O Lado Bom De Viver

O Lado Bom De ViverPT

Romance
Última atualização: 2025-05-31
Chrys Monroe  Atualizado agora
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Índice

Nicholas Preston é um homem de vinte e nove anos que vive atormentado por seu passado sombrio e pela perda trágica de sua primeira esposa. O fruto dessa união é a pequena Melissa, uma criança autista que sofre com a ausência da mãe e a tristeza profunda do pai que a cada dia que passa, se afunda ainda mais no alcool, nas drogas e na depressão. Bella é uma jovem de vinte e um anos que depois de sofrer várias tentativas de abuso do padrasto e uma traição por parte de seu namorado de longa data, Danny, fecha de vez seu coração, não acreditando mais no amor. Ela parte para a pequena cidade de Astoria a fim de esquecer seu passado turbulento, mas acaba se afundando ainda mais e passa a se prostituir para sobreviver. Ele está destruído. Ela está sem esperanças. O caminho desses dois jovens vão se cruzar e talvez, ainda exista uma cura para eles. O amor. Juntos, Nicholas e Bella vão descobrir o lado bom de viver.

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Capítulo 1

Capítulo 1 - O Lado Dele

Narrado por Nicholas Preston

— Nick, adorei todo o jantar. — minha esposa sussurrou no meu ouvido com uma voz sexy. Nos tinhamos ido jantar em um restaurante japonês, o preferido dela, e agora, estávamos voltando para casa de carro e eu, como sempre, estava no volante. Sophie nunca gostou mesmo de dirigir, principalmente quando tinha alguma crise de labirintite. 

— Fico feliz que tenha gostado do jantar, querida. — ela deu um beijo na minha bochecha e eu sorri. Sophie é morena, magra e tem olhos e cabelos castanhos. Definitivamente, ela é uma linda mulher. — Coloque o cinto de segurança, por favor. — pedi, mas ela não me obedeceu. Sophie sempre odiou usar o cinto. 

Estamos juntos há seis anos. Eu estava ficando com uma amiga da universidade, Victória, quando conheci a Sophie. Imediatamente, me encantei por ela. Ela era tão linda e cheia de vida que nossa paixão foi praticamente instantânea. Me separei da Vick e namoramos por dois meses. Foi quando ela descobriu a gravidez da Melissa, nossa única filha. Dias depois, eu a pedi em casamento com um lindo anel de diamantes. Depois de alguns meses, nos casamos e fomos morar na mansão dos Prestons, minha família adotiva. 

— Não vejo a hora de chegar em casa, Nick. — ela deu um chupão no meu pescoço e por um momento, eu gemi e fechei os olhos. — Eu quero fazer tanta coisa com você quando chegarmos em casa. Você não tem ideia, querido. — ela disse toda maliciosa, mas logo me lembrei que estava ao volante. 

— Se comporte, meu amor. Por favor. — pedi tentando me controlar. 

Já tinha passado da meia-noite e a estrada estava deserta. Logo, uma chuva fina começou a cair, o que deixou a pista um pouco molhada. Por isso, resolvi dirigir com um pouco mais de cautela, tentando diminuir a velocidade. O problema é que a partir desse momento parecia que o carro não queria me obedecer. Quando olhei para o velocímetro, percebi que estávamos indo rápido demais. Estranho. 

— Está bem, eu vou me controlar. Eu prometo! — ela sorriu e eu continuei olhando para o volante. Foi quando ela me roubou um selinho. 

— Amor, para. É sério. — pedi de novo e nós dois sorrimos. Eu não conseguia mesmo ficar bravo com ela por muito tempo. — Acho que tem alguma coisa errada acontecendo com esse carro. — quando olhei novamente para frente, vi um caminhão desgovernado vindo em nossa direção. — Céus! — gritei sentindo meu coração disparar. 

— Faça alguma coisa, Nicholas! Rápido! — ela pediu. Eu pisei no freio e tentei virar para a esquerda. — EU NÃO QUERO MORRER! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — perguntou apavorada. A cada segundo, o caminhão ficava mais próximo de nós. 

— Eu não sei! O freio não está...

Eu não tive tempo de terminar a frase. Quando dei por mim, o caminhão já estava perto demais de nós dois, que gritamos com toda a força que nos restava. Senti uma dor muito forte na minha cabeça e um gosto de sangue na boca. De repente, tudo ficou escuro. Era o fim. 

[...]

