Mundo de ficçãoIniciar sessãoLyra sempre sonhou com o dia em que encontraria seu companheiro destinado e conquistaria, enfim, um lugar no mundo. Mas quando o Alfa Kael, o lobo mais poderoso da alcateia, descobre que uma frágil ômega é sua alma gêmea, ele a rejeita brutalmente diante de todos, condenando-a à humilhação, à dor e ao abandono. Marcada como uma loba sem valor e deixada para morrer entre renegados, Lyra acredita que seu destino foi selado. Até ser salva por River Knight, um lobo ancestral, brutal e perigoso, que há séculos dormia em um sono forçado para conter seu poder incontrolável. Enquanto River a cura e desperta sentimentos que Lyra pensava ter perdido para sempre, ela descobre que dentro dela existe uma força rara, capaz de mudar tudo. Entre treinamento, batalhas sangrentas e uma paixão proibida, Lyra renascerá não como uma simples ômega rejeitada, mas como a verdadeira Luna do Alfa Supremo. Agora, ela não quer apenas sobreviver. Ela quer vingança. E seu alfa está disposto a destruir o mundo por ela!
Ler maisEra seu aniversário, mas nada naquela manhã fazia parecer que o dia teria algo de especial. A espuma do sabão escorria pelos dedos finos de Lyra enquanto ela esfregava o chão áspero da ala principal da alcateia, de joelhos, com os cabelos presos em um coque frouxo que não parava de se desfazer, fazendo os fios dos cabelos loiros escaparem do elástico que os prendiam. Ao seu lado, Petra bufava, com o rosto suado e as mangas da blusa arregaçadas até os cotovelos.
— Você já percebeu que quanto mais a gente esfrega, mais esse chão parece sujo? — murmurou Petra, torcendo o pano no balde pela terceira vez. Lyra soltou um sorriso fraco, mas não respondeu. Estava concentrada em limpar uma mancha escura perto da escada de pedra. Precisava deixar tudo perfeito, assim poderiam ir para a festa durante a noite. O silêncio que pairava entre elas foi quebrado por risadas estridentes e passos de salto ecoando pelo corredor. As duas se entreolharam antes de se levantarem lentamente, como quem antecipa um desastre. Não seria a primeira vez que alguém passaria por ali enquanto estavam limpando, mas com certeza seria a primeira vez que aquelas garotas passavam por ali naquele dia, e certamente Petra e Lyra preferiam que elas ficassem longe, bem longe. Camilla apareceu primeiro. Usava um vestido leve e justo, que se moldava ao corpo como se tivesse sido costurado nele. Ao lado dela vinham Sill, de cabelos avermelhados, e Cleair, que mantinha um ar de desdém fixo no rosto, como se tudo à sua volta fosse indigno de sua presença. — Ora, ora... vejam só quem está aqui limpando o chão como boas cadelinhas — disse Camilla, a voz carregada de sarcasmo, parando diante das duas. Petra se enrijeceu, Lyra manteve os olhos no pano que ainda segurava. Não valia a pena provocar, no fim, sairiam como erradas, afinal, não deviam enfrentar as lobas beta, eram ômegas, deviam ser submissas. Sill riu alto, apontando o balde de água suja. — No fim, é só essa merdinha de trabalho que elas duas sabem fazer, não é? Deve ser triste servir só para limpar o chão que os outros lobos mais úteis pisam. Cleair acrescentou com uma risada falsa: — Pobres dos lobos que tiverem o azar de serem destinados a vocês. A deusa, às vezes, tem um senso de humor cruel. Camilla avançou um passo e, com um movimento ensaiado de sua bota envernizada, chutou o balde, espalhando a água suja por todo o chão recém-limpo. — Ai... foi sem querer — disse, sorrindo como uma víbora. — Acho que vocês vão ter que começar de novo. As empregadas incompetentes, precisam se esforçar mais, ou não vão para o baile hoje a noite! As três se viraram para sair, ainda