele virou o rosto devagar, e mesmo naquela penumbra, vi seus olhos azuis refletindo a luz da lua, ainda mais intensos.
— Oi, Lua… — respondeu com um pequeno sorriso, chamando-me pelo apelido que só dele soava tão íntimo. — Olha como está linda hoje… — disse, voltando a olhar para o céu.
— Está mesmo… — murmurei, sentando-me ao seu lado. — Mas eu acho que ela nem se compara ao que estou vendo agora. — completei, sem conseguir evitar.
Ele virou-se, me olhando profundamente. Senti meu corpo inteiro arrepiar sob aquele olhar que parecia tocar minha alma.
— Por que você faz isso comigo? — perguntou, com a voz baixa e rouca.
— O quê? — perguntei, sentindo meu coração acelerar.
— Me faz querer ter uma vida que eu não posso mais ter… — disse, acariciando meu rosto com os dedos frios. Fechei os olhos ao sentir seu toque suave. — Me faz querer… você.
Antes que pudesse responder, ele encostou seus lábios nos meus. Um beijo calmo no início, mas carregado de tanto desejo contido que logo se tornou intenso. Suas mãos seguravam meu rosto com delicadeza, como se eu fosse algo frágil demais para ser quebrado. Deslizei meus dedos pelos seus cabelos, puxando-o para mais perto.
Quando o beijo terminou, ele encostou sua testa na minha, respirando rápido.
— Aqui… agora? — perguntei em um sussurro, com o coração disparado.
— Aqui… sob a lua, que é tão sua quanto meu coração já é — disse, sua voz falhando de emoção.
Ele me deitou suavemente sobre as almofadas velhas do terraço, usadas pelas crianças nas rodas de histórias. A lua brilhava sobre nós dois, iluminando cada detalhe de sua expressão. Suas mãos percorreram meus braços, meus ombros, até chegarem ao fecho do meu vestido. Ele o abriu devagar, sem tirar os olhos dos meus, como se pedisse permissão a cada segundo.
Quando senti o vento frio tocar minha pele exposta, estremeci, mas o calor do seu corpo logo me envolveu. Seus beijos desceram pelo meu pescoço até meus seios, e eu gemi baixo, sentindo cada parte de mim queimar de desejo.
Ele me olhava como se eu fosse seu mundo inteiro. Cada toque seu era carregado de cuidado e urgência, como se ele precisasse me sentir para continuar respirando.
— Eu te amo, João… — confessei, quase sem ar, quando ele se posicionou entre minhas pernas, seus olhos fixos nos meus.
Ele sorriu de um jeito triste, mas apaixonado.
— Eu sempre fui seu, Lua… desde o primeiro dia. — disse antes de me beijar com intensidade.
Quando entrou em mim, devagar, senti lágrimas escorrerem dos meus olhos. Não era dor. Era a explosão de tudo que eu sentia por ele, que não cabia mais em mim. Ele moveu-se dentro de mim com suavidade, mas também com força suficiente para me fazer perder o fôlego. Seus movimentos eram ritmados, profundos, e cada investida trazia um prazer que se misturava com a emoção de estar ali, entregue, de corpo e alma.
O vento frio batia em nossas peles nuas, mas o calor que sentíamos um pelo outro era muito maior. O som do nosso amor ecoava suave na noite silenciosa, embalado pelo canto distante dos grilos.
Quando chegamos juntos ao ápice, ele colou seus lábios nos meus para conter meu gemido. Seu corpo tremia contra o meu, e senti o peito dele vibrar ao sussurrar meu nome no meu ouvido.
Ele se deitou ao meu lado, me puxando para cima de seu peito. E ficamos ali, nus, abraçados, olhando a lua que testemunhava nosso amor.
— Você é minha lua… minha luz no meio da escuridão… — disse ele, passando a mão pelos meus cabelos, enquanto eu ouvia seu coração bater forte contra meu ouvido.
Fechei meus olhos, sentindo as lágrimas rolarem silenciosas. Lágrimas de amor, de medo e de um sentimento tão grande que chegava a doer no peito.
— Promete que nunca vai me deixar? — perguntei, com a voz trêmula.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, respirando fundo antes de responder.
— Eu não posso te prometer isso, Lua… — disse, com a voz falha. — Mas posso te prometer que, enquanto eu estiver aqui, serei só seu… corpo, alma e coração.
Senti meu peito apertar. Eu não entendia porque ele dizia essas coisas. Não entendia seus mistérios, seus medos, mas sabia que ele era tudo o que eu queria. Tudo o que meu coração escolheu.
Levantei meu rosto e o olhei nos olhos, vendo uma lágrima solitária escorrer por seu rosto.
— João… seja qual for o seu passado, eu só quero o seu presente. Só quero você, exatamente como é. — disse, encostando meus lábios nos dele em um beijo suave, cheio de amor.
Ficamos ali por mais alguns minutos, em silêncio, ouvindo apenas a nossa respiração e o som suave da noite. O céu estrelado parecia tão próximo que eu poderia tocá-lo com as mãos. Mas naquele momento, eu não precisava tocar o céu… porque ele estava ali, bem na minha frente, em forma de homem, com olhos azuis que refletiam a lua.
Quando nos levantamos, vestimos nossas roupas em silêncio. Antes de entrarmos novamente na ONG, ele segurou minha mão com força.
— Nunca se esqueça dessa noite, Lua… porque eu jamais esquecerei. — disse ele, com a voz rouca, antes de abrir a porta e sair.
Eu o observei caminhar pelos corredores com o meu coração apertado cheio de amor e medo.