Mais um pesadelo. Quase todas as noites, é sempre a mesma coisa. Eu já não aguento mais acordar ao som dos gritos de minha esposa. Ela morreu tão jovem e por minha culpa. Com apenas vinte e sete anos, um ano atrás ela partiu desse mundo. Se eu tivesse prestado mais atenção na direção nada disso teria acontecido. 

Allison, minha irmã, acha que o que aconteceu foi um assassinato, por conta da ausência de freios no carro. Mas as investigações da polícia não deram em nada e eu fiquei tão mal pela morte da minha mulher, que nem senti vontade de investigar mais a fundo. 

Desde que Sophie se foi, nunca mais fui o mesmo. Meus dias, tardes e noites são sempre iguais. Uma rotina torturante e entediante. Levantei, tomei banho e fui para a empresa da família. Eu fico o dia inteiro lá e só volto a noite. O trabalho ocupa a minha mente. Mas sempre que vou dormir, os pesadelos vêem. Por isso, evito pegar no sono. Na madrugada, sempre saio para beber e depois transar com alguma prostituta. Foi o jeito que encontrei pra aplacar essa dor intensa que sinto em minha alma. 

Quase não vejo minha filha, Melissa. Uma linda garotinha de sete anos de idade. Melissa é muito especial. Eu a amo muito e tenho vontade de passar mais tempo com ela, porém, eu não estou preparado para isso. Não ainda. Ando muito triste, desanimado e não gosto que ela me veja assim. Acredito que no fundo a minha presença pode até fazer mal à ela. 

Ultimamente, minha família anda pedindo que eu vá a um psiquiatra. Dizem que eu tenho depressão. No fundo, eu acredito que eu possa mesmo ter isso, mas não quero me tratar. Não iria adiantar mesmo. Eu estou condenado a viver no fundo do poço até que meu coração pare de bater. 

— Você quer arrumar uma babá para minha filha? E quer que eu vá me tratar com um psicólogo? — eu estava na sala da empresa da minha família, a Preston Holding, assinando alguns papéis quando meu pai adotivo, Christopher, entrou na minha sala com essas ideias estranhas.

— Sim, Nicholas. Você quase não vê sua própria filha. Você sabe do autismo dela. Ela é uma criança que precisa de cuidados adequados. — meu pai disse se sentando a minha frente. Ele estava muito sério. — Até quando você vai viver assim? Você precisa reagir, filho. A Sophie se foi, mas você ficou. E tem uma filha para criar ainda. Você é jovem, não tem nem trinta anos. Deve recomeçar sua vida. — aconselhou-me. 

— Eu sei. — concordei cabisbaixo. — Mas eu não tenho forças para continuar. — me segurei para não chorar, enquanto passava a mão na minha barba por fazer. 

— Procure forças em nós, somos sua família. Só queremos ajudar você. Olhe para mim, Nicholas. — obedeci e o olhei. — Faça um tratamento, filho. Eu tenho certeza que isso vai te ajudar a se levantar. 

— Está bem, Christopher. — concordei. Ao lado de minha irmã biológica, fui adotado na adolescência por ele e por minha mãe, Ellie. Talvez por ter sido adotado com uma idade mais avançada, não consigo chama-los de pai ou de mãe. Ou talvez porque eu e Allison convivemos pouco mais de dez anos com nossos pais verdadeiros. Tenho muitas lembranças deles. Boas lembranças. De qualquer forma, amo meus pais adotivos e os respeito muito. Sou grato por tudo que eles fizeram a mim e pela minha irmã durante todos esses anos. 

— Você vai se tratar? — ele indagou abrindo um sorriso. 

— Sim. — concordei e ele deu um sorriso ainda mais aberto. Aceitei o tratamento apenas para ele me deixar em paz mesmo, mas não sei se pretendo levar essa ideia adiante. 

— Obrigado filho. — ele foi até mim e me abraçou e eu retribui o carinho, é claro. 

— Mas e essa história de babá? — Me afastei e voltei a me sentar. 

— Filho — ele passou a mão por seus cabelos loiros. — A Ellie, sua mãe, acha que vai ser ótimo para a educação da menina, já que ela está sem uma figura materna de autoridade. Ellie faz o que pode, mas ela é professora e também tem que cuidar de seus alunos. A Melissa precisa de alguém para ensinar as coisas da vida. E também, enquanto você se recupera ter uma babá seria uma ótima ideia na nossa opinião. O que acha?

— Colocar uma desconhecida para cuidar da minha filha me parece complicado. — cocei minha cabeça. — Mas se é para o bem dela e vocês acreditam que pode ser a melhor solução, eu aceito. — ele sorriu novamente. — Espero que pelo menos, consigamos encontrar uma pessoa boa e de confiança para esta importante tarefa. — conclui respirando profundamente. 