rindo, mas Petra, com a mandíbula tensa, não conseguiu se conter. Ela sussurrou baixo, sem olhar para trás: — Um dia essas três vão pagar por tudo isso, ninguém fica num pedestal pra sempre! — Petra! — Lyra tentou repreender a amiga, mas era tarde demais. Camilla parou abruptamente, o som de sua risada cessou como uma lâmina cortando o ar. Ela girou nos calcanhares, os olhos brilhando de raiva. — O que foi que você disse, sua rata imunda? Antes que Petra pudesse responder, Camilla avançou e agarrou-a pelos cabelos, puxando sua cabeça para trás com brutalidade. Petra gritou, tentando se soltar, mas a loba era mais forte. — Para com isso! — gritou Lyra, correndo até as duas e segurando o braço de Camilla com força. — Solta ela! O toque de Lyra foi como uma faísca, a pele de Camilla reagiu imediatamente, deixando uma leve marca avermelhada onde os dedos finos da ômega haviam apertado. Ela arregalou os olhos, surpresa, e soltou Petra, mas o choque logo foi substituído por pura fúria. — Sua omega nojenta! — rosnou ela, erguendo a mão e acertando um tapa no rosto de Lyra com toda a força. O estalo ecoou como no corredor vazio e Lyra caiu de joelhos, com a bochecha ardendo. O mundo girou por um instante, mas não foi a dor física que a abalou. Foi o que sentiu logo em seguida. O dom que guardava em segredo desde que se entendia por gente explodiu em sua mente no momento em que Camilla a tocou. Era como se tivesse acessado um baú trancado, um turbilhão de emoções invadiu seu peito. Raiva, sim, crueldade e ódio também. Mas por baixo de tudo... estava a inveja. Uma inveja quente, corroída, pulsando no fundo da alma da loba como veneno. Lyra encarou Camilla com os olhos arregalados, sem entender. Inveja de quê? Ela era só uma empregada, uma ômega sem nada, sem ninguém. Por que Camilla, a mais forte, a mais bonita, a preferida do alfa, invejaria alguém como ela? — Você não serve nem pra limpar as patas de um lobo — cuspiu Camilla, sacudindo os cabelos ao se virar. — Nunca deveria ter nascido. Petra correu até Lyra, agachando-se ao seu lado. — Lyra... você tá bem? — perguntou, tocando seu rosto com delicadeza. Lyra assentiu, embora sentisse o gosto metálico do sangue na boca. — Ela é horrível — murmurou Petra. — Horrível. Um dia ainda vai pagar por tudo isso. — Só queria saber porque ela é assim com a gente… — sussurrou Lyra, mais para si mesma do que para a amiga. — Não fazemos nada de errado, só estamos limpando, só isso… Petra suspirou e a ajudou a se levantar. — Ela é só uma vadia frustrada, só isso, está só procurando alguém para soltar aquele maldito veneno. As duas voltaram a esfregar o chão, agora sujo não só de sabão, mas também de humilhação. Nenhuma disse mais uma palavra. O som dos panos deslizando no piso era o único que preenchia o espaço. E enquanto a espuma se acumulava novamente ao redor do balde tombado, Lyra sentia que, de algum modo, aquela seria a última vez que limparia aquele chão. Porque a noite mais importante de sua vida sequer havia começado. *** Algumas horas depois, o céu já tingia os contornos da floresta com tons alaranjados e dourados. A luz do crepúsculo escorria pelas janelas do alojamento, pintando de esperança os corações de Lyra e Petra. O trabalho havia terminado, o castigo imposto por Camilla era agora apenas uma mancha entre tantas, nada conseguiria apagar o brilho daquela noite. Estavam juntas no quarto que dividiam com outras duas ômegas. Era assim no alojamento, as ômegas ficavam amontoadas numa única casa, as vezes mais de cinco por quarto, tudo para economizar o máximo de recurso que elas pudessem gastar, afinal, não mereciam a dignidade dos lobos beta. — Você