A viagem de volta para a Lua Sangrenta parecia mais longa do que realmente era, não por causa da distância, mas por causa do peso.
O peso dos passos, o peso da vitória, o peso das ausências.
A neve tinha parado de cair quando atravessaram as terras de ninguém e se afastaram das montanhas, onde o clima era mais frio, mas o silêncio que acompanhava a alcateia parecia ainda mais denso que o frio. Lobos caminhavam devagar, alguns mancando, outros apoiando amigos, irmãos, companheiros. As raposas vinham logo atrás, mantendo uma formação unida, honrada. As bruxas fechavam a retaguarda, exaustas, mas dignas, com as mãos ainda marcadas pelos feitiços que salvaram tantos.
River estava à frente.
A postura ereta, imponente, mas não havia orgulho em seu caminhar, havia luto. Porque, mesmo vitoriosos, a vitória era amarga, haviam perdido muitos, e muitos se sacrificaram para que chegassem onde estavam agora.
Lyra caminhava ao lado dele, a mão entrelaçada na dele, mesmo com o braço doendo tanto que