(...)

— Papai? Eu estava deitado na minha cama lendo um livro quando vi a porta se abrindo e minha filha entrando no meu quarto. 

Melissa é linda. Ela tem os olhos claros e os cabelos castanhos e ondulados como os de sua mãe. Parece uma princesa de verdade. A minha princesa. Ela possui autismo, que foi diagnosticado há dois anos. 

— Oi filha. — fechei o livro e o coloquei sobre o criado-mudo. — Vem cá. — ela subiu na cama e foi para o meu colo. 

Ela ficou batendo o dedo indicador repetidas vezes na minha bochecha, até que resolveu falar. 

— Papai, por que o senhor não sorri? — me perguntou e eu engoli em seco. — Desde que a mamãe foi para o céu, o senhor não sorri. — constatou parecendo triste. 

— Filha. — a abracei. — É que o papai sente muito a falta da mamãe. — expliquei e ela nada respondeu, apenas fechou os olhos e se aconchegou no meu colo. 

— Eu também sinto muito a falta dela, papai. — murmurou adormecendo nos meus braços. 

Ela sempre foi uma criança de poucas palavras. Quando percebi que Mel tinha adormecido, a peguei no colo, a levei para seu quarto e a cobri com um cobertor da Elsa do Frozen, personagem favorita dela. Em seguida, voltei ao meu quarto e tentei dormir, já preparado para mais uma noite de pesadelos. 

(...)

Não consegui dormir. Assim que eu fechava os olhos, o rosto de Sophie surgia em minha mente. Isso me perturba tanto. Então, me levantei, tirei meu pijama e comecei a me vestir, colocando uma camisa branca, uma calça social preta e um terno preto. Coloquei meus sapatos, peguei minha carteira e as chaves do carro. Em seguida, saí do quarto. 

Eu acho que todos estão dormindo, pois a casa está muito quieta. O único barulho que consigo ouvir são dos meus próprios passos. Normal, afinal, ainda está de madrugada. Suspirei e desci as escadas até a sala de estar onde resolvi acender um cigarro. Mais um vício adquirido depois da perda da Sophie. Peguei o maço de cigarros nas mãos, meu isqueiro e o acendi. Em seguida, dou a primeira tragada. Sai fumando até a garagem. Peguei meu carro e dirigi pelas ruas de Astoria. Fui até o bar mais próximo, um que fica aberto vinte e quatro horas por dia e pedi uma taça de uísque. 

Um, dois, três copos. Comecei a sentir minha cabeça girar. No quarto copo, o garçom se recusou a me dar dizendo que eu estava dirigindo e não deveria ficar tão bêbado assim para evitar sofrer um acidente. Discuti com o barman e esfreguei o dinheiro da bebida na cara de dele. Em seguida, sai do bar e voltei para o carro. 

Decidi dirigir pela zona leste da cidade, onde eu sei que está cheio de prostitutas. Eu vou arrumar qualquer uma, levar para o motel e transar. Sexo é uma das únicas coisas que me acalmam. Passei pelas ruas e vi várias garotas, mas até agora nenhuma me agradou. Todas estão muito vulgares e eu não gosto de vulgaridade. 

Até que me deparei com uma garota que me chamou a atenção e parei o carro. Ela está usando um vestido curto preto, acima dos joelhos que deixa suas pernas em evidência e uma sandália simples, além de uma mochila nas costas. Sua pele é branca como a neve. Seus cabelos são castanho escuros, longos, lisos e esvoaçantes. Seus olhos são claros e transmitem uma inocência que me fez morder os lábios, ao mesmo tempo em que transmitem pureza, eles também me passam medo. Ela está assustada com algo. Ou com alguém. Será que sou eu?

— Está disponível para programa, garota? — perguntei abaixando o vidro do carro. 

— Você está falando comigo? — ela olhou para os lados. 

— Sim. — confirmei medindo-a de cima a baixo. — Está disponível? — repeti a pergunta. 

— Eu estou sim. — ela respondeu baixando a cabeça.

— Entre. — Mandei e ela me obedeceu dando a volta e entrando no carro pelo banco do passageiro. — Coloque o cinto. — ordenei e ela me obedeceu novamente. Boa garota. — Quanto você cobra? — olhei de relance para ela. 

— Eu não sei. 

— Como você não sabe? — arqueei a sobrancelha e comecei a dirigir. 

— É que o senhor é o meu primeiro cliente. — ela explicou me fazendo arregalar os olhos.

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