acha que alguém vai perceber que a costura do meu vestido tá torta? — perguntou Petra, girando diante do espelho rachado, tentando alisar o tecido azul claro que usava. Elas mesmas haviam costurado seus vestidos, trabalharam meses neles para finalmente usa-los naquela noite e estarem bonitas para seus companheiros. — Com esse sorriso no rosto, ninguém vai reparar em mais nada — respondeu Lyra, com um brilho suave nos olhos. Ela também usava um vestido simples, branco como o luar, preso por uma fita prateada na cintura. O tecido fino tremulava levemente com o vento que entrava pela janela aberta. O cabelo estava solto, caindo em ondas leves pelas costas, preso apenas por uma pequena flor que Petra havia colhido mais cedo no campo. Apesar de simples, estava belíssima, muito mais bonita que várias outras lobas. — Você está linda, Lyra — disse Petra, aproximando-se dela com um sorriso sincero. — Se a deusa da lua for mesmo justa... hoje será a sua noite. — A nossa — corrigiu Lyra, apertando a mão da amiga. O caminho até o salão do baile foi silencioso, exceto pelo som das folhas secas sendo esmagadas sob os pés calçados com sapatos de salto emprestados por outras ômegas que já tiveram sua noite. A clareira sagrada onde o evento aconteceria estava tomada por tochas e velas, enfeitada com flores da estação e fitas brancas pendendo dos galhos altos. O cheiro de ervas e incenso pairava no ar, junto com a expectativa de todos os lobos que já aguardavam o início da cerimônia. Apesar dos lobos não compactuarem bem com a tecnologia humana, haviam caixas de som espalhadas pela clareira tocando músicas pop dos humanos que algumas lobas amavam. Lyra nunca tinha ouvido aquelas músicas, não tinha muito acesso a tecnologia dos humanos. Lyra e Petra pararam na beirada, olhando ao redor, deslumbradas. As lobas dançavam ao som da música baixa, todas com lindos vestidos brilhantes, jóias e maquiagens muito bem feitas. Mas as duas não ficaram apagadas, apesar de estarem simples, a simplicidade delas realçava a beleza que tinham. Pela primeira vez, não se sentiram deslocadas, agora parecia que faziam parte de algo maior. — Vamos? — disse Lyra, oferecendo o braço para Petra, que riu e aceitou. Caminharam entre os convidados e se juntaram ao círculo de jovens que aguardavam a bênção. O fogo da grande fogueira ao centro crepitava alto, iluminando os rostos ansiosos. Então, a música encerrou, as vozes se silenciaram e o som do chifre cerimonial cortou o silêncio, anunciando a chegada da anciã da alcateia. A velha loba surgiu envolta em um manto negro com fios de prata, segurando nas mãos uma tigela de prata com água sagrada. Seu olhar era profundo, quase etéreo, como se visse além da pele, além do tempo. Era Lilian, a druida da alcatéia, ela quem realizava as cerimônias, era aquela que estava mais perto da deusa da lua entre todos ali. Ela ergueu os braços e falou com voz rouca: — Deusa da Lua, mãe de todas as matilhas, guia-nos nesta noite. Une os corações destinados, marca com teu poder aqueles que devem caminhar lado a lado. Os lobos reunidos repetiram a prece, e a anciã começou a passar entre os jovens, molhando os dedos na água sagrada e tocando suas testas, desenhando uma lua crescente em suas peles. Cada toque liberava uma leve cintilação azulada no ar. Naquele momento, não importava se era beta, omega ou alfa, eram todos iguais. Lyra fechou os olhos quando sentiu os dedos enrugados tocarem sua pele, por um segundo, tudo ficou em silêncio. E então, veio o cheiro. Tão forte, tão repentino, tão certo. Canela e alecrim. Ela abriu os olhos, arfando. Seu corpo reagiu antes da mente compreender. As pernas se moveram por