Amy era a luna de sua alcateia e carregava um filhote em seu ventre quando o alfa a traiu, assassinando tanto a ela quanto a seu filhote. Quando ela acordou, seis anos antes, decidiu mudar tudo. A partir de então, ela focaria na vingança.
Leer másEu acordei lentamente. O som do meu despertador era, provavelmente, a pior coisa que já tinha ouvido na vida. Tudo o que eu queria era continuar no conforto macio e quente daqueles braços. Braços... O quê? Meus olhos se abriram de repente, encontrando o brilho suave da iluminação embutida no meu quarto. O ambiente era familiar, mas os braços ao meu redor não. Virei a cabeça devagar para o lado, apavorada com a possibilidade de encontrar a alma perdida, a mulher que pensei ter deixado para trás, deitada ao meu lado. Fechei os olhos de alívio quando vi que era Toya. Virei para o outro lado e encontrei Wendy aconchegada no meu ombro. As lembranças da noite anterior invadiram minha mente, e eu me lembrei de que minhas duas amigas haviam dormido ali. Se foi por elas ou por mim, eu era grata. Toya finalmente abriu um olho. — Desliga isso. — Ela resmungou enquanto se aconchegava mais ao meu lado. Eu comecei a rir. — Eu desligaria, mas meu celular está do outro lado de você. — Minha vo
Toya se inclinou e beijou minha cabeça. — Vamos parar de falar sobre isso. — Ela se afastou um pouco e bagunçou meu cabelo. — Wendy, me passa o secador. Wendy se levantou e pegou o secador que estava encostado de lado. Mas eu me virei. — Você não precisa fazer isso. Toya me puxou de volta, como minha mãe fazia quando eu era pequena. — Fique quieta. Você não pode ir para a cama com o cabelo molhado. E você não pode ficar doente. Temos um dia longo pela frente e precisamos estar de pé em poucas horas. — Ela ligou o secador, e Wendy se aproximou para sussurrar algo no ouvido de Toya. Depois, ela calçou os sapatos e saiu. — Para onde ela está indo? — Eu gritei por cima do barulho do secador. Toya se inclinou mais perto e falou diretamente no meu ouvido, enquanto continuava secando meu cabelo. — Ela precisava pegar algumas coisas no nosso lugar. Ela já volta. Eu apenas assenti, porque estava exausta demais para perguntar mais alguma coisa. Apoiei a cabeça nos meus próprios
Eu abri os olhos e encontrei Wendy e Toya me encarando com expectativa. — O que foi? Wendy olhou para Toya antes de voltar a atenção para mim. — Só queríamos saber se funcionou. — Eu a encarei por um momento, e ela sorriu. — Suas lobas? Elas estão bem? Eu sorri e abri a boca para responder, mas, em vez de palavras, um bocejo enorme escapou, quase deslocando minha mandíbula. — Sim. — Sorri suavemente. — Elas estão cansadas, mas vivas. — Graças à Deusa. — Toya se recostou e voltou a mexer no meu cabelo. — E suas feridas? — A Mara... Eu não sabia que ela podia me machucar. Mas enquanto eu fugia das cavernas, ela agarrou meu cabelo. Estava me arrastando de volta para dentro, e eu sabia que não podia deixá-la me puxar muito para trás, ou me perderia lá dentro. Então, quando minha mão se transformou em garras, eu cortei meu próprio cabelo, mas ela já tinha causado algum estrago. — Algum estrago? — Wendy resmungou. — Está faltando um bom pedaço. E eu sei que vai crescer rápi
Eu fechei os olhos, incrédula. — É tão ruim assim? — Toya se inclinou e sussurrou. Eu apenas assenti. — Isso não é o fim. A Deusa tem um plano. — Eu disse a ela, esperando que ajudasse um pouco com toda a dor que ela estava enfrentando. — Ela não faria isso com você sem um motivo. — Eu sei. E acho que este é o motivo. — Ela sussurrou, sua voz ficando mais baixa. — Por quê? — Porque todos os dias o Vince me obriga a ir até a casa da alcateia. Sentar ao lado dele e do Derek. — O quê? — Os olhos de Wendy se arregalaram. — Isso é tortura. Lynn fungou e, pela primeira vez, eu consegui ouvir o quanto aquilo estava acabando com ela. — É sim. Mas só porque ele se recusa a aceitar minha rejeição. Mesmo que minha loba tenha aceitado seu destino e esteja fazendo o melhor para se recuperar, ele não deixa o vínculo morrer. Ele nos chama, todas as noites, e nos faz ficar ao lado dele todos os dias. O vínculo do meu lado está quebrado, mas minha loba ainda está sofrendo. — Lynn resp
— Minha santa deusa… — Os dedos de Wendy se mexeram nos meus cabelos.Mas Toya apenas assentiu.— Enquanto eu lia mais sobre a caminhada espiritual, aprendi sobre a Mara. — Ela limpou meu braço, arrancando de mim outro sibilo de dor.— Mara?— Significa alma amarga. É como você explicou: uma alma perdida, seja porque se perdeu enquanto ainda vivia, seja depois de morrer, e que vaga por aí procurando uma vida para tomar. Se você tivesse lido mais sobre isso, estaria preparada.— Ei, calma. — Eu tentei me afastar, mas ela me empurrou de novo para baixo.— Deita. Quero ver sua cabeça. — Toya insistiu, e Wendy ajudou a separar meu cabelo.— Amy… — Ela sibilou ao ver o estrago.Eu me acomodei de novo, soltando o ar com força.— Eu li aquele livro de ponta a ponta.— Tinha umas páginas coladas. Não sei por quê. — Toya bateu com o dedo numa página. — A Wendy me ajudou a descobrir.— Eu tive que usar um pouquinho de água nas bordas para soltar as páginas. Depois usei o secador para secar de no
— Você acha que ela vai voltar logo? — A voz de Wendy saiu baixa enquanto ela apertava minha mão.Toya olhou para o meu corpo e deu de ombros.— Não sei.— Já faz tanto tempo. — Para mim, parecia que tinham se passado dias desde que deixei meu corpo e segui pela corrente negra que levava até Amara.Toya sorriu.— Mal passou uma hora.A verdade me atingiu como um soco no estômago. Uma hora. Como isso era possível? Tanta coisa tinha acontecido nesse tempo. Olhei para a alma perdida, ouvindo sua risada histérica se apagando. Meu estômago afundou de novo.Abri os olhos devagar e vi as duas ainda segurando minhas mãos.— Amy! — Wendy gritou e se atirou nos meus braços. — Você voltou.Sorri e assenti. Mas Toya… Toya parecia mais cautelosa.— Eu li o livro enquanto você estava fora. — Virei-me para ela e pigarreei. Minha garganta parecia seca e dolorida.— E?— Me diga algo que só a Amy saberia. — As palavras dela saíram medidas, e o olhar fixo parecia atravessar minha alma.— Nossos pais ain
Último capítulo