conta própria, conduzidas por aquele aroma que falava direto à alma, seus instintos de loba de agitando como nunca antes. Petra chamou por ela, mas Lyra não ouviu, a multidão pareceu se abrir, como se o destino empurrasse todos para o lado. E ali, no centro da clareira, estava ele. Kael. O alfa. Imponente em sua postura, os cabelos escuros, formando leves ondas que estavam penteadas para trás, os olhos dourados como brasas acesas na penumbra. A camisa preta colava ao corpo musculoso, e sua aura parecia puxar tudo ao redor como um furacão. O mundo parou. Lyra sentiu o coração martelar no peito, as mãos suarem, os joelhos ameaçarem ceder. Mas havia algo mais forte que o medo, era reconhecimento. Um fio invisível e eterno puxando-a para ele. O vínculo das almas destinadas. Ela deu um passo à frente, depois outro. — Você... — sussurrou ela, sorrindo, os olhos brilhando com lágrimas contidas. — É você... Ele virou-se lentamente, atraído pelo mesmo cheiro. Os olhos se encontraram, e Kael franziu a testa, como se não compreendesse. A tensão entre eles era palpável, o vínculo começava a se formar, e a clareira inteira parecia conter o fôlego. Lyra sorriu mais abertamente, maravilhada. Ela não era forte, nem nobre, nem respeitada. Mas mesmo assim, a deusa a havia escolhido. Ela seria a companheira do alfa. Ela seria a nova Luna.Alguns dias depoisO clima tinha mudado completamente.O peso do luto ainda existia, era impossível não existir, mas agora conviviam com ele alegria, alívio e esperança. O que foi destruído havia sido reconstruído e desde a manhã os aliados que ajudaram na guerra e seus familiares e amigos próximos estavam chegando para a comemoração. A alcateia estava enfeitada com lanternas de vidro, laços brancos e pequenas tochas que iluminavam o pátio inteiro. Alimentos de todos os tipos estavam dispostos em mesas longas. Raposas e lobos comiam lado a lado, bruxas dançavam entre eles com vestidos fluidos.Era uma festa, finalmente uma festa sem medo. Desde o aniversário de Lua aquela era a primeira, e era irônico que as coisas começassem e terminassem com uma comemoração.Lua e Caleb estavam próximos à fogueira principal. Ele girava ela pelos braços, e Lua ria como não ria desde a adolescência. Os olhos roxos brilhavam com amor enquanto Caleb, completamente apaixonado, olhava para ela como se a
A viagem de volta para a Lua Sangrenta parecia mais longa do que realmente era, não por causa da distância, mas por causa do peso.O peso dos passos, o peso da vitória, o peso das ausências.A neve tinha parado de cair quando atravessaram as terras de ninguém e se afastaram das montanhas, onde o clima era mais frio, mas o silêncio que acompanhava a alcateia parecia ainda mais denso que o frio. Lobos caminhavam devagar, alguns mancando, outros apoiando amigos, irmãos, companheiros. As raposas vinham logo atrás, mantendo uma formação unida, honrada. As bruxas fechavam a retaguarda, exaustas, mas dignas, com as mãos ainda marcadas pelos feitiços que salvaram tantos.River estava à frente.A postura ereta, imponente, mas não havia orgulho em seu caminhar, havia luto. Porque, mesmo vitoriosos, a vitória era amarga, haviam perdido muitos, e muitos se sacrificaram para que chegassem onde estavam agora.Lyra caminhava ao lado dele, a mão entrelaçada na dele, mesmo com o braço doendo tanto que
— River… — sussurrou.O alfa supremo se virou imediatamente ao ouvir a voz dela, e por um instante, toda dor, toda selvageria evaporou.— Meu amor…Ele atravessou o espaço entre eles cambaleando, mas determinado. Quando chegou até ela, caiu de joelhos sem hesitar, puxando-a para os braços.O impacto do abraço foi quente, forte, desesperado.Lyra enterrou o rosto no pescoço dele, soluçando sem conseguir segurar.— Eu achei que te perderia… — a voz dela tremia. — Eu achei… eu achei…— Nunca. — River segurou o rosto dela entre as mãos manchadas de sangue. — Nunca vou te deixar Lyra. Eu sempre volto para você, sempre.Ela riu e chorou ao mesmo tempo, o corpo inteiro tremendo.Os dois se beijaram.Não um beijo rápido, mas um beijo carregado de tudo, dor, saudade, medo, amor, alívio, tudo o que não conseguiram dizer enquanto lutavam pela própria vida. O beijo era a promessa que nunca puderam quebrar.Ao redor deles, Lua e Caleb se aproximaram, também voltando à forma humana, exaustos, mas v
O silêncio que se seguiu à morte de Atlas não parecia real.Era um silêncio pesado, carregado, como se o próprio ar estivesse tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Durante um segundo, um único segundo, o campo de batalha congelou. Lobos, raposas, bruxas, todos ficaram ali, respirando o cheiro de sangue, observando o corpo gigantesco do lobo cinzento tombado na neve, já sem vida, sem poder, sem ódio. Agora apenas uma casca vazia e morta.River ficou sobre ele, ainda em sua forma de supremo, respirando como um animal prestes a cair. O peito subia e descia em golpes irregulares, e o vapor quente escapava das narinas enormes em jatos violentos. O sangue de Atlas escorria pelas garras negras, pingando em linhas grossas que evaporavam ao tocar o corpo quente do Lycan. Mais uma vez o supremo havia triunfado, mais uma vez, a Lua Sangrenta havia vencido, por todos os que se foram antes disso, nas batalhas anteriores pela segurança de todos que já foram ameaçados por Atlas.Um mom
O lobo cinzento arregalou ainda mais os olhos. Pelo campo, o rugido da voz do supremo se espalhou como um trovão mental, atingindo cada mente ali.“Mande seus homens pararem!” As palavras vinham rasgadas, guturais, mas claras.Vários lobos de Atlas engasgaram com o próprio ar.Alguns olharam um para o outro, confusos, sem saber se obedeciam ao medo antigo que tinham do rei das montanhas ou ao respeito instintivo que sentiam pelo supremo. Raposas pararam, as orelhas em pé. As bruxas suspenderam os feitiços ofensivos, mantiveram só as barreiras, esperando.Dentro da cabeça de Atlas, outra guerra começou.“DÊ A ORDEM!” River pressionou um pouco mais a pata contra o peito dele, sentindo as costelas do irmão rangerem. “Acaba com isso. Agora.”Atlas riu, uma risada quebrada, desesperada, mas que ainda transbordava arrogância.“Você acha… que eu vou obedecer você?” A voz veio áspera, com dificuldade, mas o veneno continuava lá. “Você realmente acha que eu vou ver meus homens deitarem como ca
O choque dos dois monstros ecoou pelos penhascos como um trovão.O corpo colossal do supremo e o lobo cinzento de Atlas se encontraram no ar, garras contra garras, dentes contra dentes, peso contra peso. O impacto foi tão violento que a terra ao redor explodiu como se tivesse sido atingida por uma bomba, terra suja de sangue voando para todos os lados.Rolaram juntos, um emaranhado de pelos escuros e cinzentos, sangue e fúria. O rugido dos dois era um som bruto, quase impossível de distinguir quem era quem por alguns segundos. Eles se separaram, escorregando pelo chão, deixando rastros vermelhos por onde passavam.River foi o primeiro a se erguer.O corpo de Lycan supremo, enorme, se levantou numa linha firme, o peito subindo e descendo em respirações pesadas. Os olhos vermelhos brilhavam com um ódio que não era cego, era consciente. Do outro lado, Atlas se reequilibrava sobre as quatro patas, o pelo cinza eriçado, as mandíbulas escancaradas num rosnado ensandecido.Eles se encararam.
Último capítulo